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Crítica

Legends of Tomorrow - 2ª temporada | Crítica

Série mais esquecida da DC na CW encontra personalidade e diverte no segundo ano

Omelete
4 min de leitura
19.04.2017, às 19H06.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Os últimos meses foram bastante agitados para o universo televisivo da DC Comics, que colocou a Supergirl de vez na brincadeira e viu o Flash estragando tudo com uma adaptação do Ponto de Ignição. Enquanto os grandes eventos aconteciam, Legends of Tomorrow viu a oportunidade de crescer por fora dos holofotes, procurando desenvolver sua identidade durante a segunda temporada.

Com o caótico fim do ano de estreia, a nova temporada precisou passar por algumas mudanças em sua premissa para comportar mais algumas aventuras. Sai a perseguição por Vandal Savage (Casper Crump) e entra a equipe assumindo o dever dos antigos Mestres do Tempo, policiando, protegendo e garantindo o bom funcionamento da linha temporal através da história. Apesar da trama focada ter funcionado anteriormente, agora a tripulação da Waverider tem espaço para realmente viver seu potencial ao visitar locações e eventos históricos que podem acabar destruindo toda a realidade caso sofram alterações.

A mudança de premissa representa bem como Legends entendeu o que a separa dos demais programas, e nesse segundo ano a produção abraçou o espírito de ser, efetivamente, um seriado de ficção científica, construindo uma mitologia interessante das regras de viagem no tempo e deveres daqueles que decidem partir nessa jornada.

Além disso, a temporada também apostou forte em um tom cômico, e a decisão acabou vingando: a dinâmica entre Ray Palmer (Brandon Routh) e Nate Heywood (Nick Zano), o descaso de Mick Rory (Dominic Purcell) e o caos gerado na progressão temporal a partir de uma realidade onde George Lucas nunca fez Star Wars ou Indiana Jones são apenas alguns destaques de como a série se encontrou nessa mistura de ação com comédia em um contexto sci-fi.

O episódio "Aruba", destaque da temporada, representa perfeitamente como o programa adquiriu personalidade. O capítulo consegue trazer drama, humor e um ritmo frenético ao mesmo tempo que brinca com algumas das regras que a série tão carinhosamente vem estabelecendo desde o início. Isso é a prova de que agora a produção entende seus próprios pontos fortes, subvertendo-os para criar situações ainda mais desafiadores e interessantes.

Legião do Tédio

Mesmo com todas as suas pirações, é bom lembrar que Legends faz parte do universo da DC Comics. Sendo assim, personagens que não têm lugar nos demais programas, como os próprios protagonistas ou a Sociedade de Justiça da América e Jonah Hex, ganham espaço. Aliás, Hex retorna em "Outlaw Country" e garante - novamente - um dos melhores episódios da temporada. Aproveitar a vasta lore da editora é um recurso que abre ainda mais possibilidades - mas nem sempre isso funciona, e a escolha de vilões é um exemplo disso.

A ideia por trás da Legião do Mal é ótima, reunindo rostos familiares de Arrow como Damien Darhk (Neal McDonough), Malcom Merlyn (John Barrowman) e de The Flash como o Flash Reverso de Eobard Thawne (Matt Letscher). A execução, por outro lado, deixa muito a desejar. Apesar de já terem personalidades desenvolvidas e até um certo carisma, os antagonistas têm objetivos vagos, sem originalidade e pouco convincentes, que também tomam quase meia temporada para serem explicados ao espectador.

Quando tudo fica esclarecido, começa um tedioso arco de intriga entre os personagens, com Dahrk e Merlyn disputando egos e cogitando unir-se para combater o velocista. Tudo isso acaba derrubando o ritmo da série, que apresenta diversas outras subtramas mais interessantes que poderiam tomar a frente, como a perda de memória e troca de lado de Rip Hunter (Arthur Darvill) ou o "retorno" de Leonard Snart (Wentworth Miller). No fim das contas, o gosto que fica é de oportunidade perdida em meio a diversos acertos.

A segunda temporada de Legends of Tomorrow é um avanço enorme para a série mais esquecida da DC na CW. Apesar de ter errado a mão com os inimigos e ter perdido a chance de trabalhar tramas secundárias, o seriado conseguiu aprofundar sua mitologia e se afirmar como um sci-fi de bom humor, sem esquecer das raízes estabelecidas nos quadrinhos.

O ano demonstra as qualidades que tornam o programa tão interessante, falta só investir sem medo nelas e refinar a escrita para alcançar um equilíbrio entre acertos e limitações. Mesmo que isso não aconteça por enquanto, Legends of Tomorrow continua sendo uma experiência agradável e divertida de acompanhar.

Nota do Crítico
Bom
Legends of Tomorrow
Encerrada (2016-2022)
Legends of Tomorrow
Encerrada (2016-2022)

Criado por: Greg Berlanti, Marc Guggenheim, Phil Klemmer, Andrew Kreisberg

Duração: 7 temporadas

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