Steve Martin, Selena Gomez e Martin Short na segunda temporada de Only Murders in the Building (Hulu/Divulgação)

Créditos da imagem: Hulu/Divulgação

Séries e TV

Crítica

2ª ano de Only Murders in the Building repete a fórmula, mas não perde a graça

Produção continua apostando em reviravoltas mirabolantes, sem deixar de lado os dilemas pessoais dos protagonistas

Omelete
3 min de leitura
25.08.2022, às 17H59.
Atualizada em 25.08.2022, ÀS 18H48

Dois mistérios ficaram no ar durante o final da (ótima) primeira temporada de Only Murders in the Building: o assassinato de um novo vizinho e o quanto a série poderia continuar apostando na narrativa de “quem matou?” sem cair na mesmice. Uma preocupação genuína, diria, já que é muito comum que títulos que compartilham deste mesmo enredo não consigam repetir o sucesso do ano estreante, como Desperate Housewives ou Big Little Lies. Felizmente, o segundo ano da série estrelada por Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez, além de não decepcionar, comprava que o edifício Arconia pode ser lar de mais de um crime — para o azar dos moradores.

Os episódios retomam momentos após Mabel encontrar a síndica do condomínio, Bunny (Jayne Houdyshell), esfaqueada com uma agulha de tricô. Com todas as evidências apontando para ela, Oliver e Charles, o trio, novamente, se vê no olho do furacão. Contudo, eles são temporariamente inocentados, uma vez que a polícia não encontra provas que os conectem diretamente à cena do crime. Claro que isso não significa nada para Cinda Canning (Tina Fey), dona do podcast rival, ironicamente intitulado "Only Murderers In the Building", que decide tentar incriminar o trio para dar continuidade aos seus hits nas plataformas digitais — e o melhor, sem saber que, do outro lado, o real assassino também vai fazer o mesmo.

Essa foi justamente a grande sacada que os roteiristas encontraram para inserir Mabel, Oliver e Charles em mais um mistério sem parecer forçado — convenhamos, como é que um prédio pode ser o lar de tantos assassinatos? Mas o melhor do novo ano, na verdade, é a sensação de que se trata da continuação do caso envolvendo o assassinato de Tim Kono (Julian Cihi), e não um mistério aleatório feito somente para justificar a produção de mais episódios. Neste sentido, a produção conseguiu se manter fiel a sua proposta de apostar algumas fichas nas reviravoltas mirabolantes — e hilárias — no final de cada episódio, mas sem esquecer de explorar os dilemas pessoais dos protagonistas.

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De quebra, ela ainda apresentou melhor os demais moradores do Arconia, que de tão bizarros, parecem ser de uma versão fofinha de Twin Peaks. É o caso de Howard (Michael Cyril Creighton) e até da própria Bunny (que ganha um episódio temático excelente). Isso sem falar da adição de novos rostos ao quadro de vizinhos, com destaque para Amy Schumer e Shirley MacLaine (arrasando aos 88 anos!). Mas, sem dúvida alguma, o que a série conseguiu deixar claro é que pouco importa o andamento da investigação policial, as gravações do podcast ou se as pistas que apontam para um culpado fazem sentido: o que queremos mesmo é ver o trio de atores principais contracenando juntos.

Charles, Oliver e Mabel ganharam outras camadas no segundo ano, lidando com dilemas paternais distintos e o peso emocional de não saber se tiveram envolvimento com uma fatalidade, ou não. Isso permitiu que seus astros conseguissem superar as já brilhantes atuações da primeira temporada -- em especial, Selena Gomez. A ex-Disney carregou praticamente sozinha a nova investigação e foi dona dos momentos mais emocionantes da temporada — fica aqui a torcida para que a Academia de Artes e Ciências Televisivas não cometa mais uma vez o erro grotesco de esnobá-la no Emmy

[Atenção: o parágrafo a seguir contém spoilers do final da temporada]

Diferentemente da primeira temporada, o segundo ano é concluído com um salto no tempo de um ano que mostra que o podcast dos vizinhos foi essencial para reviver as carreiras de Charles e Oliver, que faz sua grande estreia na Broadway como diretor em uma peça protagonizada pelo ex-astro de televisão. Mas, óbvio, no melhor estilo Only Murders in the Building, momentos após as cortinas se abrirem, um novo corpo cai para a conta de Charles, Oliver e Mabel que, agora, terão mais um crime para desvendar — que sorte a nossa!

Nota do Crítico
Ótimo

Only Murders in the Building

Em andamento (2021- )

Criado por: Steve Martin & John Hoffman

Duração: 3 temporadas

Onde assistir:
Oferecido por

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