A segunda temporada de Bridgerton, disponível na Netflix desde a última sexta-feira (25), trouxe dois novos rostos para a história: os de Simone Ashley e de Charithra Chandran. Como as irmãs Kate e Edwina Sharma, respectivamente, elas se envolvem em uma espécie de triângulo amoroso com Anthony Bridgerton (Jonathan Bailey), que está em busca de uma esposa.
Ashley, de 26 anos, já era conhecida dos assinantes da plataforma de streaming por conta de seu trabalho como Olivia, uma das “intocáveis” de Sex Education, além de acumular participações em produções como a série Broadchurch e o filme Detetive Pikachu. Já Chandran, 25, é relativamente nova nas telas: após começar sua carreira no teatro, a atriz estreou profissionalmente nas telas no ano passado, com a série Alex Rider, antes de encontrar em Bridgerton seu maior papel até agora. Mas adentrar no universo do hit da Netflix trouxe desafios para ambas – que compartilharam um pouco dos bastidores da série e de suas personagens em conversa com o Omelete.
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“Eu acho que aprender a cavalgar foi o maior desafio para mim”, disse Ashley, que ao longo da temporada tem várias cenas andando a cavalo. “Eu tive um treinamento intenso, três a quatro vezes por semana. E eu gostei, foi como uma pesquisa física, porque isso representa um pouco a coragem e a determinação de Kate, bem como seu amor por situações de muita adrenalina”.
Já Chandran teve dificuldade com as sequências de baile, que exigiam que ela dançasse e falasse ao mesmo tempo. “Lembro de surtar porque estava me achando um robô, foi muito mais difícil do que eu esperava”, lembrou a atriz, bem-humorada. “Você começa a falar no ritmo da música, o que claramente não é normal”, riu.
Coragem e amor-próprio
Recém-chegadas da Índia na série, Kate e Edwina têm personalidades bem diferentes: mais velha, Kate é aventureira, destemida e muito protetora com a irmã, a quem ensinou tudo o que ela precisa saber para ser bem-sucedida na complexa temporada social de Londres; Edwina, por sua vez, é doce e carrega em si uma certa inocência. Mas ambas têm jornadas próprias – e complexas – ao longo dos oito episódios do novo ano.
No caso de Ashley, sua maior preocupação foi injetar sinceridade e coragem nas ações de Kate, que, assim como muitas mulheres de Bridgerton, desafia os padrões sociais (e machistas) da Londres do século 19. “Eu queria expressar a verdade dela; e queria garantir que tudo que ela fizesse viesse do amor por sua família e que ela não tivesse medo de dar suas opiniões”, contou.
“Eu apenas tentei fazê-la corajosa”, completou. “Acho que é algo com o qual todos nós podemos nos identificar, com ser aquela pequena voz, entre muitas, que não segue a manada”.
Para Chandran, retratar Edwina foi uma oportunidade para dialogar com assuntos ainda muito relevantes. “Eu falo que encontrar um marido é como a Olimpíada da vida dela. Ela se preparou a vida toda para isso, e Bridgerton mostra a tragédia que é uma jovem mulher ser definida em relação a um homem ou por quão boa esposa ela é”.
“Um dos motivos para eu aceitar o papel foi o fato de isso ainda é uma realidade para muitas mulheres ao redor do mundo – especialmente mulheres que se parecem comigo”, continuou a atriz, que tem ascendência indiana, afirmando torcer para que a série tenha um efeito positivo: “Elas podem assistir e ver que a sua vida está nas suas mãos e que se pôr em primeiro lugar, ainda mais em uma comunidade como a minha, exige muita coragem; não é egoísmo, é um ator de amor-próprio”.
Laço fraternal
Ao longo da segunda temporada de Bridgerton, é notável quão fortes são os laços de Kate e Edwina, que se chamam carinhosamente de “bon” e “didi”, apelidos em hindi para “irmã mais nova” e “irmã mais velha”. E, nos bastidores, Simone Ashley e Charithra Chandran também desenvolveram um relacionamento quase como de irmãs – muito por conta das horas que passavam juntas no trailer de maquiagem antes de começarem seus dias de gravações.
“Passamos sabe lá quantas semanas juntas no ano passado, começando bem cedinho na maquiagem. Foi realmente um momento para criar laços, parecíamos duas irmãs”, recordou Ashley. “Charithra sempre estava alto-astral, e nós conversávamos e falávamos sobre ideias para as cenas. Para mim, já era metade do trabalho”.
“Isso criou muita confiança. Nas cenas em que estamos nós duas e Kate protege Edwina e torce por ela, eu como Simone queria o mesmo para Charithra”, completou.
A colega concordou: “Nossos dias começavam às 5 da manhã, quando você está mais vulnerável. Nós ríamos, chorávamos, passávamos por várias emoções juntas. Você acaba criando laços, é uma experiência incrivelmente íntima”.