Séries e TV

Entrevista

Vade Retro | "O Abel é o diabo que existe dentro de cada um de nós", diz Tony Ramos

Ator protagoniza nova série da Globo

20.04.2017, às 16H04.
Atualizada em 20.04.2017, ÀS 17H04

Embora não tenha chifre nem rabo, e tampouco carregue um tridente, Abel Zebu, um empresário famoso por suas palestras motivacionais ligadas à maldade nossa de cada dia, vai ser encarado por muita gente como a encarnação viva do Diabo – sobretudo por quem acompanhar na TV Globo a estreia de Vade Retro. Na nova série da emissora, escrita por Fernanda Young Alexandre Machado (de Os Normais), Abel, sempre perfumando a ruindade, é vivido por um mito da televisão brasileira: Tony Ramos. Num terreno de humor, o aclamado ator contracena com Mônica Iozzi, que, no papel da advogada Celeste, vai aprender que o Demônio vive bem perto de nós.

Um Pai Nosso pela manhã e um à noite é o melhor remédio para se viver bem. Como sou muito religioso, acredito muito no poder da fé. E só ela pra dar conta do Diabo, que é tudo aquilo que serve pra atentar a gente. Abel é o diabo que existe dentro de cada um de nós”, diz Ramos ao Omelete. “Esta série, com o humor inteligente da Fernanda e do Alexandre, encontra várias analogias com a realidade que vivemos, na qual o Diabo aparece em forma de ganância, da soberba, da corrupção. E Abel é um sujeito sem escrúpulos, ganancioso. Mas é necessário termos esperança”.

Na trama de Vade Retro, sempre aberta por uma palestra de Abel, Celeste – que foi beijada pelo Papa João Paulo II quando criança – é contratada por ele para cuidar de sua separação. Sua mulher é Lucy Ferguson (vivida Maria Luísa Mendonça), que sabe todos os podres de que Abel é capaz.

O Mal está em todo lugar, na TV aberta, lacrada, fechada... em qualquer canto ele existe, dentro, fora, próximo”, diz Mauro Mendonça Filho, diretor da série, que pilota o projeto trazendo no currículo dos sucessos de público e crítica seguidos: Dupla Identidade (2014) e Verdades Secretas (2015). “Tentamos construir uma comédia dentro do terrorTentamos tirar a comédia da figura nesfasta do Abel, a encarnação do Demônio. O medo coloca as pessoas na condição do patético. Não vejo muito desafio em ter o Mal na TV aberta não. Essa imagem da TV aberta de um lugar confortável, em que as coisas precisam chegar mastigadinhas e fofas é uma coisa do passado. Como a vida na rua está mais selvagem do que qualquer outro lugar, a TV aberta tem que dar algum antídoto pra isso, mais fantasias, mais fugas... mas ela também retrata esse peso. A família brasileira está acostumada a lidar com o Mal. Tem um espaço gigante para retratá-lo”.

Escalado para viver um empresário da música na comédia Chocante, filme com Bruno Mazzeo, previsto para o segundo semestre, Ramos protagonizou uma das franquias de maior sucesso comercial do humor brasileiro no cinema, Se Eu Fosse Você, na qual ganhou mais intimidade com o riso. Ao longo de sua carreira em novelas, ele também viveu muitos personagens cômicos. Mas Abel traz uma comicidade perversa.

O humor é o que resgata a dignidade do homem frente ao ridículo. Quando eu entro em uma trama cômica, minha proposta não é ser o bobo da corte e sim dar vida a um texto que levante reflexões ao largo do riso”, diz Ramos, que vai integrar o elenco da próxima novela das 18h, da Globo. “O barato de Vade Retro é ver como o público vai reagir a esse homem que, disfarçado de uma figura bem corriqueira, convida quem está a seu redor a cair em tentação”.    

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