Mark Verheiden não é um novato quando estamos falando de alienígenas. Ele começou sua carreira no mundo do entretenimento escrevendo roteiros de histórias em quadrinhos para a Dark Horse Comics. Logo depois de sua estreia em The American, ele ganhou as franquias Aliens e, em seguida, Predador, levando os ETs das telonas para as páginas dos gibis. Em 1989, ele escreveu sua primeira história do alien mais conhecido de todos, o Super-Homem, para a revista Action Comics.
Depois de contribuir com os roteiros de O Máscara e Guardião do Tempo, foi convidado para ser um dos produtores executivos de Smallville. Permaneceu no cargo durante as três primeiras temporadas, escrevendo também roteiros dos gibis da série. Na TV ainda assinou roteiros e produção-executiva de Battlestar Galactica, escreveu um script para uma série live-ation de Os Jovens Titãs para a Warner Bros., além de trabalhar em Heroes e Caprica, até ser convidado para se juntar à equipe de Falling Skies, nova série de TV sobre invasão alienígena criada por Steven Spielberg.
Falling Skies
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Em entrevista exclusiva concedida por telefone, Verheiden fala do trabalho ao lado de Spielberg, os dois atores principais e o que os aliens deles têm de diferente em relação aos outros.
Olá Mark, tudo bem?
Estou bem, como você está?
Tudo bem. Vamos começar com os aliens. Na série, há aliens de seis patas, robôs com exoesqueletos... O que você estava tentando fazer de diferente com relação aos aliens, quais foram os maiores desafios que você teve enquanto criava uma nova raça alienígena?
Bem, o design dos alienígenas foram feitos para o piloto, mas obviamente continuaram daquele jeito no decorrer da série, e foram criados por Steven Spielberg e a ótima equipe que fez o piloto com ele, eu entrei só depois disso. O que eu entendi sobre o processo, foi que Spielberg quis criar - especialmente com os Skitters, que são as criaturas que se parecem com aranhas - algo completamente diferente e terrível. Eles são bem difíceis de entender, de onde vêm e como podemos lidar com eles. Já os Mechs são basicamente os soldados dos Skitters. São extremamente perigosos e os designs... Uma das coisas que é bem interessante no piloto, não sei se você já assistiu...
Não, só vi os trailers.
Ok. Os Mechs têm duas patas e os Skitters têm seis, o que nos leva a pensar de onde eles vieram. Que tipo de mundo gera esse tipo de espécie? Já estamos criando mistérios apenas com a aparência cínica desses seres.
Sei que ainda é muito cedo para falar sobre isso, mas vocês planejam que essa série permaneça somente na Terra ou ela pode ir aos planetas natais dos aliens em futuros episódios?
Eu posso dizer que acho que não vamos a outros planetas. Acho que essa é uma história sobre uma resistência humana lutando contra uma força mortífera que veio à Terra. Eu nunca digo nunca para coisa alguma, mas essa é realmente uma história sobre nosso povo, na Terra, tentando descobrir como lutar contra os alienígenas, mas ao mesmo tempo, também querem recriar suas vidas ou pelo menos ter alguma coisa que os lembre das vidas que tinham antes da invasão, com seus filhos e famílias.
Essa é a primeira vez que trabalha com Spielberg?
Sim.
E o que tem achado? O quão incrível é trabalhar com ele e como foi sua primeira reunião?
É incrível, estou trabalhando com um dos maiores cineastas de todos os tempos. Eu não quero dizer que é intimidante porque não cabe no contexto, mas foi uma colaboração incrível. O meu parceiro de produção de Toronto - ele até dirigiu alguns episódios - depois que conversou com Spielberg, me disse "é como ter uma aula de cinema". Então o fato de que eu tive a oportunidade de aprender coisas com ele e trabalhar junto foi incrível. Tudo acaba se resumindo na colaboração, em querer fazer um ótimo programa, mas não chega ao ponto de se poder dizer que a série é dele. Ele foi parte desse trabalho e isso é algo que ajuda fazê-lo ainda melhor.
Assistimos Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles não tem muito tempo e seu seriado parece acompanhar a grandeza do filme, com as cenas de ação, o mesmo nível de computação gráfica. Você acha que chegou a era na qual a TV está no mesmo nível do cinema? Não só com relação aos efeitos especiais, mas vocês tem mais tempo para contar uma história, não só os 100 minutos convencionais dos filmes. Acha que isso acaba trazendo alguma vantagem?
Eu ainda não vi Invasão do Mundo, que é uma falha enorme da minha parte, mas já vi as propagandas. Acho que o divertido de uma série de TV, ao contrário de um filme - tenho certeza que Invasão do Mundo é bem legal, apesar de ainda não ter visto - é que temos mais espaço e tempo para explorar cada um dos personagens. Falling Skies tem a diversão e emoção de qualquer outro filme de invasão alienígena, com tiros, ataques e qualquer outra coisa estranha que possa vir dessas criaturas. Mas além disso, temos também uma ótima dinâmica familiar entre Tom Mason, que é interpretado por Noah Wyle, e seus filhos, entre Tom e a personagem de Moon Bloodgood, Anne Glass, uma médica. Aprendemos certas coisas sobre esses personagens no decorrer da série que te permitem explorar mais aprofundadamente o motivo que está transformando essas pessoas no que elas são nessas circunstâncias. Damos uma grande chance de explorar os personagens durante o programa e acho que é isso que fazemos. Adorei que você gostou do CGI, eu também acho que ficou muito bom. Nos divertimos bastante trabalhando nisso. Mas também temos histórias emocionalmente convincentes que explicam bem a formação do grupo de resistência.
Fale um pouco sobre o elenco; vocês têm Noah Wyle, que todos conhecem de ER - Plantão Médico, e Moon Bloodgood. Eu tive a chance de entrevistá-la na junket de O Exterminador do Futuro: A Salvação - ela é linda e parece sempre estar de bom humor. Pode nos dizer o que exatamente estava procurando quando os contratou?
Eles foram contratados para o piloto, que foi gravado antes que eu me juntasse ao projeto, então posso falar sobre o que conseguimos de ambos. Noah é um genuíno cara de família, bem inteligente, e acho que isso acaba sendo transmitido para o público. Uma das maiores preocupações dele é proteger seus filhos - um deles foi sequestrado pelos aliens e ele quer recuperá-lo. Noah traz um realismo para seu personagem, mas além disso, ele também tem que pegar numa arma e entrar em ação. Moon é incrível e esse papel é bem diferente para ela, porque ela é como a consciência desse grupo por ser a doutora. Quando falei com ela sobre isso, ela me disse estar bem animada para fazer o papel. Em Exterminador do Futuro ela interpreta uma pessoa durona e não que em Falling Skies sua personagem não seja durona, ela também tem momentos bem intensos, mas acho que há um lado diferente dela que ainda não vimos em nenhum outro lugar. Conseguimos chegar bem a fundo do que a motiva, tanto as tragédias quanto as alegrias de sua vida.
Filmes, séries e até quadrinhos sobre invasões alienígenas não são novidade, já os vimos há algum tempo. O que diferencia Falling Skies dos outros?
Acho que uma das grandes diferenças é que esse não é um programa sobre o início da invasão, onde as bombas estão caindo; isso seria Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles. Em Falling Skies já se passaram seis meses desde o primeiro contato, então o choque inicial já passou, pequenos grupos já se juntaram e agora a questão é "nós sobrevivemos, essas criaturas estão aqui, o que fazemos agora?". Então é menos sobre o drama e os fogos de artifício da invasão em si e mais sobre o que os sobreviventes vão fazer em seguida. Ao mesmo tempo, eles têm que se manter humanos, tem que encontrar novamente um significado para a vida, já que tudo mudou tanto. Nossos personagens não querem que tudo tenha mudado tanto que agora não valha mais a pena viver, por isso formam a resistência, para lutar.
O que você acha que as pessoas vão gostar mais do episódio de estreia?
Espero que eles gostem não só da ficção científica, mas também espero que fiquem interessados nos personagens. Acho que é um seriado que tem um ótimo equilíbrio entre histórias emocionais que envolvem nossos personagens e a emoção da invasão em si. Então espero que as pessoas se sintam atraídas por ambas as coisas.
Muito obrigado pelo seu tempo.
Claro, eu que agradeço.
Falling Skies começa logo depois de uma imensa invasão alienígena que deixou grande parte da Terra completamente devastada. Seis meses depois da invasão inicial, os poucos sobreviventes restantes se reúnem numa fuga para fora das grandes cidades, para começar a difícil tarefa de reagir. Cada dia é um teste de sobrevivência para estes cidadãos que têm que se comportar como soldados enquanto trabalham para proteger aqueles que amam ao mesmo tempo em que lideram uma insurreição rebelde contra as forças dos seres de outros planetas.
Noah Wyle (Plantão Médico) interpreta Tom Mason, um professor de história da cidade de Boston cuja família acabou sendo dividida. Moon Bloodgood (O Exterminador do Futuro: A Salvação) co-protagoniza como Anne Glass, uma pediatra que trabalha com as crianças sobreviventes. Will Patton (Armageddon) vive Weaver, um corajoso líder da resistência. Drew Roy (Greek) assume o papel de Hal, o filho mais velho de Tom e que luta ao seu lado. O elenco traz ainda Sarah Carter (Shark), Colin Cunningham (Stargate SG-1), Seychelle Gabriel (Weeds), Connor Jessup (The Saddle Club), Maxim Knight (Brothers & Sisters), Mpho Koaho (Rookie Blue) e Peter Shinkoda (The L Word).
Falling Skies começa a ser exibido nos Estados Unidos em 19 de junho e estreia no Brasil logo depois, dia 24, na TNT local e também no canal Space.