Entre as surpresas e as esnobadas do Globo de Ouro 2021, que anunciou ontem suas indicações, duas chamaram bastante atenção: a presença grande da série da Netflix Emily In Paris e a completa ausência da aclamada produção da HBO, I May Destroy You. Uma das primeiras pessoas a criticar as escolhas foi a própria roteirista da série da Netflix, Deborah Copaken, que escreveu um editorial no The Guardian questionando o movimento da premiação. No texto, Copaken descreve a produção como sua série favorita "de todos os tempos".
Copaken inicia seu texto tratando das críticas de Emily In Paris, recebidas por seu retrato pejorativo dos franceses, dizendo que ficou absolutamente surpresa com as indicações: "Eu tento evitar ler as críticas mas eu não moro em uma caverna. Nunca me passou pela cabeça a possibilidade da nossa série ser indicada".
Ela continua: "Agora, estou feliz que Emily In Paris foi indicada? Sim. Claro. Nunca cheguei remotamente perto de ver uma estatueta do Globo de Ouro de perto, muito menos ser indicada a um. Mas esta felicidade infelizmente é afetada pela minha raiva pela esnobação de [Michaela] Coel. O fato de que I May Destroy You não recebeu nenhuma indicação não é apenas errado, é o que está errado com tudo"
Encerrando sua análise, que passa pela falta de representatividade e novas vozes, Copaken escreve: "Mas minha fúria não é só sobre etnia. Não é só sobre representação racial na arte. Sim, precisamos de arte que reflita todas as nossas cores, mas também precisamos premiar séries, músicas, filmes, peças e musicais que mereçam".
A série da HBO, criada e protagonizada por Coel, fala sobre os traumas de estupro, e foi universalmente aclamada pela crítica.
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Os indicados ao Globo de Ouro foram anunciados nesta quarta (3) e a cerimônia contece no dia 28 de fevereiro.