Séries e TV

Crítica

House of Cards - 3ª Temporada | Crítica

O preço da rápida ascensão

10.03.2015, às 18H02.

[Cuidado, spoilers da segunda temporada abaixo!]

Frank Underwood (Kevin Spacey) conseguiu. Chegou ao topo. Depois de muita luta e várias vítimas, o implacável político virou presidente dos EUA. Mas a que custo? A terceira temporada de House of Cards nos mostrou muito mais do que ele é capaz por trás dos panos, além de desmascará-lo também para todos ao seu redor. Não foi um bom ano para Francis.

Muito mais política e envolvida em relações internacionais, a série trouxe diversas propostas às mãos de Frank e Claire (Robin Wright). O power couple esta à beira de conquistar toda Washington, ele na presidência, ela como embaixadora americana das Nações Unidas. Ansiosos e dispostos, os Underwood começam, então, a batalha para permanecer no poder.

Pouco a pouco, no entanto, é essa vontade toda que vai destruindo o império levantado. São atos descuidados e impetuosos que trazem abaixo as relações recém estabelecidas com a Rússia, o congresso se revolta, os planos de fazer história com o America Works ficam para trás... Frank e Claire acabaram trabalhando muito para queimar todas as pontes construídas até então.

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Apesar do protagonismo do casal, a temporada foi de Michael Kelly. Doug Stamper encontrou o tom e se recuperou com destreza em meio a confusão. Mesmo ficando de fora em alguns momentos, sua presença é como uma nuvem sobre a cabeça de Frank. Desde o primeiro episódio, Doug foi o mestre da manipulação que Frank deveria ter sido. A rápida escalada de Stamper foi a prova de que o presidente precisava de seu colega por perto, sem saber lidar com alguns tipos de situação que a incontestável dedicação de Doug cobriria.

No cargo de poder mais alto possível em sua escalada, Frank se prejudica também quando esquece que, estando dentro do Salão Oval, sua notoriedade aumenta. Sendo assim, sua insaciável sede por poder não passaria despercebida e todos os seus atos eram vistos não só pelos envolvidos na política, mas pelo mundo. Mesmo sabendo manipular muito bem o povo, Frank só prejudicou a si mesmo quando fez mais inimizades que amizades na Casa Branca. Não havia quem o parasse. Frank havia chegado no topo e ali ele pretendia ficar.

É interessante ver a trajetória de Claire ao longo desses três anos. Mesmo estando juntos há quase 30 anos, os Underwood passam a sensação de que não se conhecem muito bem. Tudo muda de acordo com as circunstâncias e quem estabelece o tom do relacionamento é sempre a mulher. Claire deixa sempre muito claro o que quer - até quando não deixa mais, e é aí que a coisa desanda.

Descontente com o rumo não só do relacionamento, mas também da desenfreada busca de Frank pelo poder absoluto, Claire se vê ficando para trás. Depois de ter deixado seu emprego e saído em busca do sonho do marido, ela percebe que não tem mais a influência que tinha antes da presidência. Assim como Frank, no entanto, ela é uma mulher que precisa de realizações profissionais mais do que as pessoais, além de também não deixar nada entrar em seu caminho. A decisão é difícil, mas acertada.

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É complicado prever o caminho que House of Cards pode seguir em sua (ainda não confirmada) quarta temporada. Mas diferente das incertezas da política americana, Frank e Claire não vão deixar todo seu império desmoronar. Mesmo que isso aponte para uma guerra pessoal.

Nota do Crítico
Bom

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