[Antes, clique aqui para ler a crítica da primeira metade da temporada.]
Pegue uma advogada de sucesso, seus alunos prodígio e acrescente não um, mas dois crimes bem complicados. Pronto, esta aí a fórmula de How to Get Away with Murder.
Quando uma estudante é assassinada e sua amiga é acusada do crime, Annalise Keating (Viola Davis) entra em ação. O único problema é que a professora de direito e advogada de defesa não sabia que outro assassinato ia surgir.
O roteirista Pete Nowalk (Scandal, Grey's Anatomy) se superou. Em vez de mostrar o lado que investiga o crime, como em Twin Peaks ou The Killing, ele escolheu desenvolver a perspectiva de quem vivenciou o drama. O criador e roteirista da série de sucesso da ABC foi muito bem sucedido com a primeira temporada da série, que tem 15 episódios.
O mistério sobre os crimes é muito bem escrito. Nowalk dá pistas suficientes para que o espectador crie suas teorias e se mantenha interessado, mas mantém o segredo bem guardado até o fim da temporada, mesmo surpreendendo a cada episódio com novas informações chocantes.
Cada personagem da trama tem um papel relevante e o elenco dá conta do recado. Matt McGorry (Orange Is The New Black) surpreende como Asher e se prova um refrescante alívio cômico para toda a tensão. A única ressalva aqui é Katie Findlay, que interpreta Rebecca. Desde The Killing seu desempenho deixa a desejar e sempre que a cena exige um pouco mais de emoção, a atriz não entrega.
Existe um bom equilíbrio entre o suspense e os dramas pessoais. Nesse ponto, Viola Davis dá um show de atuação. Na segunda metade da temporada ela volta com um novo penteado, mas com os mesmos problemas. Em certo momento, Annalise tem que tomar uma decisão contra alguém que ama. Mesmo sabendo que foi o melhor a se fazer, ela se desespera com tudo que tem acontecido e pede ajuda de sua mãe (Cicely Tyson), que chega para agitar as coisas. As duas comovem o público em uma das cenas mais emocionantes da série: depois de brigarem, a mãe penteia os cabelos da filha e desabafa. Davis quase não fala, apenas chora.
O episódio final do primeiro ano foi construído de forma exemplar. Flashbacks vêm aos poucos dando as respostas que o público tanto desejava. Quando finalmente se entende o que se passou, outro crime acontece e promete uma segunda temporada tão boa quanto a primeira.
Criado por: Peter Nowalk
Duração: 6 temporadas
