Jonathan Strange & Mr. Norrell, livro de fantasia criado por Susanna Clarke, virou minissérie que está sendo exibida pela BBC One. Durante a MCM London Comic Con, um painel reuniu Bertie Carvel (Coalition, Doctor Foster, Matilda), que interpreta o protagonista Jonathan Strange; Paul Kaye (Game of Thrones), que faz Vinculus; o roteirista Peter Harness (Wallander, Doctor Who, Is Anybody There?); o diretor Toby Haynes (Sherlock, The Musketeers, Doctor Who) e o produtor Nick Hirschkorn (Skellig, Five Children and It).
Bertie Carvel, premiado ator do teatro inglês, elogiou o trabalho da equipe de roteiristas e descreveu a série como "Rei Lear com mágica". Continuando sua comparação com os palcos, Carvel disse que de uma certa forma a série se parece muito com uma peça. "Todo mundo tem que estar ali dando 100% do seu sangue o tempo todo para funcionar como funcionou", complementou.
Paul Kaye, que descreveu seu personagem como um charlatão, disse que buscou inspiração no roqueiro Iggy Pop. "Ele é um cara que não está nem aí pelo que vem para frente", disse.
O primeiro episódio foi exibido na semana passada pela emissora inglesa e bem recebido pelos fãs do livro. "A primeira coisa é que queríamos ter certeza de que não ia ser uma merda, e depois cuidamos para que cada personagem tivesse seu arco bem desenvolvido", disse o produtor.
O diretor Toby Haynes comentou seu trabalho por trás das câmeras. "Tínhamos que ser muito inteligentes em como gastar nosso orçamento, porque não tínhamos o tipo de dinheiro que se gasta em Game of Thrones, por exemplo. Então usamos coisas simples como mudar um foco aqui, iluminar ali para ajudar a criar os efeitos".
E dois clipes do segundo episódio foram exibidos nos telões do auditório. No primeiro, Strange chega à praia e dá uma demonstração de seus poderes, ajudando um navio que estava encalhado em um banco de areia. No segundo, Stephen Black (Ariyon Bakare) fica sabendo da profecia que pode levá-lo a se tornar o rei da Inglaterra e é levado a um bizarro baile vitoriano.
O tom da série, entre o sombrio, o bizarro e o cômico, foi bastante comentado durante o bate-papo. "Estávamos mais preocupados em manter o tom do livro do que fazer uma adaptação literal", disse Peter Harness. "É fácil ser sombrio. Já ser engraçado é bem mais difícil. E é muito difícil também fazer um personagem sensível, e creio que haja espaço para isso aqui", completou.
Nick Hirschkorn acrescentou que ao equilibrar intensidade, emoção e toques de humor eles construíram algo diferente do que se vê por aí hoje em dia. O produtor lembrou também que o primeiro episódio de uma série normal é geralmente melhor do que os seguintes, pois ele é usado para vender a ideia aos executivos. "Nós queríamos que cada episódio fosse melhor do que o anterior. E acho que conseguimos. Não é como Once Upon a Time, que depois de um tempo você não aguenta mais", comparou.
Apesar dos direitos de adaptação do livro terem sido vendidos inicialmente para o cinema, Hirschkorn disse também que não acredita que o livro funcionaria na telona. "Quando li o livro, já enxergava uma história de umas seis horas. No cinema teriam que correr com a história e iam estragar tudo", disse.
Sobre uma segunda temporada, o produtor disse que "Susanna teria que escrever um outro livro para termos uma continuação - e ela levou dez anos para fazer este."
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