Séries e TV

Lista

Fugitivos | Primeiros episódios de série da Marvel adaptam bem quadrinhos e expandem história

Nossas primeiras impressões da série sobre adolescentes que descobrem que os pais são supervilões

28.11.2017, às 19H04.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H42

Os seis adolescentes de Fugitivos, a nova adaptação televisiva da Marvel no Hulu, estreou em 21 de novembro, já estão na ativa lutando contra os próprios pais, membros da organização macabra intitulada Orgulho. A série estreou em 21 de novembro - os quatro primeiros episódios já foram lançados, material suficiente para ter uma boa ideia do que é o novo programa. Apesar de ser baseada nos quadrinhos homônimos criados em 2003 por Brian K. Vaughan e Adrian Alphona, que também assinam a adaptação para a série de TV, os primeiros capítulos deixam claro que a trama original foi expandida para vários lados - e isso é uma coisa boa.

Fugitivos conta a história de Chase Stein (Gregg Sulkin), Alex Wilder (Rhenzy Feliz), Nico Minoru (Lyrica Okano), Karolina Dean (Virginia Gardner), Gert Yorkes (Ariela Barer) e Molly Hernandez (Allegra Acosta), conectados pela descoberta de que seus pais fazem parte de uma seita chamada Orgulho, que controla clandestinamente a cidade de Brentwood. A forma como eles descobrem isso é a mais desconfortável possível: os seis, escondidos, acabam sendo testemunha ocular da morte de uma adolescente, a jovem Destiny Gonzalez (Nicole Wolf), pelas mãos de seus genitores em um ritual assustador. A partir daí, os adolescentes fogem e passam a buscar justiça para as ações de seus parentes.

Entre as mudanças do original está o maior destaque para os pais: enquanto o primeiro episódio segue o ponto de vista dos jovens, como nos quadrinhos, o segundo dá um passo para trás na história e coloca a perspectiva dos pais em primeiro plano. Isso dá margem para que esses personagens sejam mais bem explorados em suas singularidades. Além das relações problemáticas entre pais e filhos, como é o caso de Nico e sua mãe controladora Tina (Brittany Ishibashi) ou de Chase e seu pai abusivo Victor (James Marsters), a série inclui dinâmicas próprias dentro do grupo de adultos como crises conjugais, infidelidade, disputa de poder.

Ainda que a série explore com mais afinco determinados estereótipos de high school entre os adolescentes, o roteiro inteligente faz com que isso seja mais uma carta na manga divertida que um problema. O mesmo acontece com os pais que, apesar de claramente estarem ocupando o posto de supergrupo vilão, não são ditados por uma lógica maniqueísta o tempo todo. Há momentos em que eles próprios questionam suas ações e a adição de background para Geoffrey (Ryan Sands) torna o personagem infinitamente menos unidimensional - seria interessante ver o mesmo acontecendo com os demais pais. Entre os jovens, pelo que os primeiros episódios entregaram, a principal diversão estará em conciliar a adolescência com a descoberta de que têm habilidades especiais e do que exatamente são elas - algo que a Marvel sempre soube fazer muito bem nos quadrinhos.

Ainda sobre o roteiro, há um bom esforço em fazê-lo parecer atual. Frequentemente os jovens soltam alguma piadas ou trocadilho envolvendo cultura pop - quando o grupo de jovens descobre a passagem secreta na casa de Alex, ele mesmo brinca com a hipótese de ser um portal para Nárnia; Gert chama Chase de Doc Brown quando o rapaz cogita que o experimento do Orgulho envolvesse a descoberta de como viajar no tempo; o agente do pai de Karolina menciona Fuller House e Tina faz uma referência à Dakota Johnson em 50 Tons de Cinza.

Os primeiros episódios de Fugitivos foram uma surpresa agradável para os fãs dos quadrinhos, mesmo que determinadas modificações tenham soado estranhas em um primeiro momento - todas elas são interessantes do ponto de vista de serem portas abertas para boas subtramas, além de, vias de fato, não interferirem diretamente na espinha dorsal da história. Para quem não conhece o material original, a série vale tanto quanto a pena por apresentar uma trama fresca, entregando a história na velocidade certa e encabeçada por personagens extremamente carismáticos. A primeira temporada terá dez episódios, exibidos semanalmente nos Estados Unidos pelo Hulu - ainda não há, infelizmente, previsão de chegada da plataforma no Brasil, mas a série será exibida por aqui pelo Canal Sony.

Confira uma lista com as principais diferenças entre os primeiros episódios da série e o material dos quadrinhos:

Molly e Gert irmãs

Enquanto nos quadrinhos, Gert é uma espécie de modelo para a jovem Molly, na série a relação entre elas vai além disso. No segundo episódio é exibido o velório dos pais de Molly, que morreram em um incêndio, fazendo com que ela fosse adotada pelos Yorkes e criada como irmã de Gert - ainda que ainda chame ocasionalmente Dale e Stacey pelos nomes, ao invés de pai e mãe.

Amy Minoru

Na série, há uma subtrama importante que envolve uma nova integrante da família Minoru. Nico teve uma irmã chamada Amy, que morreu alguns anos antes. A fase gótica da adolescente, no caso, começou nesse ponto e ainda é um assunto tabu entre o grupo de amigos - cada um lidou com o luto de um jeito e todos acabaram se afastando por um tempo.

Descobertas diferentes

Quase todos descobrem seus poderes de forma diferente ao conteúdo original. Nos quadrinhos, por exemplo, Nico consegue o Cajado do Absoluto em um confronto com os pais, enquanto na série ela o tira da parede quando a mãe está fora e faz nevar na sala. Outro exemplo é Karolina, que descobre que é alien junto dos amigos nos quadrinhos, mas na série tem a revelação durante uma festa.

Outra pulseira

Nos quadrinhos, Karolina usa uma pulseira que disfarça sua forma física alienígena e na série o processo de esconder sua verdadeira aparência é semelhante, mas não idêntico. Enquanto no original a pulseira é um indicativo de alergia à penicilina que ela é desde nova orientada a nunca tirar do pulso, nos quadrinhos é uma pulseira ligada ao culto de sua mãe.

Igreja famosa

Originalmente, Karolina é filha de um casal de astros do cinema - mas, na série, só o pai dela teve uma carreira na atuação. Sua mãe é a responsável por uma espécie de culto religioso chamado Gibborim - é através dele que Destiny e outros adolescentes são aparentemente resgatados de situações críticas para depois serem usados nos rituais do Orgulho.

Gert e os óculos raio-x

Os poderes de Chase são basicamente ligados à tecnologia desenvolvida pelos seus pais nos quadrinhos, incluindo as fistigons, suas luvas com lança-chamas embutido. Além do brinquedinho para as mãos, o rapaz usa sempre um óculos raio-x. Na série, diferente dos quadrinhos, a primeira a usar o óculos é Gert, que acaba vendo mais do que deveria quando encara o corpo do rapaz.

A foto de Molly

A mais jovem do grupo é impedida de ver o sacrifício de Destiny tanto nos quadrinhos quanto na série de TV, mas as coisas ocorrem de forma diferente nos dois casos. Enquanto no primeiro ela fica sabendo do que os pais fizeram pelos demais adolescentes, na adaptação eles fazem uma barreira humana para que ela não veja o ritual, mas levanta o braço e tira uma foto.

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.