No início do século 20, após perder as eleições nos EUA, o então ex-presidente Theodore Roosevelt resolveu aceitar o desafio de desbravar e mapear a extensão do único rio do Amazonas que ainda não havia sido explorado: o Rio da Dúvida. Ao chegar ao Brasil, Theodore teve ajuda de quem mais entendia daquelas terras, o engenheiro militar, de descendência indígena e único a falar a língua do americano, Cândido Rondon. A expedição por toda a extensão do rio foi marcada por percalços terríveis, mortes, doenças e medo. Nesse dia 26, a HBO e a HBO Max apresentam O Hóspede Americano, que em 4 episódios vai contar essa história.e
“As razões pelas quais eu gosto de contar histórias se resumem em uma palavra: complexidade”, disse o diretor Bruno Barreto na coletiva de lançamento da minissérie. “A polarização, a militância, trouxeram questões importantes para a diversidade, mas esvaziaram a complexidade. Quando você tem que ser A ou B, branco ou preto, direita ou esquerda, você tá perdendo a liberdade, porque às vezes você não é nada disso. E o Theodore Roosevelt era um exemplo disso. Ele era muito complexo. E o Rondon também”.
A complexidade que move o diretor na produção também afetou seus astros. Chico Diaz, que vive Cândido Rondon, se afundou em todo material possível sobre a vida do militar. Aidan Quinn, que vive o presidente Roosevelt, chegou a pedir a Deus por uma oportunidade melhor na TV. “Eu estava saindo de uma série longa (Elementary) e pedi a Deus que me desse um personagem que me usasse por completo. Não sabia que ele iria levar isso tão ao pé da letra”. Chico e Aidan são as duas pontas de uma ligação que se faz pela coragem e pela dor. “O Rondon e o Roosevelt se conectam quando Rondon admite que chicoteou um homem até a morte” - Continuou Bruno - “E isso não está em livro nenhum, eu descobri numa entrevista com a neta dele”.
A ideia de levar O Hóspede Americano para as telas começou como um roteiro de cinema. Bruno mostrou o roteiro escrito com Matthew Chapman a várias pessoas e o então diretor de conteúdo da HBO latina, Roberto Rios, sugeriu que a história virasse uma minissérie ao invés de um filme. O período da vida de Rondon e Roosevelt em que eles se encontraram no Brasil, marca mais uma produção da carreira de Bruno Barreto em que os EUA e o nosso país compartilham de suas semelhanças e traumas.
Parte das filmagens aconteceram na mata e Aidan falou um pouco sobre as dificuldades que precisou enfrentar: “Não é exatamente uma sensação de perigo, já que é muito mais provável que você morra de acidente de carro do que do ataque de um animal. Mas é muito difícil atuar em meio a dezenas de espécies de mosquitos, com insetos entrando no seu ouvido... Você precisa respeitar a natureza, do contrário ela devolve o desrespeito pra você num segundo”. Sobre a experiência de trabalhar com Chico Diaz, Aidan foi só elogios: “Ele é um ator talentosíssimo e um lutador, um guerreiro quando se trata de defender os direitos de seu povo, os direitos dos atores que trabalham com ele. Foi uma honra. E o melhor: ele nunca demonstrou um só sinal de intimidação com relação a estar cercado de atores americanos”.
O Hóspede Americano foi filmada antes da pandemia e ainda tem no elenco Dana Delany, Trevor Eve, Theodoro Cochrane, Gene Jones, Jeff Pope, Nick Westrate, Maya Kazan, Cláudio Jaborandy, Arilson Lucas, João Côrtes, Michel Gomes, Arieta Corrêa e Luisa Rosa.
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