Miranda Lebrão não nega que sentiu a pressão de ser a primeira drag queen brasileira em uma competição internacional da franquia RuPaul’s Drag Race - mas ela não era a única nesse barco durante as gravações de RuPaul’s Drag Race Global All Stars. Em entrevista ao Omelete, a artista contou que suas concorrentes de outros países são bem versadas na força da fanbase brasileira.
“Elas tiveram muita sabedoria ao se aproximar de mim, porque elas sabem quem é o público brasileiro”, comentou. “Elas sabiam que existia uma drag queen chamada Miranda Lebrão, que estava nessa competição Global como a primeira ru-girl brasileira, mas elas sabiam também que eu sou parte de uma nação gigantesca. Elas entenderam isso desde o primeiro dia, o que foi lindo, porque me facilitou muito a convivência. Ninguém queria meter o bedelho comigo, porque elas sabiam o que o brasileiro é capaz de fazer na internet”.
Lebrão confessou que “foi muito impactante” entrar no palco da competição pela primeira vez, diante da anfitriã RuPaul e do painel de jurados que incluía Michelle Visage e Jamal Sims: “Foi quando a coisa se tornou palpável, que eu realmente percebi que era real, que não tinha como voltar, que não era um sonho, e sim uma realidade. Tive minhas preocupações quanto ao impacto que isso ia ter na minha carreira”.
Para ela, no entanto, o convite para o Global All Stars “chegou no momento certo”. “Fazer parte do Drag Race Brasil [na primeira temporada, exibida em 2023] foi um grande acontecimento na minha vida, e eu achei que ia demorar muito tempo para conseguir fazer alguma coisa que fosse maior do que isso. E aí, pouquíssimo tempo depois, eu estava sendo a primeira brasileira, depois de 17 anos de franquia internacional, na frente da RuPaul”, contou.
“Saber que vai ter gente ao redor do mundo que pode se conectar comigo é uma conquista”, continuou Lebrão. “Hoje eu posso falar com o Brasil inteiro, mas também com as Filipinas, com a Espanha, com os Estados Unidos, com o Panamá… é muito grande. Eu também tenho que entender que trabalho em uma arte que tem suas lendas e seus grandes nomes, mas que é de uma cultura marginalizada - não posso me esquecer disso. Eu realmente entendo a grandiosidade do que estou conquistando, não posso deixar esse momento passar sem reconhecer o quanto ele é transformador”.
RuPaul’s Drag Race Global All Stars estreia no Brasil, pelo Paramount+, no dia 20 de setembro.
