A partir de 1º de março, séries da Marvel como Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro deixarão a Netflix, sem ter uma nova casa de streaming definida. O vaivém nas plataformas confunde cada vez mais o público, que se vê obrigado a pagar por outro serviço para não perder sua produção favorita. Mas, afinal, por que tantos títulos entram e saem do streaming?
O Omelete procurou as principais empresas do mercado e especialistas para tentar entender o motivo de tantas trocas. Desde janeiro, 67 filmes e séries saíram do catálogo da Netflix, como Modern Family, atualmente exclusiva do Star+, e Grey's Anatomy, disponível no Amazon Prime Video, Globoplay e também no Star+.
O público fica tão desnorteado que a própria Netflix respondeu em sua página de ajuda ao assinante por que filmes e séries deixam a plataforma. A Netflix considera três fatores para assinar ou renovar contratos com as produtoras e distribuidoras dos títulos de seu catálogo: se os direitos sobre o filme ou série ainda estão disponíveis e quanto custam; se a popularidade é alta, ou seja, se dá audiência; e fatores sazonais e regionais (por exemplo, uma produção sobre algum tema da atualidade).
Procurada pelo Omelete, a empresa se pronunciou de maneira idêntica: "Novas produções chegam à Netflix toda semana, entre séries, filmes, documentários e reality shows, assim como toda semana alguns títulos também saem do catálogo. Isso se deve aos termos de licenciamento de cada conteúdo".
As palavras-chave, aqui, são "direitos" e "licenciamento". Para ter produções de outras empresas, a Netflix (ou qualquer outra plataforma de streaming) paga pelos direitos de exibição, com prazo de validade. Se quiser manter os conteúdos após o tempo estipulado em contrato, precisa desembolsar mais dinheiro. Em 2018, por exemplo, a plataforma pagou US$ 100 milhões para garantir um ano de exibição de Friends, série que é originalmente da Warner e hoje está na HBO Max, plataforma própria da companhia.
Entre as produções da Marvel que sairão da Netflix estão Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage, Punho de Ferro, Justiceiro e a minissérie Os Defensores. A Disney, entretanto, mantém silêncio sobre o destino das produções. A mídia internacional especula que a gigante do audiovisual pode usar as séries para turbinar plataformas como Hulu, que no mercado internacional tem como equivalente o Star+, e o próprio Disney+, com novos pacotes e preços.
"O retorno que temos é de que, por enquanto, ainda não temos previsão sobre a chegada dos títulos nos nossos catálogos", limitou-se a dizer o Disney+ ao Omelete.
E as produções da TV aberta na Netflix?
A concorrência entre as gigantes do streaming não se repete quando o produto vem da TV aberta. O SBT vende para a Netflix novelas como Carrossel, Chiquititas, Cúmplices de um Resgate e Carinha de Anjo, que figuram com frequência entre as atrações mais vistas da plataforma. Para a emissora, esta audiência é benéfica e não atrapalha o desempenho no Ibope.
"Estamos muito felizes com a grande recepção dos títulos do SBT na Netflix. São produções que deram muita audiência na TV e continuam dando muitas visualizações em nossas outras plataformas digitais, mesmo com a presença na Netflix", explica a gerente de Novos Negócios do SBT, Carolina Scheinberg.
Responsável pela negociação de conteúdos do SBT com outras empresas, a executiva atribui à "estratégia interna" a disputa de gigantes do streaming por títulos exclusivos. Segundo ela, a presença da emissora em mais plataformas é estratégica para divulgar seus produtos em mais mídias.
"Hoje, o SBT explora a exibição dos seus títulos no mercado internacional e nacional por meio da TV Aberta, streaming, YouTube e SBT Vídeos. Se algum dia a estratégia do SBT mudar, pode ser que a parceria seja revista ou ajustada. Hoje ela faz sentido e estamos muito contentes com a repercussão e o carinho do público", conclui.
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