Morena Baccarin tem uma carreira estabelecida em Hollywood. Depois de passar por séries como Firefly, V: Visitantes, Homeland e Gotham, a atriz brilhou nos cinemas integrando o elenco de Deadpool, como Vanessa. Mas todo esse sucesso não a impediu de ficar nervosa ao estrelar Sessão de Terapia, sua primeira série feita no Brasil. "Minha expectativa foi de voltar para casa. [Senti] um pouco de medo de desapontar as pessoas, mas queria fazer um bom trabalho no meu país de origem", afirmou a atriz no set de filmagem em São Paulo, ao lado do amigo Selton Mello.
Baccarin foi para os Estados Unidos ainda na infância, por isso sentiu dificuldade em falar português o tempo todo, mas revelou que a preparação com Mello foi essencial: "Moro há mais de 30 anos fora. Eu sonho em inglês, penso em inglês, só falo português com a minha mãe no telefone. Há um trabalho em estar aqui, escutar a língua, entrar no ritmo, pensar em português. Conversamos muito no Skype enquanto eu ainda estava em Nova York e isso ajudou muito".
Na quarta temporada de Sessão de Terapia, a atriz interpreta Sofia, a supervisora do terapeuta Caio (Mello), que conversa com o profissional sobre seus próprios traumas e dificuldades. Em meio à tudo isso, surge também uma tensão amorosa entre os dois. "Há um encantamento, mas ele fica pensando se não está transferindo coisas da mãe para ela e há também um dilema moral, uma dúvida se eles estão realmente gostando um do outro, ou se tem a ver com a terapia", revela o ator, que também assume o papel de diretor dos novos episódios.
A amizade entre os dois surgiu na época em que o ator e diretor começou a fazer a campanha de O Palhaço ao Oscar. O companheirismo foi tão grande que Mello assistiu ao famoso 7x1 da Copa do Mundo em Los Angeles, na casa de Baccarin, ao lado de sua família. "Selton e eu tentamos fazer um projeto juntos há tempos. Para mim é uma honra que meu primeiro trabalho no Brasil seja com ele. O convite surgiu após o final de Gotham, então foi no momento perfeito".
Para Baccarin, o trabalho com Sofia foi parecido com sua participação na série Homeland, entrando em uma escala mais psicológica e intimista da personagem: "Ela é muito parecido comigo, ao mesmo tempo em que é meu oposto. Ela tem uma bússola moral muito forte, ao mesmo tempo em que permite se questionar o que vai acontecer ao se envolver com Caio. É um projeto gostoso de fazer, que todo mundo se identifica. Cada capítulo é como um filme inteiro, você ri, chora, sente tensão, ansiedade, diversão… estou amando".