No final da primeira temporada de Sintonia, vimos a vida de Doni (Jottapê) dar um nó. Quando ele finalmente deu os primeiros passos na carreira de cantor, perdeu o pai de maneira trágica. Ao mesmo tempo, Rita (Bruna Mascarenhas) iniciou seu caminho na igreja evangélica e Nando (Christian Malheiros) fortaleceu sua relação com o traficante Badá. No novo ano, o trio precisa chegar até o topo para não voltar ao ponto de partida. O funk, o crime e a religião entram em choque no dia a dia da quebrada, e a amizade entre eles é colocada à prova. Ao Omelete, Bruna Jottapê e Christian falam sobre os novos desafios de seus respectivos personagens, e contam como a realidade retratada na série da Netflix se conecta, também, com suas vidas pessoais.
Arte imitando a vida
Os fãs da série sofreram com dois anos de intervalo entre uma temporada e outra, e a pandemia tornou esse tempo ainda mais angustiante. A produção precisou de 65 dias de filmagens e 18 locações diferentes para gravar os novos episódios, entre novembro de 2020 e maio de 2021. Esse tempo extra também serviu para testar a criatividade da produção, que precisou aplicar efeitos especiais e truques de câmera para driblar a figuração reduzida. Além disso, a segunda temporada vai contar com convidados especiais, como o DJ Alok e o MC Kevinho. Além deles, a série ainda conta com a presença da cantora Fanieh e do apresentador Celso Portiolli.
O funkeiro Jottapê conta como foi a experiência de atuar com os colegas de profissão e como essas participações cobraram mais do personagem. “Para o Doni, é uma experiência surreal, uma conquista para ele, esse feat com artistas grandes. E para mim, foi muito legal estar contracenando com meus amigos de fora da série, até para eles conhecerem essa realidade do cinema”.
Diferentemente do personagem, Jottapê não teve o funk como primeira opção. O ator já possuía um belo currículo na dramaturgia mesmo antes de atuar na série. Entre os títulos que ele ostenta está o filme O Menino da Porteira (2009), a novela Avenida Brasil (2012), da TV Globo, e Chiquititas (2013), do SBT.
Na carreira musical, o Jottapê avalia como a série retrata o início da carreira de um funkeiro e compara a história dele com a do personagem: “eu sempre digo que [a série] mostra exatamente como é um MC de periferia crescer, os caminhos e obstáculos que ele precisa ultrapassar. Eu acho que ela faz isso muito bem. Eu passei pelo que o Doni está passando”.
Religião na vida e na arte
Assim como Doni, os outros dois protagonistas também evoluíram na nova temporada. No caso de Rita, novos passos na igreja e um possível romance fazem parte da trajetória dela. A atriz Bruna Mascarenhas deseja um grande futuro para a personagem. “Ela ainda está se encontrando. Ela não tem um grande sonho, a perspectiva dela é se estabelecer, ter uma vida confortável, ser feliz e fazer a diferença de certa forma. Eu espero que ela possa encontrar um caminho”.
E não foi só a personagem que passou por mudanças com a série. Bruna viu um processo muito parecido com o da personagem acontecer dentro de casa: “O meu irmão, nesse intervalo de dois anos entre uma temporada e outra, se converteu. Às vezes eu me questionava ‘acho que tudo acontece muito rápido com a Rita, será que é isso?’ E, com o meu irmão, eu realmente vi como essa transformação [converter-se ao cristianismo] é avassaladora. Muda mesmo o seu jeito de pensar, de ver o mundo, de se relacionar com as outras pessoas”.
A “caminhada” de Nando
Da mesma forma que os amigos estão enfrentando novos desafios nessa etapa, o mesmo acontece com Nando. O personagem passa a comandar o crime organizado na comunidade onde cresceu e como já sabemos, “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”. Nando passa a responder pelos problemas do dia-a-dia como a realização de bailes funk e também a casos maiores, como extravio das mercadorias ilícitas que deveriam chegar na favela.
Christian Malheiros, que em breve vai estrelar ao lado de Rodrigo Santoro o filme 7 Prisioneiros, contou como foi a preparação para encarar essa nova proposta e como enxerga essa mudança em Nando. “A segunda temporada mostra, individualmente, o drama de cada personagem. O Nando começa a entender muitas coisas, ele começa a subir para se tornar patrão, mas também passa a entender que as escolhas dele afetam o entorno”, diz o ator. “Ele amadurece nesse senso de responsabilidade porque, no fundo, ele não tem a pretensão de matar ou qualquer outra coisa”, continua.
Um “salve” para os fãs
O trio de protagonistas ainda prometeu muita coisa boa e mandou recados exclusivos para o público do Omelete:
“Vai ter o lançamento da segunda temporada tão esperada. Vocês não podem perder. Vai ter muita coisa boa, muito hit, muito tudo… tudo de bom!”
Jottapê
“Se reúnam com as suas famílias, com seus amigos, porque eu acho que a série traz muito isso. Ela fala muito sobre família. A segunda temporada fala muito também das escolhas que a gente pode ter. O Doni, a Rita e o Nando escolheram ser família e eu acho que essa é uma mensagem importante”.
Bruna Mascarenhas
“Além de tudo isso que eles falaram, a série também é sobre sonhos. Então, siga seus sonhos!”
Christian Malheiros
A série voltada para o público teen, repetiu a fórmula da primeira temporada nos novos episódios, além de ter adicionado os nomes de peso que citamos acima. Com uma linguagem simples e situações que conversam com a vivência da periferia, Sintonia conquistou muitos fãs em seu primeiro ano e tende a fazer o mesmo com os novos episódios.
A produção foi criada por KondZilla, Guilherme Quintella e Felipe Braga sendo assinada por diversos roteiristas. A segunda temporada de Sintonia chega completa ao catálogo da Netflix nesta quarta-feira (27) e a primeira está disponível no streaming.
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