Succession | Connor "seria um desastre" como presidente, diz Alan Ruck

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Séries e TV

Entrevista

Succession | Connor "seria um desastre" como presidente, diz Alan Ruck

Ator conversou com o Omelete sobre a série

Omelete
4 min de leitura
16.05.2023, às 06H00.
Atualizada em 16.05.2023, ÀS 07H59

Após temporadas de expectativas, Succession finalmente teve sua eleição presidencial. Para surpresa de ninguém, Connor, o filho mais velho do patriarca Logan Roy (Brian Cox), não foi longe na disputa – muito para o alívio de seu próprio intérprete, Alan Ruck. “Seria um desastre”, disse o ator em conversa com o Omelete.

Ele não tem compreensão, nem noção do que o trabalho [de presidente] implica”, continuou. “Acho que ele pretendia só contratar muitas pessoas competentes, delegar, e deixá-las tomando conta de tudo enquanto ele faria discursos. Ele está totalmente fora da caixinha, em muitos sentidos”.

Na entrevista, que aconteceu na época da estreia da quarta e última temporada da série, Ruck afirmou sentir que Connor “não estava vivendo no mundo real”. “Eu acho que há vezes em que ele pensa: ‘bem, se meu pai conseguiu, eu consigo. Ken acha que consegue, eu consigo’. Ele não tem noção. Eu acho que ele provavelmente chegou a fazer faculdade de administração e achou que era bobagem, e depois tentou a escola de artes e percebeu que não tinha talento algum; e então ele percebeu que nunca mais teria que trabalhar na vida”.

Não dá para negar que Connor passou por alguma fortes emoções na temporada derradeira de Succession – foi especialmente palpável o alívio sentido por ele após uma certa reviravolta. Para Ruck, no entanto, não é possível dizer que o primogênito tenha evoluído muito desde o início da série.

Ele tinha esse plano de concorrer à presidência para impressionar o pai, o que foi uma constante, e ele tentou fortalecer seu relacionamento com Willa, que, contra seu próprio bom-senso, desenvolveu sentimentos por ele”, notou o ator. “Mas não sinto que ele mudou muito. Jesse Armstrong [criador da série] tem uma teoria de que as pessoas não mudam, e acho que isso é verdade em relação ao Connor”.

Questionado sobre como os quatro filhos Roy se sairiam sem dinheiro, o intérprete de Connor disse acreditar que todos estariam em maus lençóis. “Claro que o óbvio [que se daria mal] é o Connor, mas todos eles são tão mimados, e pensam que são melhores do que todo mundo. Sem as vantagens que eles tiveram por causa dessa enorme riqueza, não acho que eles teriam ido muito longe”.

É difícil porque eles foram muito privados de amor”, ponderou Ruck. “Eles tiveram tudo, menos amor. Mas não acho que nenhum deles se sairia muito bem sem o dinheiro”.

Falando em dinheiro, aliás, o ator afirmou que Succession é muito realista em seu retrato dos ultra-ricos. “É uma pequena porcentagem das pessoas que são donas da maior parte do mundo. É muito desanimador; os ricos e poderosos manipularam as situações. Historicamente, os salários sempre subiram com o aumento de produtividade, mas isso não aconteceu nos últimos 40 anos, a partir do [presidente norte-americano] Ronald Reagan. A vida das pessoas comuns ficou muito mais difícil, para o prazer da elite. Acho que somos muito precisos quando retratamos como essas pessoas vivem e pensam”.

Ele completou: “Eles acham que são melhores do que todos. Antes, tínhamos reis, rainhas e imperadores, mas agora são capitães da indústria, que acham que o mundo pertence a eles e que nós somos só outro recurso natural”.

“Ponto alto”

Ruck, alçado à fama como o Cameron de Curtindo a Vida Adoidado (1986), definiu Succession como “a série que estava esperando há 30 anos”. “Quando ela finalmente chegou, pude trabalhar com alguns dos melhores atores, roteiristas e diretores que há. Se eu nunca mais fizer algo assim de novo, eu tive isto, e é definitivamente um ponto alto da minha carreira. Talvez o mais alto”, confessou.

O ator vai sentir saudades, principalmente, dos colegas. “Todo mundo vinha para dar o seu melhor, e é uma forma muito emocionante de trabalhar”, recordou. “Quando você está em um ambiente assim, você não pode andar no automático. Você tem que se entregar, fazer o seu melhor e dar tudo o que tem, e eu gostei disso”.

Succession é exibida aos domingos, às 22h, na HBO e na HBO Max. O último episódio da série vai ao ar no dia 28 de maio.

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