Sarah Snook está prestes a encerrar um ciclo em sua carreira: neste domingo (28), quando for ao ar o último episódio de Succession, a atriz deixará para trás o papel de Siobhan Roy – Shiv para os íntimos –, a filha do magnata Logan Roy. E o desfecho, segundo ela, não deixará todos felizes.
“O final não é o que eu imaginava, mas eu não poderia ter imaginado algo melhor”, diz ela em conversa com o Omelete, chamando o criador da série, Jesse Armstrong, de “gênio”. “É um final irritantemente satisfatório. É irritante porque nem todo mundo ficará satisfeito com ele. Então é meio que perfeito, ele se encaixa no mundo da série”.
Sendo Shiv
Desde já tida como uma das favoritas na disputa de melhor atriz no Emmy 2023, o Oscar da TV, Snook conta que por pouco não deixou de lado a oportunidade de interpretar Shiv. “É a personagem mais difícil que eu já fiz; e não era uma personagem que eu queria interpretar no começo”, lembra. “Eu sentia que era muito diferente da personagem para fazer um bom trabalho. Eu não tenho uma experiência pessoal com esse tipo de riqueza, então achei que talvez fosse um salto muito distante”.
No entanto, a decisão de seguir adiante valeu a pena. “Foi muito especial para mim. Foi o meu trabalho mais desafiador, no que diz respeito à improvisação que era permitida, às cenas de comédia que eu tive que fazer, mas foram desafios recompensadores. Estou pronta para seguir em frente com outras personagens e aplicar o que aprendi, mas Shiv é uma das minhas personagens favoritas, com certeza”.
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A atriz não acha que seria amiga de Shiv na vida real – “Não acho que eu gostaria da duplicidade dela, mas gostaria da forma como ela é direta” –, mas encontrou uma identificação com a personagem na forma como ambas amadureceram ao longo das quatro temporadas de Succession.
“Shiv era um pouco rebelde, orgulhosa de estar fora dos negócios da família e de todos os esquemas que são parte de ser uma Roy, mas ela obviamente é seduzida por isso, e acho que parte disso reflete o crescimento dela, que deixou de ser uma garota com 20 e poucos anos para se tornar uma mulher independente. Eu gostei dessa trajetória, porque reflete a minha também”.
Para Snook, essa quarta e última temporada foi ainda mais interessante, já que lhe permitiu mostrar outros lados de Shiv. “Foi divertido de fazer, porque ela pôde expor mais vulnerabilidade e ternura. Acho que a traição de Tom e a traição da mãe e do pai [no final da terceira temporada] fizeram Shiv recalibrar e pensar em quem ela é, como ela afeta aqueles a seu redor, e não vimos muito disso antes”.
Questionada se aprendeu com Shiv algum “power move”, alguma jogada estratégica, a atriz responde que foi o de escutar mais. “Shiv é uma pessoa capaz de ficar quieta se ela sente que essa é a melhor jogada, e isso é um power move. Às vezes é melhor só escutar e deixar a pessoa se colocar numa posição complicada do que interrompê-la”.
O sucesso de Succession
Ao falar sobre o êxito que a série teve, Snook o atribui ao retrato que a produção faz da riqueza – que, definitivamente, não traz só alegrias para os Roy. “Nós ansiamos por riqueza e poder, por ter essas coisas. Mas, secretamente, nós ficamos felizes por saber que nada disso traz felicidade”, diz.
Conta também, na opinião da atriz, o fato de Succession ser, acima de tudo, uma história de família – uma família muito disfuncional, mas ainda assim uma família. “É sobre as interações dessa família e sobre como eles não se amam da forma que deveriam; e todo mundo tem algum tipo de família, então há uma identificação aí também”.
O episódio final de Succession vai ao ar neste domingo (28), às 22h, na HBO e na HBO Max.