Não faltaram opções para maratonar em 2023. De produções elogiadíssimas como Succession e O Urso a hits globais como o live-action de One Piece (ou locais como Cangaço Novo), o ano provou que TV de qualidade continua sendo coisa seríssima -- ainda bem!
A seguir, a redação do Omelete escolheu as melhores séries do ano. Confira:
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Star Wars: Visions
Assim como na primeira temporada, a série de curtas do universo Star Wars expandiu ainda mais os limites da galáxia em seu segundo ano. Trazendo artistas de todas as partes do mundo para produzir a série, a nova leva de episódios deu um sabor mais diverso à franquia, com novos planetas, novas culturas e novos debates. Isso agigantou ainda mais o precioso universo de George Lucas, nos fazendo lembrar o porquê de amarmos essas histórias. Você pode ler a crítica completa aqui! - Por Pedro Henrique Ribeiro
Gen V
Podemos ser honestos? Antes de assistir a Gen V, ninguém esperava que o spin-off de The Boys fosse ser tão bom, mas que surpresa agradável a nova série do Prime Video se tornou. Utilizando elementos característicos que tornaram a série original um sucesso, a produção tem um toque adolescente, mas sem perder a essência "transtornada" de The Boys, com muito sangue, violência e dramas necessários para o crescimento de seus personagens. Outro ponto positivo foi a escolha do elenco, que consegue transparecer todos os dilemas adolescentes em seus personagens e na relação com seus poderes - com destaque para Marie (Jaz Sinclair), Cate (Maddie Phillips) e Emma (Lizze Broadway). O que esperar do futuro da série? Ainda não sabemos, mas algumas respostas virão com a 4ª temporada de The Boys. - Por Ju Melguiso
One Piece
As expectativas ao adaptar um anime tão famoso e com uma fanbase forte como One Piece sempre são mistas - se por um lado a trama tem potencial para gerar um ótimo produto final, por outro o histórico de live-actions não dá muitas esperanças positivas. A Netflix, portanto, tinha um trabalho difícil pela frente, e acertou na mosca com a adaptação da obra de Eiichiro Oda. Tanto fãs da obra original quanto pessoas que nunca tinham entrado em contato com os Chapéus de Palha foram conquistados pelos piratas de carne e osso, seja pela produção bem feita, pelos personagens carismáticos (destaque aqui para o trabalho de casting dos protagonistas!) ou pelo rico universo introduzido neste primeiro ano. É claro que a temporada não foi perfeita - algumas escolhas de roteiro, como o foco no núcleo da Marinha, não agradaram aos fãs mais preciosistas -, mas, otaku ou não, todo mundo teve o coração derretido por Luffy, Zoro, Nami, Usopp e Sanji em 2023. - Por Le Cangane
The Other Two
Pode parecer um exagero, mas a terceira (e última) temporada de The Other Two, uma sátira afiada do show business exibida pela HBO Max, alcançou quase a perfeição. Embora os episódios tenham mostrado a dupla de irmãos -- e os "outros dois" do título -- Carey (Drew Tarver) e Brooke Dubek (Heléne Yorke) finalmente sentindo o tão sonhado gostinho da fama, a verdadeira graça dos episódios finais foi acompanhar a derrocada de ambos devido à inveja e ao sentimento de solidão, comprovando a evolução de ambos os personagens. Em termos de comédia, a série também conquistou um espaço no panteão ocupado por The Comeback e 30 Rock, paródias do entretenimento com roupagem de desenho animado, e comprovou que não há limite para o absurdo - apenas novos patamares de insanidade. Com piadas envolvendo uma peça sobre gays com AIDS nos anos 1980 (episódio merecidamente indicado ao Emmy de Melhor Roteiro deste ano), pessoas "comuns" desaparecendo em festas de celebridades, ou um episódio centrado na paródia de dramas procedurais, The Other Two se despediu, deixando a sensação de que muito provavelmente não teremos a chance de ver algo tão criativo e sem pudores na televisão tão cedo. - Por Flávio Pinto
Succession
O anúncio de que o quarto ano de Succession seria o último provocou surpresa, mas ao fim de mostrou acertado: o drama satírico da HBO, criado por Jesse Armstrong, concluiu a saga de sua grande (e rica) família em uma temporada memorável, que trouxe alguns dos melhores episódios da história recente da TV. Caminhando sobre uma trilha meticulosamente construída nas temporadas anteriores, o roteiro jogou seus protagonistas em um turbilhão emocional inevitável e deu uma complicada resposta -- a única possível -- para a questão sobre a sucessão do império de mídia bilionário que esteve no centro da série. Foi um final à altura da produção, abrilhantada por um elenco afiado capitaneado por Brian Cox, Jeremy Strong, Sarah Snook e Kieran Culkin. - Por Beatriz Amendola
A Queda da Casa de Usher
Eu não tinha “Mike Flanagan criando uma das séries de horror mais divertidas dos últimos tempos” no meu bingo de 2023, mas ainda bem que o criador de Residência Hill e Missa da Meia-Noite tinha essa surpresa na manga. A Queda da Casa de Usher mostra que a excelência infalível do cineasta não abarca só dramas de horror verborrágicos que investigam a profundidade da alma humana e de seus arrependimentos, mas também uma gorefest com comentários sociais afiados, instinto impecável para narrativas satisfatoriamente circulares e gosto irrepreensível pela caricatura dos obscenamente ricos… ah, é, sem contar que nada na TV de 2023 foi capaz de bater o deleite de ver Carla Gugino enterrando seus dentes em um papel que a merece. - Por Caio Coletti
Sex Education
Que bom foi poder dar um adeus bonito a Sex Education, uma das melhores séries já feitas pela Netflix. Depois de um terceiro ano meio instável, era difícil imaginar como Sex Ed poderia conciliar tanta coisa, com novos personagens, nossos protagonistas espalhados em continentes diferentes, novas escolas e tudo mais. Mas a criadora Laurie Nunn encontrou um jeito lindo de encerrar jornadas sem fazer parecer que a vida de Otis, Eric, Maeve e companhia acabou por aqui - a gente só teve o prazer de acompanhá-los até essa etapa, e agora eles continuam sem nós. - Por Ju Sabbaga
Cangaço Novo
Não quero entrar no clichê de “Brasil agora faz produções tão boas quanto as gringas”, mas Cangaço Novo colocou - sim - o audiovisual brasileiro em um novo patamar. A saga dos irmãos Vaqueiro é ação, é western e é drama, com roteiro, direção e atuações que não devem nada para nenhuma série do gênero feita em inglês esse ano, isso sem perder a cor local do sertão nordestino ou cair nos chavões da região. Muitos méritos para o diretor Aly Muritiba, que se consolida como um dos grandes nomes de sua geração. Mas preciso também exaltar a atuação arrebatadora de Alice Carvalho como Dinorah Vaqueiro. Para dar gatilho durante a espera de uma provável segunda temporada. - Por Jorge Corrêa
O Urso
Parecia improvável que a segunda temporada de O Urso pudesse superar — ou, mesmo, equiparar — o êxito do primeiro ano. Mas, mais uma vez, o criador Christopher Storer se propôs a tirar seus personagens da zona de conforto de um modo impactante e nada previsível. Ao transformar o restaurante em obras na panela de pressão particular, a série mergulhou de fato nos dilemas de Carmy (Jeremy Allen White), Syd (Ayo Edebiri) e companhia. O elenco, novamente, elevou o texto já impressionante e sensível, dando origem a alguns dos episódios mais memoráveis do ano. - Por Mariana Canhisares