O cinema e a TV sempre exaltaram algumas profissões. Médicos, advogados e policiais são profissionais que frequentemente ganham séries e filmes falando sobre suas rotinas difíceis e contribuições para a sociedade. Assim, ao conhecer The Rookie, série sobre um homem de meia idade que se torna recruta no Departamento de Polícia de Los Angeles, é fácil imaginar que o foco também é esse. Mas durante nossa visita ao set da produção, na mesma cidade em que a trama é situada, o showrunner Alexi Hawley fez uma revelação: The Rookie não é exatamente sobre ser um policial.
“Há uma narrativa muito boa, porque essa é uma série sobre pessoas disfarçada de uma série policial. [Agora] temos John Nolan e os outros novatos, mas sempre há coisas novas para contar. Nolan sempre será um alguém mais velho em um nível iniciante. Mesmo em um segundo ano, quando ele se tornar um oficial treinador, ele será o mais velho entre eles, então acho que há muitas histórias para explorar”, afirma Hawley para uma mesa cheia de jornalistas de várias partes do mundo.
Nesse sentido, o showrunner compara a série com atrações como ER - Plantão Médico e Grey’s Anatomy, que também têm uma profissão como base e usam esse gancho para contar outras histórias: “As pessoas chegam ao hospital com várias problemas e os personagens precisam lidar com isso e essas coisas mudam os protagonistas. Então qualquer que seja a história da semana, ela vai impactar no que os personagens que você conhece estão passando. Enquanto a narrativa for abordada dessa forma, você tem histórias para contar por muitos dias”.
Essa dinâmica é apresentada logo no primeiro episódio de The Rookie, que teve a ambiciosa missão de fechar o Hollywood Boulevard para a gravação de uma grande sequência externa. Hawley afirma que o desenvolvimento dessa cena fala muito sobre o que os fãs podem esperar dos próximos episódios: “Há momentos na série que são divertidos e outros não. Na cena do Hollywood Boulevard há esse homem falando sobre unicórnios, começa uma perseguição e tudo parece um videoclipe, mas a verdade é que esse homem tinha problemas mentais e estava procurando pelo filho. Então tudo de repente ficou mais difícil e tenso. Eu gosto do fato de que tudo isso está dentro da mesma história”.
Mas se a série pode ser comparada a outras séries por alguns aspectos, ela se diferencia por ser baseada em uma trama real. O showrunner recebeu o contato do produtor Mark Gordon, que tinha adquirido os direitos para adaptar a história de um homem na faixa dos 40 anos, que se mudou da Pensilvânia para ser um policial em Los Angeles: “Eu o conheci e tivemos várias conversas sobre como foi a experiência dele, as histórias que ele vivenciou e usamos muitas delas na série. Há ideia dinâmica de uma ‘segunda chance’, que eu acho relevante nos dias atuais”.
Para Hawley, é esse aspecto, acima de todos os outros, que faz de The Rookie uma série interessante para o público de qualquer idade: “Sempre existiu a piada sobre a crise de meia idade, mas acho que atualmente todas as gerações passam por suas crises, em termos de ‘o que eu vou fazer da vida?’. As pessoas não ficam mais sofrendo até os 40 anos em trabalhos que não gostam. Acho que quem está na casa dos 20 ou 30 anos também pensa sobre o caminho que quer trilhar. ‘E se eu não quiser fazer isso? E se eu quiser outra coisa?’. Para mim, isso é o que torna essa história tão universal”.
The Rookie é transmitida no Brasil todas as quintas, na Universal TV.