Upload, série do Amazon Prime Video que retorna nesta sexta-feira (11) para sua segunda temporada, é definitivamente cria de Greg Daniels, o mesmo roteirista e produtor por trás de The Office, Parks & Recreation e Space Force – o seu humor não deixa mentir. Mas a série tem uma ambientação muito diferente das “irmãs”: ela se passa em um mundo no qual os humanos podem fazer o upload de sua consciência para um mundo virtual, uma espécie de pós-vida digital.
A ideia é futurista, mas já estava com o autor há mais de trinta anos, quando ele escrevia para o Saturday Night Live – como ele mesmo conta ao Omelete. “Eu tive a ideia quando estava tentando criar uma esquete. Nela, eu questionava o que aconteceria se você pudesse colocar sua consciência em um video-game e criar o seu próprio céu, talvez até uma sociedade inteira do zero. Como isso seria?”
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“Mas bem, nada que os humanos criam é perfeito”, completa. “Há comédia na diferença entre expectativas e realidades. E parecia um ótimo jeito de falar de esperança, tecnologia e equidade na sociedade, e de como somos dependentes de grandes corporações e estamos um pouco indefesos”.
Não à toa, o pós-vida do protagonista de Upload, Nathan (Robbie Amell), é complicado. Ele é enviado pela namorada rica ao “céu” de Lake View. Para quem tem acesso a um plano de dados ilimitado, ele tem instalações de luxo; para os outros, no entanto, ele reserva uma existência quase subumana, com poucos recursos à disposição – um tema que é aprofundado nos novos episódios.
“É um assunto muito filosófico. Mas se nós começarmos a notar e falar sobre isso, nós podemos de certa forma reconquistar nossa habilidade de controlar nosso destino”, acrescenta Daniels.
Casamento às Cegas?
Mas Upload também é uma história de amor – no caso, entre Nathan e Nora (Andy Allo), funcionária de Lake View que está viva no mundo real e, por meio de recursos de realidade virtual, ajuda o protagonista e outros residentes a se adaptarem às suas novas vidas. E Daniels diz que sempre achou a ideia desse novo pós-vida “muito romântica”.
“Quando você se apaixona e se casa, você diz ‘até que a morte nos separe’, e esse é o aspecto trágico que torna histórias de amor tão intensas”, nota. “Mas e se você pudesse se apaixonar por alguém que já morreu? Como você supera isso? É uma forma de você conhecer alguém sem o elemento físico para saber se as almas são mesmo compatíveis? Talvez seja uma forma de você se apaixonar mais profundamente se você não estiver pensando nisso. Basicamente, é muito parecido com Casamento às Cegas”, diz, bem-humorado.
No reality-show da Netflix – que inclusive tem uma versão brasileira –, solteiros se conhecem sem se ver, conversando através de cabines separadas. Só depois de feito o pedido de casamento é que eles podem se ver pela primeira vez.
Vem (mais) aí?
A segunda temporada de Upload expande significativamente o universo que havia sido estabelecido na primeira. Conhecemos, por exemplo, o time de segurança de Lake View e mais do mundo externo ao pós-vida. Mantendo o mistério, Daniels diz já saber que outros aspectos gostaria de explorar no futuro da série.
“Tenho muitos planos, caso cheguemos à terceira temporada, de ir além, olhar para outros elementos e explorar mais os personagens. O fim do segundo ano vai deixar o público querendo mais, então tenho esperança que consigamos continuar contando esta história”.
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