Iluminadas | Wagner Moura pediu para falar português em nova série da Apple

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Séries e TV

Entrevista

Iluminadas | Wagner Moura pediu para falar português em nova série da Apple

Em entrevista ao Omelete, ator fala sobre nova produção, parceria com Elisabeth Moss e o Brasil no streaming

Omelete
4 min de leitura
29.04.2022, às 06H00.
Atualizada em 29.04.2022, ÀS 13H04

No terceiro episódio de Iluminadas (Shining Girls), nova série do Apple TV+ que estreia nesta sexta-feira (29), Dan Velásquez, o personagem de Wagner Moura, surge em cena falando português com seu filho. O momento traz um vislumbre da vida pessoal de Dan, jornalista que ajuda Kirby (Elisabeth Moss) a encontrar o homem que tentou matá-la anos antes – e foi fruto de um pedido do próprio ator.

Eu pedi para falar português, é uma piscadela para o Brasil, para o meu país”, diz Moura em conversa com o Omelete. Ele admite que a ideia, a princípio, causou estranhamento para a showrunner Silka Luisa, que adaptou a série a partir do livro homônimo e queria manter as origens caribenhas do personagem – no papel, porto-riquenho.

A roteirista, no entanto, aceitou a sugestão para tornar o personagem brasileiro, e gostou do resultado. “Ela veio falar comigo depois e disse que foi a melhor coisa. Porque é orgânico, né? É orgânico eu falar com aquela criança em português. Nos Estados Unidos, há vários lares em que há essa mistura, em que o pai fala em português e a criança responde em inglês. Então eu quis falar na minha língua também”.

Dan ainda permitiu a Moura retornar a outra de suas raízes: o jornalismo. O ator é formado pela Universidade Federal a Bahia e chegou a exercer a profissão antes de se dedicar à carreira de ator. “Uma coisa que eu gosto muito é que o Dan é um excelente jornalista, e isso para mim é uma coisa muito legal, porque eu sou jornalista também e tenho muita admiração pelos jornalistas”, diz ele, que também fica feliz de trazer às telas um exemplo positivo em um momento em que a profissão é tão atacada.

Hoje o jornalismo está em xeque”, diz. “Você vê Trump e Bolsonaro falando merda sobre jornalistas, desacreditando o trabalho de jornalistas, assessor se informando pelas redes sociais, esse tanto de fake news… então acho importante apresentar um personagem que seja um jornalista”.

Parceria com Elisabeth Moss

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Animado com o papel de Dan – que é “um prato cheio”, como descreve o ator –, Wagner Moura também celebra a parceria com Elisabeth Moss (ou Lizzie, como ele a chama), conhecida por seus papéis em The Handmaid’s Tale e Mad Men. “Eu adoro ela, ela é uma atriz incrível e uma diretora incrível, que dirigiu dois episódios na série. E ela virou uma amiga muito querida. Tô doido para levar ela para o Brasil, para Salvador”, completa Moura, referindo-se a sua cidade natal.

O ator ainda dá um gostinho de como seu Dan e a Kirby de Moss vão se aproximando – um dos pontos mais interessantes da série nos quatro episódios que o Omelete já viu. “Ele está voltando ao jornal depois de um tempo afastado, e a princípio o interesse dele tem a ver com ambição profissional, mas com o tempo ele vai reconhecendo naquela mulher algo que ele também tem, e ajudá-la se torna algo pessoal. É bonito o jeito como eles vão se abrindo um para o outro, aos poucos”.

Brasil no streaming (e no mundo)

Sete anos após ter estreado na Netflix como o Pablo Escobar de Narcos, Wagner Moura vê como natural a tendência crescente de estúdios e plataformas apostarem em talentos brasileiros – Bruna Marquezine, anunciada no filme da DC Besouro Azul, é a mais recente de uma lista que inclui também nomes como Alice Braga, Maria Fernanda Cândido e Rodrigo Santoro.

Eu acho que nós somos muito bons no que fazemos. Nossa galera é boa, então a tendência é que eles abram essa porta para atores e mais gente da indústria virem trabalhar aqui”, diz, antes de fazer uma ressalva: “Se quiserem, né? Por que não é que aqui seja nenhum oásis. É um lugar em que você vai experimentar coisas novas, falar outra língua, se desafiar”.

O ator, no entanto, nota que o streaming em especial tem um papel importante no atual momento que o Brasil vive. “A gente faz bom cinema no Brasil, mas vive um momento ruim agora, por conta da brutalidade desse governo, que quer destruir a cultura – e conseguiram, né? O nosso audiovisual sobrevive por causa dos streamings”, afirma ele, que enfrentou o problema em primeira mão com as dificuldades para lançar Marighella, sua estreia na direção.

Agora, depois de lançar Iluminadas, Moura tem outros projetos internacionais à vista: ele estará em Agente Oculto, longa dos Irmãos Russo (Vingadores: Ultimato) que estreia ainda este ano; será um dos dubladores do filme do Gato de Botas; e ainda lançará Civil War, novo filme de Alex Garland (Ex-Machina), que está em filmagens em Atlanta, na Geórgia. O ator, inclusive, pretende encontrar uma colega brasileira por lá em breve: “A Bruna Marquezine deve filmar aqui também, vou procurar saber quando ela vem”. Ficamos na torcida pela reunião desses dois talentos brasileiros!

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