Denise Gough sabe que muita gente se pegou relutantemente gostando da oficial do Império Dedra Meero na primeira temporada de Andor. O roteiro de Tony Gilroy investiu tanto na construção da personagem, uma jovem ambiciosa e inescrupulosa que era sufocada de todos os lados pela burocracia de um sistema masculinizado, que nem mesmo a brutal cena de tortura de Bix (Adria Arjona) no finalzinho da temporada fez com que o público se virasse totalmente contra ela. Mas isso pode mudar no segundo ano, como ela contou em entrevista exclusiva ao Omelete.
“Definitivamente [vemos] uma representação muito mais brutal do Império na segunda temporada, e o papel que Dedra desempenha nisso é muito sombrio”, prometeu Gough, falando ao lado do seu colega de cena Kyle Soller, que interpreta o subestimado funcionário imperial Syril Karn na produção do Disney+. Conforme a segunda e última temporada de Andor chega à plataforma - os três primeiros episódios já estão no catálogo, e os capítulos seguintes chegam semanalmente, sempre em trios, nas próximas terças-feiras -, os dois atores entregaram um pouquinho do que esperar desse desfecho pra lá de sombrio.
OMELETE: Eu preciso dizer que estou muito empolgado para falar com vocês dois, porque Dedra e Syril são personagens incríveis, o que é realmente um testamento à qualidade do roteiro de Andor. Como foi para vocês interpretar esses vilões que são tão cruéis, e ao mesmo tempo tão amados pelo público?
GOUGH: Acho que, na primeira temporada, houve um certo nível de diversão e prazer em interpretá-los - mas certamente, para mim, este segundo ano foi muito mais sombrio. Quer dizer, eu conseguia até entender o quanto as pessoas gostaram daquela cena de tortura com a Dedra na temporada anterior, mas há algo sobre o que acontece na segunda temporada que... eu não consigo realmente aceitar isso. É definitivamente uma representação muito mais brutal do Império na segunda temporada, e o papel que Dedra desempenha nisso é muito sombrio.
Então, desta vez, não foi algo caricato e divertido, sabe? Tipo ‘oh, que legal, sou uma vilã de Star Wars’. Foi mais como, ‘oh Deus, sou uma fascista de Star Wars". Não dá para dar um chute no ar e fingir que é algo divertido ou camp.
OMELETE: Minha próxima pergunta reflete um pouco disso. Quando Andor começou, já sabíamos que ela terminaria após a segunda temporada - então, me pergunto: vocês dois ficaram surpresos quando descobriram o destino final de seus personagens? Mudou a forma como vocês os viam?
SOLLER: Acho que vocês podem esperar uma mudança muito grande. Continuando em cima do que a Denise disse, acho que o tom da segunda temporada é muito sombrio, muito sofisticado, muito adulto. Tudo que foi estabelecido no final do episódio 12, na primeira temporada, se concretiza nesse novo ano. Então você consegue Syril e Dedra negociando o seu relacionamento, qualquer que ele seja.
Eu fiquei muito surpreso com os arcos de ambos, e com muitos dos arcos dos personagens na temporada. Não aconteceu muita coisa que achei previsível, é uma temporada incrivelmente ambiciosa, e imensamente comovente. Há tanto coração colocado nela, mas também tanta escuridão. Fiquei muito animado quando li os episódios pela primeira vez.
GOUGH: Eu fiquei arrasada com o final da história de Syril. E estou satisfeira, muito satisfeita, com o final de Dedra. Falando puramente do ponto de vista de alguém que também assiste à série, acho que a imagem final dela é… é simplesmente perfeita. Acho que o público sentirá que aquilo é uma recompensa para eles, de certa forma, enquanto o final de Syril é muito doloroso.
OMELETE: Certo, mas Star Wars é um universo em constante expansão, que frequentemente vai e vem dentro de sua própria linha do tempo. Então, se vocês fossem chamados, estariam dispostos a reprisar Dedra e Syril em outro projetos? Quais tipos de histórias eles ainda poderiam contar?
GOUGH: Oh, meu Deus, se Tony Gilroy escrevesse qualquer coisa - qualquer coisa mesmo! - eu aceitaria na hora. Eu shipparia! Acabamos de aprender em outra entrevista o que significa shippar, então acho que nós dois ‘shipparíamos’. [Risos]
SOLLER: Com Tony e esses roteiristas? Com certeza! Eu acho que ele cria personagens tão plenamente realizados, e ao mesmo tempo em constante desenvolvimento dentro de si mesmos… e isso é perfeito, porque temos muito o que interpretar na tela, mas você também poderia fazer um derivado de cada uma dessas criações, e haveria material para isso!
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