[Spoilers de The Mandalorian – “As Minas de Mandalore” à frente]
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- Como primeiro episódio da temporada explicou ausência de Gina Carano
- Pedro Pascal reflete sobre nova dinâmica de Grogu e Mando em The Mandalorian
- Criadores da série dizem que Pascal é subestimado em Hollywood
Sem enrolação, a terceira temporada The Mandalorian resolveu o que parecia ser uma das principais jornadas de seu protagonista já em seu segundo episódio. Conforme o título do capítulo já adianta, “As Minas de Mandalore” traz Din Djarin (Pedro Pascal) e Grogu explorando o planeta natal da Doutrina em busca das Águas Vivas, cujo banho é a única forma de ele se redimir de seus pecados passados.
Dirigido por Rachel Morrison, o episódio começa com uma bela dose de comédia, proporcionada pela sempre incrível Peli Motto. Novamente procurada por Mando, que busca peças de reposição para IG-11 (Taika Waititi), a mecânica lhe oferece uma alternativa na forma de R5-D4, o dróide defeituoso que fez sua estreia lá em Star Wars - Uma Nova Esperança. Assim como foi em suas aparições anteriores em The Mandalorian e O Livro de Boba Fett, Amy Sedaris rouba a cena, seja falando jawanês ou tentando empurrar o astromecânico covarde para o colo de Djarin. Mesmo que apareça apenas nos primeiros minutos de “As Minas de Mandalore”, ela garante que o episódio tenha um começo empolgante – embora um pouco destoante do resto do capítulo.
Agora acompanhados também de R5, Mando e Grogu partem direto para Mandalore, com o caçador de recompensas aproveitando a oportunidade para ensinar o filho a ler mapas e a navegar pela galáxia – algo essencial para qualquer mandaloriano. O momento fofo aprofunda a relação entre os dois personagens, cuja dinâmica está cada vez mais doce e realista, mesmo sendo interpretada por um boneco e um personagem que raramente mostra o rosto.
Ao chegar no planeta e constatar, após um breve combate com alguns sobreviventes subterrâneos, que a atmosfera de Mandalore não é tóxica, Djarin e Grogu buscam pelas tais minas. Aqui, Morrison começa a introduzir elementos de terror, tornando intenso cada passo dado por Mando nas grutas escuras do planeta. Jogando com sombras, a diretora espalha restos de armaduras mandalorianas pelo chão, evidenciando o perigo iminente que o caçador de recompensas e o ex-futuro-jedi enfrentam no episódio.
Morrison aproveita essa atmosfera horripilante para introduzir personagens tão bizarros quanto assustadores, garantindo sustos que atingem tanto o público quanto os personagens. A captura de Din pelo que parece uma aranha robótica e a fuga subsequente de Grogu são cheias de desespero e, por mais que já se soubesse que a jornada de Mando não seria fácil, os riscos inesperados passam uma sensação de urgência real e o espectador sente na pele a pressa do Yodinha para buscar Bo-Katan (Katee Sackhoff) e salvar seu pai.
Introduzida como possível antagonista da temporada na semana passada, a princesa mandaloriana relutantemente aceita o pedido de ajuda de Mando e Grogu, mas, uma vez de volta a Mandalore, justifica seu status como uma das maiores lutadoras de Star Wars. Sem grandes dificuldades – e brandindo o Sabre Sombrio com maestria –, Bo-Katan desce as minas infestadas de perigos e derrota o monstro que capturou Djarin antes de levar caçador de recompensas para um lugar seguro.
Em um dos poucos momentos de calmaria do episódio, Bo-Katan e Mando debatem sobre a importância da Doutrina para o povo mandaloriano e como ela afetou a vida de ambos. A cena simples, que basicamente traz os dois sentados à fogueira, desafia mais uma vez a visão de Djarin sobre o que é um “mandaloriano de verdade” ao mesmo tempo em que explora o desgosto da princesa pelas formalidades reais que ela precisava cumprir quando criança. Escritos por Jon Favreau, os diálogos reforçam os laços até então fragilizados entre eles e, mesmo que não aplaque sua rivalidade, ao menos abre espaço para uma nova aliança se formar.
O encerramento de “As Minas de Mandalore” é tão belo quanto assustador. A cena final abre com Djarin calmamente entrando nas Águas Vivas ao mesmo tempo em que recita o juramento da Doutrina. Quando começa a afundar, no entanto, ele é puxado para baixo de forma repentina por uma criatura oculta.Bo-Katan mergulha para resgatá-lo e há, ao menos por um tempo, o medo de que ela não alcançará o caçador de recompensas. Após soltá-lo dos tentáculos que o puxavam, ela se vê encarando um monstro gigantesco – possivelmente o lendário mitossauro – e, sem pensar duas vezes, sobe à segurança da superfície. A tomada final, que mostra Djarin, Grogu e Bo-Katan recuperando o fôlego, mostra que, mesmo que o caçador de recompensas tenha alcançado seu objetivo de se purificar, ele e seus aliados ainda terão muito trabalho pela frente antes de conseguir retomar Mandalore.
Ágil, mas não apressado, “As Minas de Mandalore” segue construindo a base dos principais conflitos que devem dominar o restante da temporada. Com Mandalore tendo se tornado um ambiente extremamente hostil, ficou claro que reerguer o planeta não será fácil. Mesmo que Djarin e Bo-Katan consigam reunificar seu povo, recuperar a civilização mandaloriana pode apresentar o maior desafio de The Mandalorian até agora.
