A freqüência global alcançou apenas a Internet.
O piloto de Global Frequency, série de TV baseada nos quadrinhos publicados pela DC/Wildstorm, apareceu há poucos dias nos sistemas de troca de arquivos da Net.
A Warner Bros. rejeitou a série após produzir o primeiro episódio, mas deu liberdade para os produtores encontrarem outras emissoras interessadas (leia aqui). A busca por um novo canal foi o que provavelmente levou à criação do arquivo que circula pela rede. Ainda não houve qualquer pronunciamento oficial sobre o vídeo, mas tem-se certeza de que é realmente o episódio piloto.
Nos quadrinhos, Global Frequency foi uma minissérie de 12 edições publicada entre 2003 e 2004, criada e escrita por Warren Ellis, com participação de diversos artistas. Cada edição trazia uma história da rede secreta de inteligência comandada pela misteriosa Miranda Zero. A Freqüência Global tem mil agentes espalhados pelo mundo, prontos para serem ativados a qualquer momento, por celulares especiais, para lidar com ameaças em diversos pontos do planeta.
O primeiro episódio é uma versão do primeiro número da minissérie: a cobaia de um antigo programa militar russo está à solta em San Francisco causando distúrbios eletromagnéticos, prestes a explodir e levar toda a cidade junto. O ex-policial Sean Ronin (Josh Hopkins) descobre o celular especial da Freqüência nas mãos do cadáver de um agente, e é forçado a juntar-se à única outra agente na cidade, Kate Finch (Jenni Baird), para impedir a catástrofe. Enquanto isso, Aleph (Aimee Garcia) ativa um pool de cérebros espalhados pelo mundo para descobrir o que estão enfrentando, enquanto Miranda Zero (Michelle Forbes, de Jornadas nas Estrelas: a Nova Geração, 24 Horas) opta por métodos não-convencionais para conseguir informação.
Apesar da ótima produção, o episódio é assolado por clichês infames e idéias chupadas de Matrix (algo que a primeira imagem de divulgação - acima - já denunciava). Com fotografia esverdeada, edição cheia de ênfases e bons efeitos especiais, o piloto é daqueles que se esforçam tanto para parecer cool que acabam falhando. Mesmo assim, ainda é melhor que muitas séries de ação atualmente em exibição na TV por assinatura, especialmente porque o conceito original é preservado. Mesmo alguns diálogos dos quadrinhos são fielmente encenados.
O final, bem como a foto de divulgação, deixa em dúvida se o elenco seria fixo ou se novos agentes seriam introduzidos a cada episódio. Nos quadrinhos, apenas Miranda e Aleph são personagens constantes. Seja qual fosse o plano, provavelmente nunca vamos saber. Global Frequency: a série de TV, como tantas outras produções, só deve ficar circulando pela Internet.