Louisa Warren em entrevista ao Omelete (Omelete/A2 Filmes)

Créditos da imagem: Louisa Warren em entrevista ao Omelete (Omelete/A2 Filmes)

Filmes

Entrevista

"Sou obcecada": Conheça a diretora que fez sete filmes de terror só em 2023

Louisa Warren veio ao Brasil para divulgar o seu novo longa, A Maldição de Cinderela

Omelete
3 min de leitura
22.06.2024, às 06H00.

Visite a página do IMDb da diretora, roteirista, produtora e atriz (e montadora, e figurinista, e roteirista, e maquiadora…) Louisa Warren, e você poderá verificar que ela sentou na cadeira de direção de nada menos do que sete longas-metragens só em 2023. O currículo completo da cineasta inclui cinco filmes da série A Fada do Dente, três da saga Jack and Jill, mais algumas franquias nascentes (Shockwaves, The Escapee, Punch & Judy estão em suas segundas aventuras) e até algumas comédias românticas - um ritmo de produção alucinante que lembra a era de ouro dos mestres prolíficos do horror trash, como Roger Corman William Castle.

Quando o Omelete perguntou a Warren sobre sua filmografia, digamos, recheada, ela deu risada e brincou: “Sim, sim, eu sei… É só um pouco de trabalho”. 

Eu acho que sou simplesmente obcecada”, continuou a diretora. Estou sempre cercada de pessoas muito criativas, e estamos sempre pensando na próxima coisa que faremos - mesmo enquanto ainda estamos começando a fazer a primeira! Nós fazemos tudo muito rápido atualmente, porque estabelecemos um sistema muito eficiente... é verdadeiramente como uma linha de produção. Desenvolvemos um roteiro, filmamos, e enquanto este filme está na pós-produção já estamos fazendo o próximo - e nem sempre eu estou dirigindo, às vezes só ajudo em outros processos. E eu amo essa correria toda.

A linha de produção a que ela se refere é a da Jagged Edge Productions, o estúdio responsável pelo hit surpresa Ursinho Pooh: Sangue e Mel (e sua continuação, onde Warren fez uma ponta como uma das vítimas do Tigrão) e também pelo novo A Maldição de Cinderela. Com direção de Warren, o longa nasceu de um pedido específico dos chefes do estúdio para a cineasta.

Os produtores de Ursinho Pooh: Sangue e Mel me pediram especificamente para fazer um filme de terror da Cinderela, então talvez você possa dizer que um filme inspirou o outro diretamente”, comentou. “Eles viram que Ursinho Pooh se tornou muito popular, e a verdade é que um nome que já é conhecido pelo público - como Cinderela - é uma aposta mais garantida. Mas eu fiquei muito animada quando eles trouxeram essa ideia, e feliz que pensaram em mim para realizá-la”.

Warren também tem consciência de sua posição como uma das poucas mulheres trabalhando nesse território do terror popular (nomes como Jennifer Kent, Julia Ducournau e Karyn Kusama transitam em um território mais cult), e acredita trazer uma perspectiva diferentepara filmes como A Maldição de Cinderela.

Eu acho que, inevitavelmente, tenho uma perspectiva diferente dos meus colegas homens, principalmente quando se trata de histórias que são centradas em personagens femininas”, comentou. “Acho que consigo dar a essas personagens uma camada extra, porque trago a perspectiva de alguém que sabe como é ser uma mulher, e como isso pode se traduzir para a história que estamos contando”.

Dizendo-se “sortuda” por nunca ter encontrado incidentes de machismo graves em sua trajetória, ela continuou: “Eu gosto de pensar que sou igual aos meus colegas em termos de capacidade e paridade profissional, não sei de ninguém que me negou uma oportunidade de direção simplesmente por ser mulher. Gosto muito de ver minhas colegas mulheres progredindo no cinema de horror, principalmente atrás das câmeras, e mal posso esperar para descobrir como elas vão se desenvolver no futuro”.

A Maldição de Cinderela já está em cartaz nos cinemas brasileiros.

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