Cena de M - O Vampiro de Dusseldorf (Reprodução)

Créditos da imagem: Cena de M - O Vampiro de Dusseldorf (Reprodução)

Filmes

Lista

31 filmes de serial killer para ver no streaming

De clássicos a pérolas recentes, Omelete seleciona os filmes perfeitos para agosto

Omelete
1 min de leitura
31.08.2024, às 12H41.

Assassinos em série são uma das grandes obsessões do cinema desde os primórdios do suspense e do terror. Até por isso, em agosto de 2024, o Omelete aproveitou o ensejo de grandes lançamentos como Armadilha, de M. Night Shyamalan, e Longlegs - Vínculo Mortal, estrelado por Nicolas Cage, para indicar os melhores títulos do subgênero.

Confira abaixo a lista completa:

Psicose

Onde ver: Disponível para streaming no Telecine, Oldflix e NOW.

Impossível falar de filmes de serial killer sem falar na obra que se tornou sinônima do subgênero: Psicoseo clássico de 1960 de Alfred Hitchcock, que acompanha o encontro desafortunado de Marion Crane (Janet Leigh) com o assassino em série Norman Bates (Anthony Perkins, em performance emblemática que influenciou todos os psicopatas do cinema que vieram depois). Com reviravoltas que chocam até hoje, mas eram simplesmente impensáveis para o público de 60 anos atrás, o longa combina o vigor estético que é marca dos filmes de Hitchcock com uma construção de suspense e perversidade impecáveis. Não envelheceu nadinha. (Caio Coletti)

Em Carne Viva

Onde ver: Disponível para streaming na Max.

Quando Jane Campion (O Piano, Ataque dos Cães) faz um filme de serial killer, você pode esperar algo diferente de tudo o que já viu antes no gênero. Em Carne Viva atende a essa expectativa, centrando não na investigação policial do assassino em série em questão, mas sim na experiência de Frannie (Meg Ryan, naquele que talvez seja o papel mais sombrio de sua carreira), escritora que se envolve com o caso - e com o detetive que o investiga, Giovanni Molloy (Mark Ruffalo) - quando um pedaço do corpo de uma das vítimas é encontrado em seu jardim. Campion tece um emaranhado envolvente de neuroses sexuais, ameaças misóginas e expectativas românticas, tudo desaguando em um final chocante. (Caio Coletti)

Pearl

Onde ver: Disponível para streaming no Telecine.

Talvez a assassina em série mais querida da cinefilia de Letterboxd, Pearl (Mia Goth) tem sua história contada neste filme de Ti West que retorce as influências mais inocentes, como O Mágico de Oz, para revelar o lado sombrio do Technicolor. Coescrito pela protagonista, que repete aqui o papel que interpretou sob camadas de maquiagem de envelhecimento no superior (mas indisponível no streaming) X: A Marca da Morte, Pearl mergulha fundo na gênese psicológica de uma serial killer, apontando dedos acusatórios para o ambiente religiosamente opressivo criado pelos pais da protagonista e para a utopia falsa vendida por Hollywood. É uma viagem fascinante. (Caio Coletti)

O Silêncio dos Inocentes

Onde ver: Disponível para streaming no Prime Video.

Outro clássico absoluto do gênero, o criador de um dos maiores clichês do filme de serial killer (“é preciso um para capturar outro”) mostra a agente do FBI Clarice Starling (Jodie Foster) alistando a ajuda do terrível assassino canibal Hannibal Lecter (Anthony Hopkins) para capturar outro criminoso, Buffalo Bill. O relacionamento incômodo entre os dois protagonistas, a astúcia de Jonathan Demme em construir um ambiente hostil para Clarice no FBI, e as performances inesquecíveis de Foster e Hopkins, dão o tom para um dos grandes filmes de suspense da história do cinema, que não venceu todos os cinco Oscar principais de 1992 à toa. (Caio Coletti)

Brinquedo Assassino

Onde ver: Disponível para streaming no Prime Video.

Antes de virar o delírio de terror delicioso que é hoje, a franquia Brinquedo Assassino construiu suas raízes em cima do filme de serial killer: Chucky foi criado quando o assassino em série Charles Lee Ray (Brad Dourif) usou rituais de vodu para transferir sua consciência para um boneco da linha Good Guys quando estava prestes a ser capturado pela polícia. O bom longa original de 1988, dirigido por Tom Holland (não, não é o Homem-Aranha), se concentra um pouco mais nessa história de origem enquanto acompanha Chucky aterrorizando sua nova vítima, o pequeno Andy (Alex Vincent), e as pessoas próximas dele. (Caio Coletti)

Seven: Os Sete Crimes Capitais

Onde ver: Disponível para streaming na Max.

Na mesma década de O Silêncio dos Inocentes, David Fincher redefiniu de novo o filme de serial killer com o seu Seven - Os Sete Crimes Capitais, que virou referência primária do subgênero para muita gente. Famoso por sua estrutura rocambolesca de reviravoltas, seu final ambíguo cruel, e sua criatividade diabólica na construção das cenas de crime, Seven é também uma obra-prima de ambientação - embora os eventos do filme se passem em uma cidade fictícia dos EUA, Fincher e cia. constroem aqui um universo sujo, úmido, de paranoia palpável, uma reinvenção do gótico americano para as metrópoles inchadas da contemporaneidade. O resultado é um filme que, embora inteiramente anos 1990, se revela também atemporalmente enervante. (Caio Coletti)

Fresh

Onde ver: Disponível para streaming no Disney+.

A virada na carreira de Sebastian Stan nos últimos anos, com o ator investindo cada vez mais em papéis ousados e de caráter duvidoso, encontrou um bom ponto de ignição com Fresh. Este terror esperto de 2022 explora temas de violência misógina e predação masculina ao mostrar Stan como um rapaz perfeitamente charmoso que, após conquistar Noa (Daisy Edgar-Jones), revela ser um assassino em série que vende partes do corpo de suas vítimas para ricaços com fetiche em canibalismo - mas ele só faz isso com mulheres, porque “a carne delas vale mais no mercado”. Perverso, mas certeiro, o filme de Mimi Cave ainda tem ousadia visual e bom humor ácido, completando a receita de uma ótima adição contemporânea ao subgênero. (Caio Coletti)

Sede Assassina

Onde ver: Disponível para streaming no Prime Video.

Enterrado sob uma avalanche de blockbusters genéricos, o excelente suspense de estreia do argentino Damián Szifron (Relatos Selvagens) em Hollywood aproveita a epidemia de tiroteios nos EUA para construir um jogo de gato e rato entre polícia e assassino em série, com personagens bem construídos (Ben Mendelsohn e Shailene Woodley entregam performances centradíssimas) e algo a dizer sobre a deterioração escondida por baixo das superfícies polidas do capitalismo estadunidense tardio. E Ralph Ineson (pouco antes de ser escalado como o Galactus do MCU) cria um dos serial killers mais emocionalmente angustiantes das últimas décadas no cinema - não o mal encarnado, mas um ser humano derrotado pelos seus arredores. (Caio Coletti)

Jogos Mortais

Onde ver: Disponível para streaming na Netflix e MGM+.

As nada menos do que nove sequências podem ter diluído o poder do conceito, mas o primeiro Jogos Mortais ainda é uma aula de suspense para os anos 2000. Revelando a sensibilidade pop suja de James Wan para o mundo, o filme se aproveita bem da ideia de um assassino em série que acredita estar dispensando retribuição cármica para o mundo - mas, no fundo, é só mais um revoltado egocêntrico e hipócrita como todos nós. As continuações podem ter explorado melhor o talento de Tobin Bell, que não se tornou um ícone do horror à toa, mas é aqui que o ethos da franquia se formou e, de certa forma, é para cá que ela sempre retorna em seus melhores momentos. (Caio Coletti)

Halloween

Onde ver: Disponível para streaming no Prime Video, Looke e Cultpix.

Slashers também são serial killers, e talvez nenhum personagem deste subgênero do horror se encaixe tão bem nessa definição - até por sua relação no máximo colateral com o sobrenatural - quanto Michael Myers. O protagonista de Halloween, clássico de John Carpenter que deu o pontapé definitivo na mania do slasher em 1978, persegue suas vítimas por jardins suburbanos perfeitamente manicurados, infiltra suas composições de corpos macabras em “casas de família” construídas com paredes finas como papel, e encontra sua única rival à altura em uma babá aparentemente inofensiva que se transforma na mulher mais durona do pedaço. Nada mais arquetípico das histórias de assassino em série dos EUA. (Caio Coletti)

À Prova de Morte

Onde ver: Disponível para streaming no MGM+.

À Prova de Morte é exatamente o que você espera quando ouve a premissa: Quentin Tarantino fazendo um filme de serial killer. Apaixonado pelo cinema trash setentista e oitentista, Tarantino se juntou ao amigo Robert Rodriguez para criar a sessão dupla Grindhouse, que chegou aos cinemas em 2007 com a dobradinha de À Prova de Morte (de Tarantino) e Planeta Terror (de Rodriguez). Mais tarde expandido para um longa próprio, a contribuição do autor de Pulp Fiction e Kill Bill para o projeto resgata o exagero sangrento desavergonhado e a sensualidade aberta dos filmes-Z do subgênero, tudo enquanto entrega um assassino em série emblemático no Dublê Mike (Kurt Russell). Parada obrigatória para os fãs do cineasta. (Caio Coletti)

Dezesseis Facadas

Onde ver: Disponível para streaming no Prime Video.

Filmes sobre serial killers também podem ter uma pegada adolescente, e Dezesseis Facadas está aqui para provar. No longa de Nahnatchka Khan (Meu Eterno Talvez), Kiernan Shipka (O Mundo Sombrio de Sabrina) interpreta uma garota que viaja acidentalmente para o passado e percebe que tem a chance de impedir o assassino que mudou completamente a vida de sua família. Tem a perseguição, o sangue e a final girl clássicos do slasher, mas o filme também se aprofunda na relação entre mãe e filha, e introduz nessa receita bons toques de romance, amizade e comédia. (Bruna Nobrega)

Zodíaco

Onde ver: Disponível para streaming na Max.

David Fincher é tão fascinado por serial killers quanto nós somos. Ele, afinal, fez um dos clássicos desse gênero em Seven (que já recomendamos aqui) e voltou à ideia em Millennium, mas sua grande obra sobre assassinos em série é Zodíaco, um filme que denuncia a si próprio, a seu diretor, e até a essa lista. Zodíaco é sobre nossas obsessões com quebras-cabeças, com pessoas misteriosas e violentas, com casos não resolvidos, e sobre acertar, a qualquer custo. Isso pode tomar tudo de nós. O mais obsessivo e perfeccionista dos diretores, Fincher usa a figura de Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal, que nunca mais foi o mesmo depois desse filme) como um avatar para isso. O que acontece quando vemos filmes demais sobre assassinos em série? (Guilherme Jacobs)

A Babá

Onde ver: Disponível para streaming na Netflix.

Em 2017, bem no coração do primeiro revival oitentista do cinema de terror e ficção científica, McG (ele mesmo, de As Panteras!) nos deu o melhor filme dessa leva com A Babá, que mistura a fascinação hormonal adolescente com a profissão, o pânico satânico dos anos 1970 e 1980, e… uma boa e velha história de assassinos em série. Com a ajuda inestimável do roteiro bem resolvido e esperto de Brian Duffield (de Espontânea a Amor e Monstros a Ninguém Vai te Salvar, parece que ele nunca erra), McG faz de A Babá uma viagem divertida de pouco menos de 1h30 ao lado de personagem deliciosamente caricatos, violência quase cartunesca e uma jornada de herói convincente. Um prazer nada culpado, e um belo antídoto para a seriedade do filme anterior da nossa lista. (Caio Coletti)

Observador

Onde verDisponível para streaming no Telecine.

Essa dica é ainda mais especial para quem está ansioso por Longlegs - Vínculo Mortal, porque Observador também é estrelado pela melhor scream queen da geração: Maika Monroe. Neste thriller paranoico pra lá de temperamental, ela interpreta uma jovem americana que se muda para a Romênia com o marido, mas cujas dificuldades de adaptação são realçadas por um stalker (vivido pelo sempre ótimo Burn Gorman) que pode muito bem ser o assassino em série que está assombrando as ruas de Bucareste. Dirigido com elegância por Chloe Okuno e ancorado quase inteiramente no carisma inegável de Monroe, este é um filme de serial killer bem contemporâneo, seja pela sua visão feminina ou pelos ares de Janela Indiscreta atualizado. (Caio Coletti)

Um Olhar do Paraíso

Onde ver: Disponível para streaming no Paramount+.

Essa é para os fãs de um draminha familiar que querem se enturmar com essa galera estranha que curte suspense e histórias de serial killer. Dirigido por Peter Jackson e estrelado por Saoirse Ronan, Rachel Weisz, Mark Wahlberg e Stanley Tucci (em atuação arrepiante, indicada ao Oscar), Um Olhar do Paraíso traz pedigree acadêmico para o gênero ao adaptar o best-seller de Alice Sebold sobre uma jovem que, após ser sequestrada e morta por um assassino em série, tenta ajudar a prendê-lo do Além - isso enquanto observa como a família lida com o luto, é claro. Emocionante, incômodo e cheio de performances memoráveis, o longa merece ser lembrado e incluído no cânone do subgênero. (Caio Coletti)

Pânico

Onde ver: Disponível para streaming no Paramount+.

Pânico é um marco na história do slasher e deu início a uma das franquias mais amadas da cultura pop. No longa original, a adolescente Sidney Prescott (Neve Campbell) é atormentada por um assassino mascarado que vem matando as pessoas ao seu redor. Para se salvar, ela conta com a ajuda do policial Dewey (David Arquette) e da ambiciosa jornalista Gale Weathers (Courteney Cox), formando um trio que permaneceria junto em várias sequências. (André Zuliani)

O Estrangulador de Boston

Onde ver: Disponível para streaming no Disney+.

Inspirado em fatos, O Estrangulador de Boston conta a incrível história de Loretta McLaughlin (Keira Knightley) e Jean Cole (Carrie Coon), duas repórteres que ajudaram a ligar os pontos de uma investigação para descobrir a identidade de um assassino conhecido pelo apelido do título, que aterrorizou mulheres da cidade esadunidense no início dos anos 1960. Um filme que não reinventa a roda, mas entrega um bom suspense para os amantes do gênero. (André Zuliani)

O Clecionador de Ossos

Onde ver: Disponível para streaming na Netflix e Prime Video.

Na ressaca de O Silêncio dos Inocentes e Seven, os anos 90 (e até o início dos 2000) foram repletos de thrillers meia-boca nos quais policiais torturados procuram assassinos em série pelas ruas sujas das metrópoles estadunidenses. O Colecionador de Ossos é um dos poucos filmes dessa safra que sobreviveram bem ao teste do tempo, em parte por conta da boa dupla principal formada por Denzel Washington (como o genial investigador Lincoln Rhyme, que não consegue ir às cenas de crime por ser quadriplégico) e Angelina Jolie (como a policial esquentadinha Amelia Donaghy, que se torna “os olhos” de Rhyme), em parte pela premissa inovadora, e em parte porque o diretor Phillip Noyce é ótimo em segurar o suspense. Seja qual for o motivo, funciona. (Caio Coletti)

O Telefone Preto

Onde ver: Disponível para streaming no Prime Video.

Apesar do verniz sobrenatural que envolve a experiência do jovem Finney (Mason Thames) no porão do assassino em série interpretado por Ethan Hawke em O Telefone Preto, o filme de Scott Derrickson (A Entidade, Doutor Estranho) é muito mais um thriller pé-no-chão do que um filme de fantasmas - e, como tal, convence. Minando um leque amplo de ansiedades setentistas que perduram até hoje (o sequestrador de crianças disfarçado de artista de circo em uma van preta, com trejeitos queer codificados e um passado abusivo), O Telefone Preto é também o raro filme de serial killer que não envolve uma investigação policial. Aqui, é a vítima quem tem que lutar por sua própria vida - o que não deixa de ser ainda mais assustador. (Caio Coletti)

A Morte Te Dá Parabéns

Onde ver: Disponível para streaming no Prime Video, Globoplay e Telecine.

O diretor Christopher Landon usa o clichê da protagonista que vive o mesmo dia repetidamente para entregar um dos slashers mais divertidos dos últimos anos. Na trama, a jovem universitária Tree (Jessica Rothe) passa a acordar sempre na manhã do seu aniversário e reinicia o dia após ser morta por um misterioso serial killer. Para interromper o ciclo, ela precisa desvendar a identidade do assassino. (André Zuliani)

Morte. Morte. Morte.

Onde ver: disponível para streaming na Max.

Um grupo de amigos ricos planeja uma festa de arromba em uma mansão, mas a noite de farra é interrompida quando eles começam a serem mortos um a um. Para além da matança generalizada, Morte. Morte. Morte. aborda as relações interpessoais e traumas de cada um, e como essas emoções se sobressaem quando os personagens são levados ao limite. Uma ótima diversão para quem ama filmes do gênero. (André Zuliani)

Memórias de um Assassino

Onde ver: Disponível para streaming no Run:Time.

Há uma famosa história sobre Memórias de um Assassino, o primeiro clássico do gênio sul-coreano Bong Joon-ho, hoje mais famoso por seu seminal Parasita. O filme termina com o detetive interpretado por Song Kang-ho olhando diretamente para a câmera porque o assassino, que até então não havia sido preso, podia estar sentado no cinema assistindo. Mais do que uma jogada barata, Joon-ho faz isso para sublinhar os temas de obsessão discutidos em sua obra, que se desenvolve em salas escuras e entre pessoas cada vez mais consumidas pelo trabalho. O assassino foi pego quase 30 anos após cometer os crimes (e quase 20 anos depois do filme), mas a tensão construída em Memórias de um Assassino e sumarizada nessa última cena é tão grande que até hoje somos assombrados por aquele olhar. (Guilherme Jacobs)

Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado

Onde ver: disponível para streaming no Sony One.

Um clássico dos filmes slasher dos anos 1990. Contemporânea de Pânico, a franquia conta a história de um quarteto de amigos que atropela e mata um homem na noite de sua formatura no Ensino Médio. Um ano depois, ao retornarem para sua cidade, eles são perseguidos por uma figura com capa de pescador e um gancho que, como diz o título, sabe o que eles fizeram no verão passado. Imperdível para quem ama filmes de serial killers! (André Zuliani)

Pacto Sinistro

Onde ver: disponível para streaming no Belas Artes à La Carte.

Dois homens, estranhos perfeitos, passando por problemas se encontram numa viagem por trem. Um deles brinca: “E se eu matar a pessoa que te causa dor de cabeça, e você fizer o mesmo por mim?” Eles riem, e fazem o acordo. Só que, para desespero de um deles, o outro não estava brincando, e realmente comete o crime. Assim começa um dos melhores suspenses de Alfred Hitchcok, Pacto Sinistro, um filme que até hoje contém uma das melhores e mais bizarras encenações de um psicopata graças à atuação de Robert Walker. Depois disso, o longa vira um buraco negro que suga todos envolvidos nesse trato, e sair dele se prova quase impossível. (Guilherme Jacobs)

A Cura

Onde ver: disponível para streaming no Filmicca.

Eu estou procurando por palavras que expliquem esses crimes”, diz o detetive vivido por Koji Yakusho em A Cura, de Kiyoshi Kurosawa. Até hoje considerado o maior clássico do diretor japonês, este é um filme sobre o desespero quieto que se instala na alma quando falta vocabulário para explicar, e por tabela processar, acontecimentos desesperados. E, conforme A Cura se aprofunda neste caso sobre pessoas que cometem crimes depois de conversarem com uma figura misteriosa (premissa até bastante próxima de Longlegs, inclusive), o jogo fica claro: às vezes, é melhor não saber. (Guilherme Jacobs)

Terrifier

Onde ver: Disponível para streaming no Prime Video.

O título que reviveu o slasher para uma nova geração de fãs de horror classe-Z elevados ao statusde clássicos cult, Terrifier honra o esqueleto básico do subgênero com seu sangue cenográfico abundante, seu pendor a torturas de cunho sexual, e seu vilão absolutamente memorável. Art the Clown (David Howard Thornton) é o assassino mais compulsivamente assistível do cinema de terror em décadas, e a mitologia atribulada em torno dele, desenvolvida pelo diretor e roteirista Damien Leone já em duas sequências, prova que às vezes se fazem, sim, filmes como antigamente. (Caio Coletti)

Batman

Onde ver:Disponível para streaming na Max e no Prime Video.

Filmes de super-heróis adoram se vender com ideias como “é um faroeste, mas com Wolverine” ou “é um suspense político, mas com Capitão América,” mas a verdade é que, apesar de algumas heranças visuais ou conceituais desses gêneros, as referências pouco afetam a execução dessas obras. É diferente com o Batman de Matt Reeves, um filme cuja presença no gênero de serial killers não só traz para a telona um lado pouco explorado de seu protagonista como também ajuda o cineasta a questionar o próprio herói. Só espancar sujeitos e colocá-los na cadeia não é suficiente. O Charada de Paul Dano desafia a própria identidade, e a motivação, do Batman de Robert Pattinson. (Guilherme Jacobs)

Millennium: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres

Onde ver: Disponível para streaming na Max.

A terceira e, por enquanto, última passagem de David Fincher pelo mundo dos assassinos em série no cinema (até queríamos incluir Mindhunter aqui, apesar de ser uma série, só para ter mais dele) é, talvez, a menos lembrada. Seven o jogou pro mundo e Zodíaco o consagrou de vez entre os críticos, mas Millennium tem grandes méritos. Para além da atmosfera, a mais densa e sombria de todos os seus filmes (e isso não é pouca coisa), há o importante foco nas mulheres vitimizadas por homens violentos, e a revolta delas personificada pelo fogo em pessoa que é a Lisbeth da espetacular Rooney Mara. (Guilherme Jacobs)

Psicopata Americano

Onde ver: Disponível para streaming no Prime Video, Telecine e MGM+.

O que Mary Harron fez em seu seminal Psicopata Americano foi um trabalho de sátira tão eficaz, tão afiado e tão ácido, que até hoje há quem leve o Patrick Bateman de Christian Bale a sério. Sua uber-masculinidade, seu estilo de vida, sua violência e sua arrogância são armadilhas maravilhosas para que a diretora zombe, desconstrua e cutuque não só assassinos em série, como toda a cultura que reflete sua atitude contra mulheres através de atos de agressão não tão chamativos. (Guilherme Jacobs)

M - O Vampiro de Dusseldorf

Onde ver: Disponível para streaming no Looke, Belas Artes à La Carte e Filmicca.

Terminamos por onde tudo começou. Fritz Lang mudou o mundo do cinema com M, o primeiro grande clássico deste gênero. Do pânico que infesta a cidade ao medo no rosto dos habitantes, da revolta pela incompetência policial ao desejo de tomar justiça em suas próprias mãos, O Vampiro de Dusseldorf planta sementes que seguem sendo colhidas ainda agora, quase um século depois de sua estreia numa Alemanha prestes a entrar no nazismo, o que adiciona uma camada a mais de terror ao longa de Lang. Crianças sendo tomadas pelo homem mau, que pode ser qualquer um  – há várias formas de interpretar isso. (Guilherme Jacobs)

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.