Hora do Massacre, o filme mais recente do trio de cineastas RKSS, tem pouco mais de 1h20 de duração - e ele de forma alguma é uma anomalia dentro da filmografia dos diretores canadenses, responsáveis por Turbo Kid (2015, 1h33), Verão de 84 (2018, 1h45) e We Are Zombies (2023, 1h20). Em entrevista ao Omelete, eles contaram por que gostam de manter os seus longas… bom, nem tão longos assim.
“Eu não quero criticar os filmes dos outros… mas sim, acho que em geral os filmes estão ficando meio longos hoje em dia”, comentou Yoann-Karl Whissell, que forma o RKSS com os amigos Anouk Whissell e François Simard. “Antigamente, eu acho, as pessoas se dedicavam mais a contar uma história em um espaço finito de tempo. Acho que o ritmo fica melhor quando o seu filme é mais curto, mas talvez um dia a gente faça um épico de 3h30 e eu queime a minha língua”.
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Simard acrescentou que essa possibilidade está bem distante - até por uma limitação prática, além da escolha artística. “Acho que também mantemos os nossos filmes curtos porque os orçamentos são pequenos... de certa forma, até se quiséssemos fazer um épico de 3h30, seria muito difícil”, brincou ele. “ Acho que tudo depende da história, de quanto tempo ela precisa para ser contada. Eu tenho muito medo de fazer um filme que deixe as pessoas entediadas, sabe?”
Sem perder a piada, Yoann-Karl emendou: “Nós não vamos dar tempo para as pessoas ficarem entediadas! O filme tem só 1h20, é impossível você ficar com sono”.
Em Hora do Massacre um grupo de jovens ativistas ambientais invade uma loja de departamentos na calada da noite, planejando deixar um rastro de destruição (e algumas mensagens escritas nas paredes). Eles não contavam, no entanto, com o segurança noturno da loja, um homem solitário, reacionário e obcecado por caça.
Estrelado por Turlough Convery (Sanditon) e Kyle Scudder (Apaixonados Outra Vez), o longa já está em cartaz nos cinemas brasileiros.