Sorria: como o trauma da pandemia criou um novo terror

Créditos da imagem: Paramount Pictures/Divulgação

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Entrevista

Sorria: como o trauma da pandemia criou um novo terror

Filme de estreia de Parker Finn apresenta uma ameaça desconhecida que se alimenta de sofrimento

Omelete
2 min de leitura
28.09.2022, às 13H25.

Usar o trauma e seus efeitos para criar terror é uma das tradições mais antigas do gênero. Esta semana - a primeira de várias recheadas de estreias de terror nos cinemas - os fãs ganham mais um exemplo com o lançamento de Sorria, estreia de Parker Finn na direção, com Sosie Bacon, Kyle Gallner e Jesse T. Usher no elenco. No longa, depois da morte de uma paciente, a Dra. Rose Cotter (Bacon) começa a testemunhar acontecimentos bizarros - que só ela pode ver. 

Para o diretor Parker Finn, Sorria é diferente das tradições do terror, em primeiro lugar, porque estamos em um contexto peculiar. Não apenas o mundo se encontra em um cenário de pandemia - um contexto que não apenas traumatizou o mundo como tornou tudo amedrontamente desconhecido - mas em 2022 as discussões de saúde mental fazem parte do nosso cotidiano. 

“Durante toda a história do cinema, o terror foi o responsável por colocar um espelho para a sociedade”, disse Parker ao Omelete. “E como sociedade, estamos começando a discutir traumas e todas as outras coisas que a gente anda por aí carregando, mesmo fingindo que não estamos”. Questionado sobre o que faz de Sorria um filme particularmente moderno, Finn citou de cara a quarentena que tanto marcou o mundo nos últimos anos: “Eu estava desenvolvendo e escrevendo esse filme durante a pandemia, onde todo mundo estava sentindo o isolamento, o medo do desconhecido”.

Em Sorria, quem carrega todo esse peso é a personagem de Sosie Bacon - que, inclusive, carrega muito do filme também. Para a atriz, surpreendentemente, o contexto da pandemia também fez sentido com a temática: “Todos nós passamos por um trauma com a Covid. E nunca é um momento ruim para pensar que … por mais que você tente viver de um modo que o seu trauma não te afete, ele tipicamente acha um jeito”. 

Por mais que discuta uma ideia frequente, Sorria tem um brilho maior em sua recusa em nomear a ameaça ou identificar exatamente o que significa este sorriso maléfico que nos assombra. A ideia, claro, é parte do apelo: “coisas desconhecidas são muito mais assustadoras do que o que a gente consegue definir, categorizar”, disse Finn. “E isso é o tema central de Sorria, o medo do desconhecido. Algo está vindo por você. Você não sabe descrever o que é, mas sabe que ele está vindo”

Sorria estreia amanhã, dia 29, nos cinemas do Brasil. 

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