O sexto episódio de The Last of Us trouxe equilíbrio entre os eventos presentes com desenvolvimento emocional de Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey) - além do retorno de Tommy (Gabriel Luna) e a introdução da comunidade de Jackson.
Entretanto, a HBO precisou mexer alguns palitinhos na história do jogo para que a história do programa fizesse sentido, saiba as seis principais diferenças entre o game da Nauhty Dog e o recente episódio:
ESTAÇÃO
A divisão de arcos, no game, é feita pelas estações do ano, começando no verão e se encerrando na primavera, com saltos temporais no meio. É notável o sexto episódio se passar no inverno, bem caracterizado pela neve e pelos agasalhos que Joel e Ellie usam. É nesse clima que os dois finalmente chegam ao Wyoming, um estado mais ao norte dos Estados Unidos e, portanto, com um inverno mais severo.
No jogo, existe esse salto de tempo entre os acontecimentos do quinto episódio e do sexto, servindo também como um respiro após as brutais mortes de Henry e Sam e permitindo aos protagonistas digerir esse luto. Entretanto, o começo desse capítulo no jogo se abre no outono, com temperatura mais amena. Obviamente, essa mudança não é gritante e faz sentido na série para o que ainda está por vir no primeiro arco.
SAÚDE DE JOEL
Os episódios anteriores até deram uns relances para um problema maior que estaria por vir. O estado de saúde de Joel fica fragilizado por conta da idade, dos gatilhos emocionais do sexto episódio em relação a Sarah e Ellie e de ter passado por situações insalubres como pouca comida, poucos medicamentos e a exposição ao frio durante a jornada. Outro fator apontado durante o quarto episódio é que ele perdeu parte da audição por conta de ser exposto a tiroteios e explosões nos anos de sobrevivência do surto fúngico - algo semelhante ao que Clint Barton, o Gavião Arqueiro, passou.
Entretanto, na obra original, Joel tem excelentes condições de resistência. Não são revelados problemas de audição ou dores do peito, apenas alguns momentos esporádicos de cansaço por conta da idade e após longas caminhadas e aventuras pela jornada. Aliás, não faria sentido o protagonista sofrer com sua audição, pois isso afetaria uma das jogabilidades essenciais do jogo. Quando o jogador é exposto a lugares com muitos infectados, existe uma mecânica chamada Modo Escuta, que Joel e os sobreviventes usam para ver a localização de clickers e inimigos pelo som e sem fazer movimentos bruscos.
Uma vez que somos apenas espectadores, não é preciso ter esse modo na TV e, sendo bem sincera, chega a ser mais do que verossímil o Joel de Pedro Pascal apresentar problemas de saúde após tudo pelo que passou, afinal, é um veterano do apocalipse que dura duas décadas.
HIDRELÉTRICA
Enquanto na série a hidrelétrica é apenas uma breve passagem, no jogo ela tem uma relevância maior. Nela, Joel e Ellie precisam passar pela estação e, através da jogabilidade, eles vão liberando caminhos até uma das entradas, onde encontram de surpresa Tommy, Maria e uma parte do grupo.
O desenvolvimento entre Joel, Tommy, Ellie e o grupo se dá apenas na hidrelétrica; o irmão mais novo de Joel até cita a comuna e como foi que ela cresceu ao longo dos anos, mas ela só aparece de vista em dois momentos no primeiro jogo. O interior dela e a dinâmica de Jackson serão mais explorados no segundo jogo, mas foi uma forma da série nos dar um gosto da já confirmada segunda temporada.
É justificável a narrativa da hidrelétrica ser longa no jogo, pois entre diálogos e conflitos que surgem entre os personagens, há bandidos que aparecem no meio para mostrar um pouco de ação, afinal The Last of Us ainda tem sua carga de aventura constante.
MARIA GRÁVIDA
Tanto o Tommy de Gabriel Luna quanto o do jogo (feito por Jeffrey Pierce, o Perry do episódio passado) recusaram, no primeiro momento, o pedido de Joel de ser o encarregado de levar Ellie até os Vagalumes. Mas a série traz mais drama e responsabilidade quando ele revela que Maria (Rutina Wesley), está carregando seu filho.
No jogo, Tommy não aceita por estar ciente do peso do seu cargo elevado na sociedade criada em Jackson, e a própria Maria do jogo também se posiciona contra. Com personalidade forte, ela argumenta que não quer ficar viúva com Tommy exposto aos perigos de facções, FEDRA e infectados.
DECISÃO DE ELLIE
A série retrata esse conflito entre Joel e Ellie de maneira mais civilizada, com Joel dando a chance da garota escolher quem ela prefere que a leve até o grupo revolucionário.
No game, Ellie descobre a conversa entre Joel e Tommy sem ela poder decidir e, como uma adolescente, rouba um dos cavalos do grupo e foge até uma fazenda próxima. Isso vira motivo de aventura para Joel e seu irmão, que acabam encontrando bandidos pelo caminho. Após esse conflito, e o diálogo que está presente também na adaptação, Joel surpreende Tommy e decide levar Ellie, por fim. Esse momento é importante, além da ação, para evoluir a relação entre os protagonistas, que permanece com suas rupturas, mas não os impede de estreitar laços.
JOEL FERIDO
O cliffhanger do sexto capítulo, apesar de angustiante, não chega a ser tão chocante para quem jogou no PlayStation. Quando a dupla está no andar alto fugindo dos bandidos que invadiram a universidade, Joel é imobilizado por um inimigo, mas eles acabam caindo e Joel é empalado por um vergalhão. Você pode conferir a cutscene aqui, mas já adianto que a cena é bem forte.
Novamente, como a série tenta ser mais real com as condições que apresenta, Joel ou qualquer pessoa teria poucas chances de sobreviver com uma barra de metal atravessando pelo corpo em um mundo com pouquíssimo recursos médicos.
De qualquer forma, ambos os arcos fecham de forma imprevisível e inquietante, levantando dúvidas sobre os próximos capítulos dessa dupla na jornada.
