Séries e TV

Entrevista

The Strain | Sean Astin fala sobre a série, computação gráfica, Guillermo del Toro e mais

Ator conta também suas experiências em Hollywood e a dose de realidade do programa

20.01.2015, às 21H15.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H47

The Strain, a adaptação para a TV da obra literária homônima de Guillermo del Toro e Chuck Hogan, aponta uma nova luz sobre vampiros. Além de introduzir novos "líderes" para os seres sobrenaturais, a série muda também sua anatomia e acaba misturando-os com zumbis, trazendo à tona uma espécie que dá novas energias à mitologia. O Omelete conversou com Sean Astin, o Jim Kent da série, em sua visita ao Brasil durante a CCXP, sobre CGI, vampiros, seu relacionamento com del Toro e muito mais.

Astin começou contando como foi seu primeiro contato com a série: "Guillermo del Toro estava na Nova Zelândia trabalhando no roteiro de O Hobbit e se preparando para dirigir. Enquanto isso, ele e Chuck escreveram The Strain. Acho que quando chegou a hora de escolher o elenco - o personagem que eu interpreto, Jim Kent, é um personagem pequeno no livro - ele devia estar vendo o Sam de O Senhor dos Anéis, quando teve a ideia de aumentar o personagem". O ator diz que foi convidado para uma reunião por Del Toro e Hogan para discutir o personagem e que já havia embarcado no projeto a partir do primeiro contato.

Os "novos" vampiros introduzidos por The Strain são bem diferentes dos que já conhecemos. Mais complexos e anatomicamente detalhados, os strigoi (como são chamados na série) mostram com mais ênfase a atenção dada por Del Toro às criaturas de seus projetos. Astin explicou que "quando o Guillermo fica obcecado com alguma coisa, como a função de alguma parte do corpo, ele começa a imaginar mutações e adaptações grotescas e interessantes. Ele é tipo um Darwin, ele muda as espécies". Ainda sobre os cuidados de Del Toro com suas produções, Astin explicou que o cineasta fica sempre preocupado com os personagens, continuamente dando ideias de melhoria - apesar de deixar o saldo positivo da mudança para os atores.

Por interpretar um personagem tão próximo ao CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças em tradução livre), Astin esteve próximo das cenas que mostram necropsias. "Foi de tirar o fôlego. Foi logo depois da cena de ação e você conversa com o ator que vai 'morrer' durante o almoço. No dia seguinte, você dirige a um hospital real, segue para um necrotério real, abre um saco preto e vê um molde perfeito do corpo daquele ator", explicou. "O peso era igual, a pele, feita de silicone, parecia real. Quando se abria uma parte do corpo, via-se órgãos ali dentro, era ... Bem eu lembro de pensar 'isso é o que os fãs querem, isso é o que Guillermo prometeu e isso é o que eles terão'. É impressionante o que se pode fazer nos dias de hoje". Astin explica ainda que Del Toro, que tinha outros compromissos de gravação, retornou para essa cena "para ter certeza de que a luz estava certa. É falso, todo mundo sabe, mas se você filma do ângulo errado você perde a magia daquilo tudo."

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Perguntamos também sobre os "vermes brancos" que ocupam o corpo do hospedeiro quando se é atacado por um strigoi e Astin garante que todos são inseridos na pós-produção com computação gráfica. "Me lembro de ter visto um documentário anos atrás sobre vermes na África que os mostrava saindo dos olhos de uma pessoa. É real."

Spoilers no parágrafo abaixo para quem não sabe o que acontece com o Jim Kent.

O ator comentou também sobre a cena na qual Jim Kent é ferroado e acaba infectado: "A gente não sabia como eles iam fazer a cena da morte. Quando eu li o roteiro, a briga com o vampiro usando a luz... Eu fui a primeira pessoa a matar um vampiro com uma luz. É um momento heroico, porém rápido. Mesmo assim, foi como uma redenção para mim. Eu não queria morrer, mas em certo momento pensei que era uma das melhores cenas de morte que eu já tinha visto em uma série".

Para finalizar, Astin contou uma curiosa estreia sobre sua carreira: "Quando eu tinha 16 anos, eu trabalhava em um cinema em West Village, em Los Angeles, que é tipo a capital das premiéres. O primeiro filme no qual trabalhei [durante uma premiére] foi Os Garotos Perdidos. Corey Feldman e eu tínhamos feito Os Goonies juntos. Me lembro que, na noite da estreia, ele chegou com uma garota em cada braço, óculos escuros às 20h, e eu estava vestido com uma roupa de poliéster com uma mancha de manteiga. Quando meu chefe me chamou para limpar umas máquinas de pipoca, eu fui falar com o Corey e ele: 'Sean! O que aconteceu? Você está trabalhando em um cinema?'. E eu respondi 'É legal aqui...'."

The Strain já tem segunda temporada garantida. Seu primeiro ano estreia no Brasil pelo canal pago FX nesta terça, 20 de janeiro, às 23h15.

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