A Marvel confirmou que Thor 4 não só vai acontecer, como terá o retorno de Taika Waititi como diretor. O cineasta, que comandou Thor: Ragnarok, é grande responsável por revigorar a popularidade do Deus do Trovão com uma nova abordagem que inspirou até mesmo Chris Hemsworth a continuar na franquia. O ator chegou a afirmar que se sentia “limitado” até o terceiro filme, quando a mudança do personagem renovou seu entusiasmo em relação a viver o herói nos cinemas. Porém, de Ragnarok a Vingadores: Ultimato, o status-quo do personagem foi completamente modificado, deixando uma incógnita a respeito do que pode ser feito no próximo filme. Entretanto, o MCU deixou pequenas pistas de que o próximo filme pode ser um novo épico espacial, cenário que recebeu Filho de Odin muito bem nas últimas produções.
Ao final do último filme dos Vingadores, Thor deixa a Terra com os Guardiões da Galáxia e chega a fazer uma piada a respeito de se tornar parte do time (e rebatizá-lo como Asgardianos da Galáxia). Embora a química entre eles tenha sido um dos pontos altos do filme, é pouco provável que os personagens sigam jornadas unidas nos cinemas, já que o diretor James Gunn indicou que pretende concluir os arcos que iniciou no primeiro Guardiões. Mas isso não impede Thor de viver uma aventura solo através do núcleo cósmico, especialmente se lembrarmos que filmes anteriores já acenaram para um personagem vindo de outro planeta que rivaliza com o herói.
Em Ragnarok, o Deus do Trovão chega a arena de gladiadores em Sakaar e se depara com um totem que mostra antigos campeões, e entre ele está Bill Raio Beta. Criado na década de 1980 durante a aclamada fase de Walt Simonson na HQ do Thor, Bill é um Korbinita que após um embate contra o herói invoca o Mjolnir e ganha os poderes de deus do trovão. Embora surja como um vilão, o guerreiro se prova realmente digno ao poupar a vida de Thor, o que faz com que Odin crie um martelo só para ele, que passa a auxiliar o Asgardiano em suas aventuras. A arma com que é presenteado pelo pai de todos chama-se Rompe-Tormentas, não por acaso o nome da nova arma utilizada por Thor nos cinemas. Vale lembrar que o próprio Kevin Feige, presidente do Marvel Studios afirmou que decidiram guardar Bill "para mais tarde", portanto a possibilidade de que o guerreiro com rosto de cavalo apareça seja muito grande.
Ainda mirando no núcleo cósmico, o novo filme do Thor pode servir como ponte para apresentar Os Eternos, equipe da Marvel que está próxima de fazer sua estreia nos cinemas. Em um quadrinho de 1979, o Filho de Odin conhece a equipe, que está em sua milenar guerra contra seus inimigos, os Deviantes. No cânone das HQs os feitos dos Eternos são responsáveis por inspirar grandes mitologias, uma abordagem similar a de Thor, um deus que chega a Terra vindo de um reino habitado por outros deuses. Levando em consideração que o MCU tem costume de introduzir heróis em filmes de outros, (como a Viúva Negra em Homem de Ferro 2 ou o Gavião Arqueiro no primeiro Thor), a jornada do Deus do Trovão pelo espaço pode ao menos mostrar a nova equipe em ação.
Entretanto, Thor 4 também deve dar uma atenção para a Terra, já que a Valquíria se tornou a nova governante de Nova Asgard, agora um povoado localizado na Noruega. Essa parte da história pode beber da HQ Renascer dos Deuses, que ocorre logo após o Ragnarok dos quadrinhos. Na trama, Thor parte em uma jornada para recuperar os deuses, cujas almas estão dormentes em corpos de seres humanos enquanto reconstrói Asgard. Além de devolver os aliados do Filho de Odin, esse enredo abre a possibilidade para renovar o elenco dos coadjuvantes do herói, já que boa parte dele já está envolvido em outras produções do gênero, como Zachary Levi, o Shazam, e Idris Elba, que está próximo de Esquadrão Suicida 2.
Com possibilidade de se tornar um novo épico para o MCU, o filme certamente terá o DNA humorístico de Taika Waititi. A forma como o diretor estabelece momentos cômicos através de diálogos e situações que vão desde o non-sense ao pastelão certamente estarão presentes na sequência, já que é um dos fatores que mais auxiliaram Ragnarok a se distanciar da jornada do Asgardiano nos cinemas, até então monotemática e irregular. Com uma disposição para arriscar pela comédia, não será surpresa se o novo longa der mais espaço para alívios cômicos como o simpático Korg de Ragnarok ou transformar o Thor em sapo.
E o Loki?
O novo filme também é uma oportunidade para se livrar da Loki-dependência que a trajetória de Thor apresentou nos cinemas até o momento. Embora o desaparecimento do Deus da Mentira com o Tesseract em Ultimato deixe aberta a possibilidade para um retorno, a série do personagem no Disney+ torna o retorno de Tom Hiddleston pouco provável. O que pode parecer uma má notícia para os fãs do vilão, é na verdade uma grande oportunidade para o aparecimento de outros clássicos inimigos do herói, como Mangog, Encantor, Ulik ou o Serpente.