Quando Transformers: A Era da Extinção (Transformers: Age of Extinction, 2014) estreou, o diretor Michael Bay respondeu àqueles que o odeiam e criticam seus filmes: "Eu não ligo. Deixe-os odiar. Eles vão continuar vendo meu filme. Acho que é bom ter esta tensão. Muito bom! Eu costumava ficar chateado, mas acho que é bom ter este diálogo. Ele me faz pensar e mantém meus pés no chão, então, tudo bem", disse à MTV. E é difícil pensar que Bay está errado em pensar assim. Ele continua fazendo os filmes que gosta de fazer e as pessoas realmente continuam indo ao cinema para vê-los. Nos seus primeiros 30 dias em cartaz ao redor do mundo, o quarto filme da franquia dos robôs gigantes ultrapassou a marca dos 200 milhões de dólares nas bilheterias dos Estados Unidos e já é o filme mais visto da história da China, onde arrecadou 225 milhões de dólares em apenas 12 dias.
Não é à toa que o cineasta anunciou A Era da Extinção como o primeiro filme de uma nova trilogia. Ele realmente só não volta para mais dois filmes da série se não quiser, pois a Paramount e a Hasbro certamente estão é rindo à toa com o tanto de dinheiro que entra bienalmente em seus cofres. Nesta nova fase, o chorão do Sam Witwicky interpretado por Shia LaBeouf sumiu do mapa. Seu nome sequer é lembrado. O que não é esquecida, porém, é toda a destruição causada na batalha de Chicago do terceiro filme, desculpa ideal para fazer o governo dos Estados Unidos agora caçar os Autobots e destruí-los. Poucos robôs continuam vivos, um deles é o líder Optimus Prime, que estava em uma espécie de coma/curto-circuito e é encontrado disfarçado no interior do Texas por um cientista incompreendido vivido por Mark Walhberg.
Com o governo - e uma nova ordem de robôs alienígenas caçadores de recompensa - na sua cola, só resta a Cade Yeager (Wahlberg), sua filha adolescente (Nicola Peltz) e o namorado dela (Jack Reynor) se juntarem aos Autobots em uma batalha pela sobrevivência que os fará voltar a Chicago e depois partir até a Ásia, onde passam por Pequim e Hong Kong novamente causando muita destruição.
Esta é a linha do enredo e, tirando algumas conspirações que não precisam ser mencionadas aqui, tudo o que você precisa saber sobre a trama. Afinal, é um filme onde a lógica e o realismo passam longe. Para Michael Bay, o que vale é o espetáculo visual. Quanto maiores as explosões e menores os shortinhos das atrizes, melhor. E Bay ainda pesa a mão em outras coisas. Ele, que gosta de ficar pessoalmente pilotando as câmeras, abusa do contra-luz no pôr-do-sol, busca enquadramentos diferentes e filma Mark Wahlberg na "hora mágica", buscando uma poesia cinematográfica que se perde nos infindáveis 165 minutos de filme.
O grande problema de Michael Bay é que ele se diverte muito e parece não saber a hora de parar. Se o filme tivesse uns 40 minutos a menos as reclamações seriam muito menores. A busca constante por uma batalha maior que a anterior é cansativa demais. Por tudo isso, a única forma de sair do cinema tranquilamente após tanta coisa voando na sua direção é reclinar o banco e tentar não pensar muito. Na verdade, isso deveria ser pré-requisito, afinal, se você sai de casa para ver um filme de robôs gigantes que viram carro (e agora dinossauros também) e que Mark Wahlberg é um cientista de talento ímpar, a última coisa que se deveria cobrar é coerência.
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Ano: 2014
País: EUA
Classificação: 12 anos
Duração: 157 min
Direção: Michael Bay
Elenco: Mark Wahlberg, Stanley Tucci, Nicola Peltz, Jack Reynor, Li Bingbing, Frank Welker, Miguel Ferrer, Jeffrey Combs, Mark Rolston, Sophia Myles, Titus Welliver, Peter Cullen, John Goodman, Ken Watanabe, Kelsey Grammer, Geng Han