A maior diferença de Transformers: O Início para os outros filmes da franquia no Século 21 é que, bom, ele é uma animação. Diferente do universo estabelecido por Michael Bay, One não é live-action, e tampouco inclui qualquer personagem humano. Mas o primeiro trailer do longa-metragem, dirigido por Josh Cooley (Toy Story 4) mostra que as novidades não param por aí. Em entrevista a Guilherme Jacobs do Omelete, o cineasta destrinchou as principais revelações dessa prévia, e explicou as dinâmicas apresentadas, a começar pela amizade entre Optimus Prime e Megatron, aqui interpretados por Chris Hemsworth (Thor) e Brian Tyree Henry (Atlanta).
Optimus e Megatron são amigos
Guilherme Jacobs: Optimus Prime e Megatron, antes de assumirem esses nomes e virarem os personagens que conhecemos, são amigos chamados Orion Pax e D-16. Como você descreveria essa amizade entre eles, e de onde veio a ideia de usá-la como base pro filme?
Josh Cooley: A relação deles é uma de irmãos. Foi isso que me fez ter interesse nesse filme: ver esses personagens que sabemos que vão virar inimigos começando desse jeito próximos. Eu queria que o público se apaixonasse por eles como amigos para que haja aquele sentimento de 'ah, eu sei que isso vai dar errado.'
Bumblebee e Elita
Jacobs: Quem são os personagens que acompanham Optimus e Megatron?
Cooley: B127, que eventualmente vira Bumblebee. Quando o conhecemos, é justo dizer que ele está num patamar mais baixo e eles precisam da ajuda dele nessa missão. Ele vira um personagem muito importante. E também presente na história está Elita, que faz parte da mesma geração deles e se torna muito importante para Optimus.
A Superfície de Cybertron
Jacobs: Normalmente o que vemos de Cybertron é a ambientação futurista que, nesse filme, parece ser o subsolo do planeta. O que você pode nos contar sobre a superfície?
Cooley: Eu estou muito empolgado porque esse filme se passa antes de Cybertron explodir ou de todo mundo tentar fugir de lá. Eu sabia que o planeta inteiro seria feito de metal vivo, e pensei muito em como isso ficaria porque há tantos tipos diferentes de metais. A pesquisa do nosso departamento de arte mostrou que há tantos metais diferentes na Terra e eles são muito lindos quando a luz reflete de uma certa maneira, e há tantas cores. Então pensamos em quem nossos personagens são dentro do planeta, e quem eles são quando vão pra superfície, porque eles nunca foram lá. Pode ser linda. É perigosa. E pode auxiliar na jornada. Muda o planeta de formas que nunca vimos antes.
Habilidade de Transformar
Jacobs: Por que vocês tomaram a decisão de colocar a habilidade de transformar como algo que eles obtêm, e não possuem desde o princípio?
Cooley: Isso estava no roteiro original e foi algo que me surpreendeu quando eu li, porque tive o mesmo sentimento. 'Pera, eles não podem se transformar? Por que?' Isso é parte da história. Há uma razão pra isso, não é só algo que acontece com todo Transformer dessa geração. Eu fiquei muito intrigado com isso porque era algo que eu nunca tinha visto... também foi fascinante porque deixa eles crescerem. Eles não pegam a habilidade e são instantaneamente bons. Eles precisam aprender a usar.
Comédia de erros
Jacobs: Vocês parecem ter se divertido bastante com a ideia das transformações dando errado. Acho que nunca vi isso sendo explorado dessa forma. Como foi que essa ideia surgiu?
Cooley: Isso era algo que eu queria muito ter nesse filme, porque não temos humanos e robôs. Só robôs. Eu sabia que precisávamos ter personagens muito fortes. Em tudo que eu trabalho, eu sempre faço um teste que é: se você coloca esses dois personagens num elevador, sozinhos, ainda dá pra fazer uma cena divertida? Isso era muito importante pro filme, ver como nossos personagens se transformam. Eles são muito divertidos. O trailer corta um pouco disso, mas quando eles estão se transformando, eles estão em perigo real. É a partir daí que o filme realmente começa. Fica muito sério, porque a existência do planeta está em jogo.
Quem são os vilões de Transformers One?
Jacobs: Tipicamente vemos o confronto Autobots vs. Decepticons nos filmes de Transformers. Quem serão os inimigos dos personagens nesse filme?
Cooley: A parte boa do filme ser em Cybertron é que ele é um filme no espaço, e isso não significa que todo planeta tem robôs. Há seres diferentes por aí e isso é parte do lore de Transformers. Eu acho que os fãs dedicados vão reconhecer esses personagens que são orgânicos, mais orgânicos que os robôs, o que gera um conflito bem claro.
Bumblebee
Jacobs: O trailer termina com bastante Bee, ou Bumblebee. Ele cresceu muito em popularidade com os filmes live-action. Ele parece ser muito divertido na animação, também. Vocês sentiram alguma pressão pra acertá-lo?
Cooley: Eu nunca senti pressão pela Hasbro ou de alguém sobre como usar o Bumblebee. Veio naturalmente, e ele é ótimo. Bumblebee, se eu me lembro bem, ficou popular nos anos 1980 porque no desenho original ele era o amigo do garoto humano, e todos nós crescemos pensando.
Jacobs: Podia ser eu.
Cooley: Exato. Há um quê infantil nele que eu acho que sempre esteve lá nas diferentes versões. Ou melhor, não infantil, mas de um personagem inocente que existe nesse mundo intenso e que faz seu melhor para encontrar seu espaço, é uma história legal.