12 Horas (Gone), produção norte-americana dirigida por Heitor Dhalia, chega aos cinemas 13 de abril. Tommy Cook, nosso correspondente em Los Angeles do site Collider, conversou com a atriz Amanda Seyfried que interpreta a protagonista Jill.
Seyfried falou sobre fazer esse tipo de personagem ambígua, o treinamento que teve para o papel, atuar sozinha ao invés de com outros atores e seu próximo projeto no filme Les Misérables, adaptação do musical.
Confira!
Normalmente, nestes filmes com uma narrativa mais incerta é difícil balancear o lado sombrio do personagem ao mesmo tempo que você tenta deixá-la mais relacionável. Como foi balancear para a Jill, para você?
Não sei, foi difícil. Nós também brincamos um pouco com a cabeça do público. É isso que faz um suspense psicológico. Neste gênero, o público tem que se questionar muito. E isso aconteceu, então... A minha personagem é muito baseada na realidade. Ela lida com as coisas de um modo bem prático na maior parte das vezes. Então, você consegue o apoio do público logo no início porque ela passou por muita coisa. Você quer estar lá para ela, ela é a protagonista. Mas também... você vê lados dela que te deixam na dúvida.
Por ela ser mentirosa.
É. Tipo: "como ela percebeu isso tão rápido? É totalmente mentira." "Mas nossa! É incrível". Então você começa a questionar tudo. A credibilidade dela já é baixa com os policiais porque ela não tem nenhuma evidência de já ter sido sequestrada. Ninguém encontrou nenhum corpo. E não há nenhuma prova de que a irmã dela foi sequestrada. Então, ela está desesperada e ninguém vai ajudá-la. E quem vai atrás de um serial killer sozinho? Especialmente se for como eu. Que tem 26 anos e é bem... fraca.
Você é intimidadora.
É mesmo? Acho que eu conseguiria mexer com o psicológico de alguém por um tempo, mas eu não acho que chegaria lá no aspecto físico. Mas eu acho que é real que ela fez treino de tiro e treinou Krav Magá. Acho que qualquer um com um pouco de razão, que tenha passado por tudo isso, iria querer se fortalecer fisicamente. Caso aconteça de novo.
Você fez algum treino ou preparação para o filme?
Não, eu trabalhei com a minha dublê na academia... Na Sunset. Em um academia de boxe, ela sabe muito. Nós aprendemos Krav Magá...
O que é Krav Magá? Falei errado?
Krav Magá é um tipo de autodefesa de artes marciais. É um tipo de artes-marciais. Sei lá, não tenho muita coordenação, mas consegui fazer.
Na maior parte do filme você atua sozinha ao invés de com outros atores. É um processo diferente de preparação para essas cenas?
Não tem nenhum processo, na verdade. Acho que é só...
Você acha mais difícil?
Acho, com certeza. Quero dizer, você não está... Não está reagindo a nada. Exceto a um som ou algo que você vê lá longe... Ou, sei lá, à chuva. Fica bem difícil depois de um tempo. Quando você está cansada é fácil porque não tem ninguém para... Sei lá, você não está afetando ninguém. Mas é tão legal quando tem outro ator para contracenar. É a melhor coisa para mim, na verdade.
Olhando mais a frente, você vai fazer "Les Misérables". Sendo cantora e entusiasta da Broadway, você deve estar empolgada.
É demais. Eu não acredito que tenho esse trabalho. Não acredito que estou sentada aqui falando sobre "Les Misérables". Eu nunca achei que iria conseguir.
Fale sobre ter interpretado o musical no teatro e agora fazer o filme. Isso te deixa nervosa ou...
É, quero dizer... É bem estressante quando você tem que cantar no estúdio. Mas... Mas tem algo muito bonito isso. É uma ótima ideia. Espero que dê certo. Acho que quando você... É difícil, quando você tenta fazer algo bem realista e tem que começar a cantar, do nada. Não é bem o que você imaginaria. Fazer disso uma grande atuação, acho que é uma boa abordagem. Com certeza é bem desafiador. Mas estamos todos preparados. Já ensaiamos muito.
Legal, muito obrigado Amanda.
Amanda Seyfried (Cartas Para Julieta, A Garota da Capa Vermelha), Emily Wickersham, Wes Bentley e Jennifer Carpenter estão no filme. Na trama, Jill Parrish (Seyfried) volta para casa depois de ter trabalhado até mais tarde e encontra a cama de sua irmã vazia. Ela acredita que o mesmo sequestrador que a raptou há dois anos voltou para concluir o serviço. Como a polícia não compra a versão de Jill, ela parte sozinha para encontrar a irmã.
O roteiro é de Allison Burnett (Fama, Sem Vestígios). A estreia acontece dia 13 de abril.
