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À Beira do Abismo | Omelete Entrevista Edwards Burns

Ator fala sobre sua participação em "À Beira do Abismo" e o mercado de filmes indie

04.02.2012, às 12H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 17H16

À Beira do Abismo (Man on a Ledge) entra em cartaz nesta sexta nos cinemas do Brasil. Nosso correspondente em Los Angeles, Steve Weintraub, do site parceiro Collider, entrevistou o elenco para a divulgação do filme.

Edwards Burns, ator e também diretor de cinema, falou como entrou para o filme e a indústria dos filmes indies, que está encontrando seu lugar nos sistemas ondemand como Netflix e VOD.

Como você se envolveu com o projeto? Você foi atrás ou ele veio até você?

Eu me encontrei com Asger, o diretor. Li o roteiro, gostei muito, é muito interessante. Tem muitas reviravoltas, não dava para saber o que ia acontecer. O que eu gostei, já que tinha tantos personagens, havia diversas vozes diferentes. Tinham papéis muito bons nele. Ele me disse que queria que eu fizesse Dougherty. Ele disse que sabia que meu pai era um policial e que eu era de Nova York e que ele queria que eu trouxesse essa autenticidade para o papel. Ele disse: "vou te encorajar a brincar com isso". E... Sabe, essas notícias empolgam um ator. A ideia de poder colaborar e não só ficar na sua marca e dizer suas falas. E a Elizabeth e eu tivemos uma boa química na hora. Ele nos deixou brincar com isso. Nós pudemos estender algumas cenas e acrescentar outra camada que no começo não estava no roteiro.

É, eu ia perguntar quanto mudou no set... Quanto você trouxe que não estava no roteiro?

Não sei... As necessidades do meu personagem no filme eram duas. É uma trama de procedimento, meio Law & Order para garantir que o público entenda alguns informações específicas. A outra coisa era criar um obstáculo para a Elizabeth. Prevenir que ela não conseguisse fazer seu trabalho porque eu estou bravo que eu não sou o negociador-chefe. E felizmente virou mais do que isso. Percebemos que a Elizabeth e eu temos uma história e que eu na verdade me importo com ela e que eu tentar atrapalhar ela tem base em algo mais substancial. Felizmente os produtores e Asger gostaram do que estava começando a acontecer e acabaram escrevendo algumas cenas a mais para nós permitindo que o meu personagem tivesse alguma redenção.

Obviamente você é de Nova York. Quanta pressão você sentiu em fazer esse filme quão autêntico possível? Que pesquisa você fez para interpretar o seu personagem?

Na verdade eu não fiz nenhuma pesquisa porque meu pai é um policial em Nova York, eu tenho cinco primos que são policiais de Nova York então eu cresci neste mundo. Senti que podia me tornar esse homem facilmente.

Algum parente seu disse que era melhor você fazer direito ou...

Eu ouço isso há anos, sabe. E tenho certeza que quando eles virem o filme vai ter alguma coisa que tecnicamente eu não fiz certo e vou ouvir.

Eu gostaria de falar com você sobre o movimento de filmes indie. Obviamente você também é um diretor conhecido. Ao longo dos últimos 10 anos mais ou menos, quanto que mudou? O que você tem notado?

Mudou drasticamente. Agora estamos passando pela maior mudança. Dez anos atrás foi provavelmente o ponto alto. Do começo ao meio dos anos 1990 quando estes filmes... Quando estes pequenos filmes indie começaram a ir bem nas bilheterias você tinha a Fox Searchlight, que a Fox iniciou, tinha a Warner Independent, Paramount Classics... Miramax e a Weinstein Company. E por volta de 2005 você começa a perceber que aparentemente o público dos cinemas começa a negligenciar estes filmes. Cinemas de arte começam a fechar desde então e algumas dessas companhias como Picturehouse, Warner Independent e a Paramount Vantage sumiram do cenário. Sabe, três anos atrás as coisas estavam bem ruins. O público estava diminuindo nos cinemas, tanto nos filmes dos grandes estúdios mas ainda mais nos cinemas mais especializados. E parecia que as pessoas não ligavam mais para estes filmes. Então o que eu e outros cineastas temos feito é reconhecer que o público não quer mais gastar esse dinheiro para ir ao cinema enquanto eles podem aproveitar de casa com sua televisão widescreen. Acessar via iTunes, VOD ou Netflix. Eu decidi com os meus últimos 2 filmes... - o último foi lançado semana passada, "Newlyweds" - fazer uma distribuição em plataformas digitais. O incrível é que para se fazer o marketing de um filme para um lançamento nos cinemas de um filme é 42 milhões de dólares. Então é claro que os grandes filmes vão gastar muito mais enquanto os indies vão gastar uns 2 milhões para... Para estar no mercado. E a bilheteria não justifica todo este gasto. Então, quando você lança um filme digitalmente você não tem esse gasto. O que fizemos foi não gastar nada com o marketing e fazer tudo via redes sociais, entrevistas tradicionais fazendo o máximo de divulgação possível com a imprensa. Sabe, este filme foi lançado há dez dias e nós já cobrimos. Fizemos nosso dinheiro de volta e está tudo ótimo. Então é um modelo de negócio que funciona para alguns tipos de filmes de baixo ou nenhum orçamento. Mas é o futuro. Se seu filho estiver saindo da escola de cinema agora, é a melhor hora porque a tecnologia digital quanto as câmeras e a edição te permite comprar uma câmera digital comum que tem uma ótima imagem em alta definição e você pode editar no Final Cut do seu Mac. Se não conseguir colocar no iTunes ou em uma TV a cabo sob demanda você ainda pode colocar no YouTube. Tem um filme que saiu ano passado chamado "A Girl Walks Into a Bar" que foi só lançado no YouTube e conseguiu mais de 1 milhão de visualizações. Então é um modelo de negócio que não te fará um milionário, mas se seu objetivo não é ser milionário, e sim ser um cineasta ou contador de histórias e você precisa fazer filmes e contar histórias e quer que as pessoas assistam, não tem mais nada no seu caminho.

Eu concordo 100% com isso. Eu tenho que encerrar. Boa sorte com tudo. Sou um grande fã do seu trabalho.

Legal. Idem. Obrigado cara.

A história acompanha uma policial (Elizabeth Banks) especializada em negociar com suicidas que tenta demover um ex-policial de Nova York e fugitivo da justiça (Worthington) a desistir de se jogar de um arranha-céus.

Anthony Mackie (Guerra ao Terror), Jamie Bell (Billy Elliot), Ed HarrisEdward Burns e Genesis Rodriguez também estão no elenco. O roteiro foi escrito por Pablo Fenjves, com segunda versão de Chris Gorak (Toque de Recolher) os irmãos ErichJon Hoeber (Red, Terror na Antártida).

À Beira do Abismo é dirigido pelo dinamarquês Asger Leth, cujo único outro filme, Ghosts of Cité Soleil, foi exibido por aqui apenas no Festival do Rio de 2007. A produção fica por conta de Lorenzo di Bonaventura, que produziu TransformersG.I. Joe: A Origem de CobraSalt.

À Beira do Abismo já está em cartaz.

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