Em entrevista com Bruno Silva, Yosuke Asama, produtor de Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário, fala sobre os personagens e armaduras, as dificuldades na adaptação da série para o filme, a intenção de fazer uma sequência e o tom humorístico do filme.
Queria começar perguntando sobre a inspiração que vocês tiveram para projetar as armaduras, o novo santuário e os personagens. Queria saber como foi criar esse visual novo.
Yosuke Asama: O que nós queríamos fazer, em relação a animação japonesa, é algo completamente diferente, algo novo e fora do tradicional. Então, uma das linhas que surgiram era fazer algo igual ao que já foi feito, algo com o design e os personagens idênticos ao desenho animado. Mas nós queríamos criar uma nova versão dos Cavaleiros do Zodíaco em computação gráfica. Então buscamos o equilíbrio para que desse para saber que aquele é o Seiya, aquele é o Mu mas olhando de perto daria para ver as diferenças no design.
Eu queria perguntar também sobre a adaptação, porque são muitos episódios, você tem mais de 70 episódios para um filme de 1h30m. Queria saber como foi escolher o que ia entrar no filme, o que não ia entrar e o que vocês queriam passar de mais importante do desenho para esse espaço tão curto de tempo.
YA: Foi um trabalho muito, muito difícil. Bom, na hora de fazer o filme "A Lenda do Santuário", não queríamos que fosse um filme isolado, queríamos fazer algo para apresentar os cavaleiros para uma nova geração, e fazer algo como uma introdução para que eles venham a conhecê-los. Então o trabalho começou selecionando as partes mais decisivas para mostrar quem é Seiya, quem são os cavaleiros de ouro e o que eles fizeram nesses 130 episódios.
Então existem planos de continuar adaptando, fazer novos filmes, trazer as outras sagas e as outras aventuras dos cavaleiros também para esse formato do cinema?
YA: Sim, essa é a nossa intenção. Mas ainda não temos nada concreto como, por exemplo, qual será a próxima história ou algo assim.
E eu queria saber quais as diferenças de trabalhar com a animação de Cavaleiros do Zodíaco, o desenho, e com o filme.
YA: Eu sempre trabalhei com animações para TV. Essa é a primeira vez que trabalho com um filme em CG, mas demora muito tempo para fazer o trabalho e que é muito mais caro, essas foram as primeiras impressões que tive.
Uma coisa que eu notei no filme é que ele tem muito mais cenas cômicas, você dá muito mais risadas no filme do que no desenho, que é mais sério, tem aquela coisa mais dramática. Como foi essa decisão de dar um tom mais leve pro filme em relação ao desenho.
YA: Todo esse aspecto humorístico foi intencional, porque, primeiramente, queríamos apresentar esse universo dos Cavaleiros do Zodíaco, do desenho animado que agora migra para a computação gráfica, para uma nova geração de espectadores, que talvez não conheça nada desse universo. O diretor Keiichi Sato então pensou que para atingir esses jovens seria preciso mostrar personagens que fossem mais íntimos desse público que queremos atingir sendo assim mais atrativos para essa nova geração. Nós queríamos que o Seiya e os outros personagens fossem como seus amigos, então era essa imagem viva que queríamos passar, por isso usamos esse tom mais leve que é acessível a todos.
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