Marecelo Hessel, diretamente de Hollywood, em mais uma entrevista exclusiva, conversou com Jessica Chastain sobre seu último filme, Mama. A atriz contou como é difícil para uma ruiva ser bem-sucedida em Hollywood, falou sobre o Oscar e sua personagem.
Oi, Jessica, como você está?
Jessica Chastain: Oi, bem, obrigada.
Primeiramente, é difícil ruivas serem bem-sucedidas em Hollywood?
JC: Bom, tem sido ótimo, porque eu consegui e isto é ótimo. E há ótimas atrizes ruivas. Cate Blanchett, Julianne Moore... Amy Adams. Há ótimas ruivas que trabalham em Hollywood. Eu acho que, para mim, quando eu estava em Los Angeles, eu me questionei se devia pintar meu cabelo de loiro, porque... É engraçado, quando você lê um roteiro, você nunca... É raro quando você lê um roteiro que diga: ruiva. Normalmente é loira ou morena, quando descrevem o personagem. Então, eu acho que as pessoas ficam chocadas quando você entra em algum lugar e você tem cabelo ruivo.
Sim, claro. E neste filme você tem uma aparência bem diferente. Você queria isso ou é do personagem mesmo?
JC: Bom, como atriz, você sempre trabalha junto com seu diretor e Andres Muschietti, que escreveu e dirigiu o filme, ele criou uma personagem que toca baixo em uma banda de punk, e ela nunca quer crescer. Ela só quer sair com os seus amigos e sair com o seu namorado sexy. E isto é a vida dela, sem nenhuma responsabilidade. Eu não poderia interpretar este personagem do jeito que sou normalmente, porque eu pareço uma adulta. E, não que ela não seja uma adulta, mas ela simplesmente quer se divertir e, então, Andres teve a ideia da tatuagem de polvo para ela e eu achei perfeita para Annabel, porque quando um tentáculo de um polvo fica preso, ele se solta. E isto é exatamente a personalidade dela no início do filme. Nenhuma responsabilidade. Ela quer fugir disso.
Antes de filmes, você fez muita coisa para televisão. Qual a melhor lição que aprendeu com a televisão?
JC: O primeiro programa que participei foi E.R. Eu não sabia nada. Eu não sabia quem era a primeira e a segunda unidade, não sabia nada. Alguém veio tirar uma foto para a continuidade e eu achei que estavam tirando uma foto minha, então, eu sorri. Noah Wyle estava fazendo E.R. e foi incrível, porque ele era o principal de E.R. na época e ele tratava cada um do set com tanta gentileza e respeito. E foi o início perfeito para a minha carreira, porque eu pensei: "Eu quero ser esse tipo de atriz." Ele simplesmente é um ótimo ator, mas também ele é uma ótima pessoa. Então, essa foi a melhor lição que aprendi.
Vamos imaginar que você acaba de ganhar o Oscar. Quem você agradeceria primeiro?
JC: Se eu acabei de ganhar... É tão difícil responder esta pergunta, porque depende pelo que você está concorrendo e...
Você sabe que precisa pensar nisso.
JC: Sim.
Você sabe, não?
JC: Na minha vida, eu tive muita sorte em ter uma avó que me apoiou tanto. Ela me levou a minha primeira peça. E quando eu entrei na Julliard, e ela me ajudou a mudar para Nova York e ela foi ao Oscar comigo ano passado, então, minha avó foi sempre uma pessoa muito importante na minha vida.
Você acredita na maldição do Oscar?
JC: Qual é a maldição do Oscar?
Bom, toda atriz que ganha o Oscar, Halle Berry, muitas atrizes, sofrem a maldição. Eles não recebem bons papéis depois disso. Então...
JC: Bom, na verdade, eu não tenho certeza disso, porque, se você olhar para Cate Blanchett, ela ganhou um Oscar e ainda está interpretando papéis incríveis, e Marion Cotillard ganhou o Oscar e simplesmente a ajudou na carreira. Eu acho que é mais excitante dizer que há uma maldição por aí, do que falar sobre as coisas positivas. Então, eu vou declarar publicamente e dizer que eu não acredito na maldição.
Certo. Ótimo. Bom, boa sorte.
JC: Muito obrigada.
Obrigado.
Mama estreia 5 de abril nos cinemas.