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Redenção | Omelete Entrevista Elenco e Equipe

Atores, diretor e roteirista falam sobre o processo de produção do filme

15.12.2011, às 15H58.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 17H16

Redenção (Machine Gun Preacher) é baseado no livro autobiográfico escrito por Sam Childers (no filme interpretado por Gerard Butler), ex-traficante que virou pastor e entrou em uma jornada para resgatar crianças africanas de guerrilheiros em zonas de guerra.

O filme estreia esta sexta, dia 16, no Brasil e nosso correspondente em Los Angeles, Steve Weintraub, teve a oportunidade de fazer entrevistas com o elenco e com a equipe - incluindo o próprio Sam Childers, Gerard Butler, a atriz Michelle Monaghan, o roteirista Jason Keller e o diretor Marc Forster.

Eles falam sobre o processo de se adaptar o livro para o cinema, a escolha dos atores, as dificuldades de interpretar pessoas reais e muito mais!

Acho que te fiz essa pergunta em Contra o Tempo, e peço desculpas por repetir, mas tenho que perguntar para o seu parceiro. Eu começo com perguntas divertidas. Qual é a sua música favorita de karaokê?

Gerard Butler: "Wonderwall". Ou "Sympathy for the Devil".

Michelle Monaghan: Você cantou "Wonderwall".

GB: Eu cantei! Nós cantamos em um karaokê...

MM: Nós cantamos em um karaokê juntos e ele cantou "Wonderwall".

GB: Nós dois somos ótimos cantores de karaokê.

MM: Mas ele é bom e eu sou péssima, esse é o problema.

E a outra pergunta divertida é: qual foi o último videogame que vocês jogaram?

GB: Adoro que você acha que essas são perguntas divertidas.

MM: Ah, "Angry Birds"? "Angry Birds" é um videogame? É? Ok, então foi "Angry Birds".

GB: Qual é o meu videogame favorito?

Não, qual foi o último videogame que você jogou.

GB: Ah! Foi "Space Invaders".

Fale um pouco sobre como você se envolveu neste projeto.

Marc Forster: Eu tinha ouvido dizer que o Jason Keller, o roteirista, tinha escrito uma história para mim. Eu achei que a história não fosse verdade, eu não conseguia acreditar. Mas eu achei bem interessante. Conheci o Sam e passei um tempo com ele na Pensilvânia... Fui para o Sudão e passei um tempo com ele no orfanato. Mas quando conheci as crianças e passei um tempo com elas e vi as atrocidades que aconteciam lá eu disse: "Não posso, tenho que contar essa história. Não posso ignorar". Senti que era uma responsabilidade. E pensei que o próprio Sam era um personagem tão incrível e interessante que vem deste mundo tão sombrio e destrutivo e que faz essa volta de 180 graus. Mas que ao mesmo tempo abandonou sua família por outra. Ele não é o típico herói, mas coloca sua vida para salvar essas crianças. Tem tantos elementos de entretenimento, inspiração e educação. E para mim não era uma história sobre um homem branco que salva crianças na África mas sim a África salva ele, as crianças o salvam. E eu achava uma história incrível e muitas pessoas não sabiam o que acontecia lá. Eu senti que era uma história que eu precisava contar e fiquei apaixonado por ela.

Eu imagino que seja diferente interpretar pessoas que existiram. Vocês também poderiam falar dos desafios?

GB: É, o desafio é ter que se reportar para alguém. Sabe, alguém no final do filme vai dizer que era ele, ou que não era, ou que você fez muito disso ou pouco daquilo. Mas acho que tem mais vantagens porque você pode ver aquela pessoa, fazer perguntas. Você pode ver como a pessoa fica quando fala da sua vida. Você tem muitas dicas. Então acho que foi uma vantagem. Não acho que todos no mundo sabem quem são o Sam e a Lynn Childers... Sabe, eu não estava personificando Hitler ou JFK. Não estávamos procurando uma imitação exata.

MM: É, exatamente. E acho que é a mesma coisa para Lynn. Sabe, ter a oportunidade de me sentar com ela, e poder entender quem ela é, além de só ler no papel. No que está escrito, sabe? Ela é muito... Ela admite que não é muito emotiva, então ela é muito diferente de mim. Ela é muito calma, relaxada e concentrada. E eu sou muito emotiva. Então acho que foi a primeira vez na minha vida em que atuei contra os meus instintos, lembrando e estando consciente de quem ela é. Então esse foi provavelmente o maior desafio.

Fale um pouco sobre a seleção do elenco e sobre seus critérios para encontrar as pessoas.

MF: Obviamente eu procurei primeiro por quem iria interpretar o Sam. Sabe, é uma grande responsabilidade. Eu estava olhando os atores e poucos em Hollywood eram másculos o suficiente. Quando conheci o Gerard senti que ele tinha as qualidades de um homem de verdade e ele poderia interpretar o Sam e parecer real. Mas eu queria ter certeza que ele se dedicaria, que passaria um tempo com o Sam, que ele realmente o conheceria e absorvesse tudo. Porque tínhamos um personagem real, então tínhamos que absorver seus maneirismos e colocar no filme.

Falando nesse projeto, quanto a balancear entre ser fiel ao filme e manter os fãs do livro interessados. Balancear essas duas coisas.

MF: Sabe, você tem o livro, mas ele não tem uma narrativa nesse sentido. Então você quer captar o espírito do livro mas ao mesmo tempo você deve criar a própria narrativa do filme. E foi isso que fizemos. Mas ao mesmo tempo tem muita coisa do livro que tentamos incorporar ao filme. Então há uma linha tênue. Quando fiz um filme como "O Caçador de Pipas" eu tentei me manter mais fiel ao livro do que nesse caso porque ele tinha uma narrativa mais forte.

Jason Keller: No começo era muito importante para nós contarmos uma história real. Trabalhamos duro para garantir que esse filme fosse autêntico, sabe. E posso seguramente dizer que cada cena naquele filme, se não foi extraída diretamente de algo que aconteceu com o Sam ou com as crianças no Sudão, então com certeza foi uma cena inspirada diretamente por algo que aconteceu. No final este é um filme de Hollywood então tivemos que aumentar um pouco a ação. Queríamos que esse filme fosse tão grande quanto pudesse e que alcançasse o maior número de pessoas que conseguíssemos. Uma das concessões que fizemos foi que teriam sequências de ação que provavelmente seriam maiores que as que Sam viveu. Mas fora isso essa é uma história real.

Sam Childers: Eu concordo com tudo que ele acabou de dizer. A única coisa com que eu tinha um problema mas agora eu entendo porque eram mais de 30 anos colocados em um filme de duas horas... Eles tiveram que pegar muitas cenas e condensá-las, então a cronologia pode não ser exatamente como aconteceu mas a primeira parte do filme é idêntica. É idêntica. Quero dizer, se você pegar o livro, se tiver a chance de comprá-lo ou de pegar um aqui você vai ver que a história real, contada passo a passo, está no filme.
Mas não foi nessa sequência. Eles fizeram um trabalho incrível, mas o personagem de Donnie no filme era na verdade vários personagens. Mas eu pude entender. Não tinha como pegar alguém como o Donnie e colocá-lo em cinco diferentes personagens. Ia custar muito dinheiro. O dinheiro era limitado. Mas a história é real? Sim. E espero que continue a mudar a vida das pessoas.

Quero falar sobre "World War Z". Tenho muito interesse nesse projeto. O que o atraiu para esse projeto em particular?

MF: A produtora do Brad Pitt, a Plan B, me mandou o livro alguns anos atrás e fiquei muito intrigado com ele, achei que era um assunto interessante. Pensei que fazer um filme sobre aquilo seria fascinante. Então eu me envolvi cada vez mais, desenvolvi o roteiro e então começamos a fazer. Eu acho que no momento em que vivemos neste mundo os zumbis são uma metáfora muito interessante de se usar. Eu os achava incríveis nos anos 70 porque naquela época, quando George Romero trabalhou com eles era um época de consumismo e tudo o mais. Mas os anos 70 também foram uma época de mudança, e os zumbis eram muito populares. Estamos vivendo agora em uma época de mudança, então acho que é por isso que os zumbis são tão populares de novo.

Fale um pouco sobre o Sudão. As coisas melhoraram ao longo desses anos?

SC: Recentemente o Sudão, no dia 9 de julho deste ano, declararam sua independência. Eles são considerados um país. Agora eles estão em meio a construir sua infraestrutura e estão fazendo um ótimo trabalho. Mas temos que perceber que o grande problema, um grande problema no sul do Sudão com que eles ainda tem que lidar e em Darfur tem o presidente do norte do Sudão, Bashir. Ele é quem causa o genocídio. As pessoas falam que eles não lutam, mas eles continuam lutando na Aba, continuam lutando no Nilo Azul... E qual era a outra cidade que você disse?

JK: Você tem relatos todos os dias de covas gigantes preenchidas com civis inocentes. Tem muitas atrocidades acontecendo no Sudão e no norte do Sudão enquanto nós conversamos.

SC: Houve mudanças e eles estão indo bem mas ainda há um problema. Eu acredito que todos devem olhar para o norte do Sudão, para Bashir. As ações dele. Eu acredito que se tirarem este homem do poder vamos ver mudanças drásticas em toda a África Oriental. Não só no Sudão, mas os países ao redor começarão a mudar. E está acontecendo. As pessoas ao redor do mundo cansaram dos ditadores, cansaram de ter assassinos governando um país. Eu acredito que seus dias estão contados. Vamos continuar rezando para que algo grande aconteça logo.

E bem rápido: para as pessoas que querem doar ou ajudar, você pode dar o contato?

SC: machinegunpreacher.org, é fácil, passe para as pessoas. É fácil de lembrar: machinegunpreacher.org. Lá tem o "Angels of Eastern Africa". Você pode entrar no site e doar. Mas não se prenda a nós. Se você não se sentir confortável com a gente, pesquise, ache uma ONG que você goste e os ajude. Precisa de muita ajuda no Sudão, na Uganda, na Etiópia, na Somália... Todos esses países precisam de muita ajuda.

Kathy Baker (Tinha Que Ser Você), Madeline Carroll (Promessas de um Cara de Pau) e Souleymane Sy Savane (Goodbye... Solo), Michelle Monaghan (Controle Absoluto) e Michael Shannon (Possuídos) também estão no elenco. Monaghan vive a esposa de Childers, Lynn. Shannon faz Donnie, o melhor amigo do herói. Carroll interpreta a filha de Childers, Paige, e Baker é a mãe do pastor. Sy Savane, por fim, faz Deng, africano que é o braço direito de Childers na cruzada.

Redenção é uma adaptação da biografia Another Man's War: The True Story of One Man's Battle to Save Children in the Sudan, escrita por Jason Keller, que também cuidou do roteiro. A Imagem Filmes lança o longa no Brasil em 16 de dezembro.

Leia a crítica de Redenção

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