Em uma entrevista exclusiva, durante o Festival de Toronto, Érico Borgo conversou com Daniel Brühl, que interpreta Niki Lauda em Rush - No Limite da Emoção (Rush). O ator falou sobre o piloto que interpretou, os desafios técnicos e se era fã do esporte.
Então, o que você diria que é mais difícil: interpretar alguém que existe ou criar um personagem do início?
Daniel Brühl: Bom, depende. É uma forma diferente de fazer, claro, mas... Foi uma experiência muito interessante, interpretar Niki Lauda, porque foi a primeira vez que eu interpretei alguém famoso e que estava vivo. Então, por um lado, eu senti essa pressão, um peso, para interpretar um ícone, uma lenda viva no meu país. Por outro lado... depois de conhecê-lo e ter uma boa relação com ele, eu percebi o quanto isso ajuda, porque não tem como conseguir informações melhores para criar o personagem do que a própria pessoa, então foi muito crucial para mim manter contato com Niki e ter uma boa relação com ele. Claro que antes eu não sabia se isso ia acontecer. Eu simplesmente esperava que acontecesse, mas funcionou e é um grande alívio. Porque ele não é nem um pouco diplomático e ele teria me falado se a atuação ficasse uma merda.
E como foi a colaboração? Foi ficou surpreso...?
DB: Eu fiquei surpreso com como o roteiro é bem escrito. Eu conseguia dizer que Peter Morgan, o roteirista, já conhecia Niki, porque era muito bem retratado e o diálogo era muito preciso e exato. É a forma que Niki fala, a forma que as frases eram escritas. A forma ritmada. O que ele diz e a forma que ele diz. Eu fiquei surpreso como uma pessoa pode ser tão direta. Às vezes... Depois de ler o roteiro, eu pensei: "Tudo bem, isso pode estar um pouco exagerado." Mas quando eu falei pela primeira vez com ele no telefone, eu pensei: "Não, isso é verdade." Ele disse: "Sim, é Niki, eu acho que temos que nos conhecer agora." E eu disse: "Sim, isso seria ótimo." E ele disse: "Traga uma mala de mão para Viena, se não gostarmos um do outro, você pode ir embora na hora."
Fantástico. Você pode falar sobre os desafios técnicos? Você aprendeu a pilotar ou dirigir?
DB: Sim, nós tivemos. Chris Hemsworth e eu. Bem antes da filmagem começar, eu queria ganhar um pouco de experiência em dirigir carros de corrida e eu fiz um curso de Fórmula 3 na Espanha, na pista de corridas de Montmeló. E esta foi a primeira vez que eu dirigi um carro desses. Foi pura adrenalina. Eu fiquei completamente viciado, porque a sensação da velocidade é bem maior. Você está tão perto do chão, você sente o vento, o barulho do carro, o cheiro de gasolina. É muito empolgante.
Você já era fã de corrida antes?
DB: Sim, eu era. Eu cresci em Colônia, no oeste da Alemanha, que é bem perto de Nürburgring, então desde criança eu conheço o Niki Lauda, mas a minha geração de pilotos era Michael Schumacher, Ayrton Senna... E quando Schumacher começou a ganhar todas as temporadas, eu perdi um pouco de interesse nesse esporte e eu me envolvi mais com futebol e tênis. E depois de assistir ao documentário do Senna, eu me interessei novamente por esse esporte fascinante.
OK. Obrigado.
DB: Obrigado. "Obrigado".
Rush - No Limite da Emoção estreia 13 de setembro nos cinemas.