Dezesseis anos e 193 edições depois, a HQ de The Walking Dead chegou ao fim. Um marco para os quadrinhos autorais, a revista quebrou recordes de venda e gerou uma franquia responsável por reviver a força dos zumbis na cultura pop. Além de terminar a história, a última edição revelou também que quase terminou de outra forma. Confira abaixo o final oficial do quadrinho de Robert Kirkman:
[Cuidado com spoilers!]
Os números anteriores mostraram os momentos finais de Rick, assassinado em sua cama por Sebastian Milton, filho da governadora da comunidade Commonwealth. O lugar tinha duras leis e punições até a chegada de Rick, que graças à sua vivência no apocalipse trouxe uma nova visão sobre poderes e responsabilidades para as autoridades do local. Sentindo que o Xerife era uma ameaça para o status de sua mãe, Milton invade a casa dos Grimes e mata Rick com tiros no peito. No número 192, Carl encontra a versão zumbificada de seu pai e acaba matando-o novamente. O restante da edição mostra o momento de luto não só do garoto, mas de toda a comunidade.
Estabelecida a morte de seu protagonista, a edição final de The Walking Dead começa com um salto temporal. Quase uma década após o falecimento de Rick, um zumbi invade a residência de Carl, que agora mora em uma zona afastada de Commonwealth com Sophia, agora sua esposa, e sua filha Andrea - batizada em homenagem a sua falecida madrasta. Assustado por encontrar um andante após tanto tempo em seu quintal, Carl vai à cidade e descobre que o morto-vivo pertence à Hershel Greene, o filho de Maggie e Glenn, que promove um show itinerante com as criaturas, levando-as de cidade em cidade para mostrar às novas gerações como era a vida antes do restabelecimento da sociedade. Por destruir uma “propriedade privada”, Carl vai a julgamento e é condenado a repor o zumbi de Hershel após intervenção da própria Maggie, agora governadora de Commonwealth.
A HQ também mostra que agora ele é um Mensageiro da comunidade, responsável por entregar suprimento. A história mostra um dia de sua jornada diária e revela o paradeiro de boa parte do elenco da HQ: Aaron e Jesus vivem felizes em uma casa próximo ao rio, Lydia se casou com um rapaz chamado Conner, Eugene trabalha em uma ferrovia que vai cruzar os EUA com auxílio de alguns Salvadores, incluindo Laura, que recusa a tratar Rick como um herói por culpá-lo pela morte de Dwight. Nesse dia, Carl passa até mesmo na casa de Negan, que não atende ao ser chamado.
Ao voltar para casa, ele encara as autoridades novamente, pois retornou à cidade na noite anterior e matou os demais zumbis que pertenciam a Hershel. Dessa vez, Carl será julgado por ninguém menos do que Michonne, que voltou a usar o sobrenome de seu ex-esposo e agora é conhecida como “juíza Hawthorne”. Grimes se defende alegando que a vida pacífica que a comunidade atingiu só foi possível graças à muito sacrifício e que manter os zumbis por perto poderia colocar tudo a perder, possibilitando o retorno da epidemia, que está controlada dentro dos muros da cidade, mas não erradicada.
Carl é absolvido por Michonne, que admite não ser capaz de mandar prender uma de suas “pessoas favoritas”. Em uma conversa privada, a juíza explica a ele que conseguiu finalmente superar seu passado trágico e se deu uma chance de ser feliz e por isso utilizar “Hawthorne” se tornou tão importante. Ela ainda se mostrou feliz ao saber que sua espada foi usada para se livrar do zumbi na residência dos Grimes. Deixando a corte, ele tem um novo encontro com Hershel, que explica que manter os zumbis por perto era uma maneira de lembrar de seu pai, Glenn, que não é tão celebrado quanto Rick.
Por fim, Carl passa pela estátua de seu pai, erguida no centro de Commonwealth e parte para casa, onde lê uma história para Andrea dormir. Não por acaso, ele conta a jornada de Rick, sua trajetória de sacrifícios e triunfos que possibilitou a reconstrução - ainda que parcial - da civilização.