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Wolverine - Imortal | Visitamos o set e conversamos com o elenco e os realizadores!

James Mangold e Hugh Jackman querem fazer o "filme definitivo" do mutante

28.05.2013, às 13H33.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H48

O Omelete esteve no set de filmagens de Wolverine - Imortal (The Wolverine) em Sydney, na Austrália, representado pelos nossos parceiros do Collider, e por lá conversamos com o elenco principal, o diretor James Mangold e o produtor Hutch Parker.

Entre outras coisas, eles contam que o longa é, no geral, mais sombrio que os filmes dos X-Men, que a trama se passa depois da trilogia mutante e que a ideia é fazer o filme definitivo de Wolverine. Confira abaixo as declarações mais interessantes, além de fotos inéditas do novo filme do mutante.

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Você está satisfeito com as tomadas que tem feito?

James Mangold: Satisfeito? Todo dia, sim, mas a cada dia você tenta ir mais longe. É sempre uma busca. Eu adoro filmar aqui [em Sydney], adoro esse ambiente.

O que mudou no roteiro desde que você assumiu o filme?

Mangold: É coisa demais, não dá pra entrar em todos os detalhes... Para mim o foco sempre foi uma ideia específica, que é localizar o filme no final da linha do tempo dos demais longas [dos mutantes]. Não queria que ficasse no meio [da cronologia]. Eu queria tratar todo o resto como passado. O que eu acho mais interessante em Wolverine é o conceito da imortalidade e do fator de cura; o fato da longevidade causar uma espécie de exaustão, quando você perde todo mundo que ama. A história que eu quero contar é a de um sujeito que se sente amaldiçoado, é encontrar Logan abandonado em um lugar, depois de ter matado sua mulher, e partir daí.

Sempre adorei quadrinhos, eu colecionava quando era criança. Mas me aborreço um pouco com o recorte que os filmes de super-herói têm feito. Eu queria fazer um filme mais voltado para os personagens, sem ameaça de destruir a Terra, a Lua, um estádio ou uma cidade. É sempre a repetição do mesmo filme, com algum vilão gigante. Então pra mim o foco era fazer um filme realmente interessado nos personagens. Pensei em paralelos com coisas como Josey Wales, O Fora Da Lei, que é um filme que começa com um personagem sem nada, que perdeu tudo. Vi filmes de samurais, e a ideia dos ronin - samurais sem mestres -, um herói sem propósito, sem missão, é exatamente o que Logan é.

Como é chegar num projeto em que seu astro já está envolvido há tempos?

Mangold: Bem, eu tive muita sorte neste filme. Hugh [Jackman] e eu somos amigos há anos, e, assim como eu, ele também estava interessado em fazer algo diferente. O filme não é um reboot, porque Hugh continua, mas de certa forma estamos fazendo um filme isolado de Wolverine. Encaixa-se no universo [dos X-Men] e não nega esse mundo, mas é um filme próprio. A jornada a outro país acabou nos libertando das amarras das continuações típicas. E não precisar recontar a origem é um alívio. Isso pode ser um fardo... Superman é um filme brilhante, por exemplo, porque [Richard] Donner juntou dois em um: é uma história de origem e a história da batalha com Lex Luthor, ao mesmo tempo.

Fale um pouco sobre a conversão para 3D.

Mangold: É uma experiência nova pra mim, e acho que pode ficar legal nas cenas de artes marciais e em outras coisas que estamos fazendo. Nós nunca conseguiríamos rodar em 3D, por questões de custo. Este é um filme arriscado; tem muito idioma estrangeiro, 90% do elenco não é americano. E é um filme de personagem, não temos um supervilão evidente. Essas coisas fazem os estúdios pensar que estão se arriscando, então o custo de filmar em 3D sempre esteve fora de questão. E pra mim o que importa é a liberdade que eles [na Fox] nos deram para fazermos o filme que nós queríamos.

Enquanto filma, você já considera acrescentar algo depois dos créditos finais?

Mangold: Cenas pós-créditos não são minhas coisas favoritas no cinema. Pra mim a ideia é que a cortina se abre e depois se fecha. Em espetáculos, existe o bis, e eu não me oponho a isso, mas os melhores filmes para mim são aqueles que entregam o que prometem e não tentam tirar uma risada a mais, logo depois. Meu objetivo, quando o filme termina, é que você diga: "Essa refeição foi boa, não preciso de sobremesa".

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Esse projeto passou por algumas dificuldades durante o seu desenvolvimento. Diferentes diretores e muitas pessoas trabalharam no roteiro. Como é finalmente chegar ao set para filmar?

Hugh Jackman: Fantástico. É estranho. Talvez na teoria seja como você descreveu, mas na realidade, fora a longa gestação, tem sido uma experiência tranquila, pois a primeira versão do roteiro entregue por Chris McQuarrie era tão fantástica - e foi o motivo de Darren Aronofsky entrar no projeto. Por uma série de motivos, ele não pôde continuar, e então, obviamente, tivemos alguns atrasos, alguns atrasos no meu cronograma, atrasos aqui e ali. De certa forma esperei 12 anos por esse capítulo, por essa história de samurai, desde a minha primeira semana no primeiro X-Men. Eu estava lendo a HQ [Eu, Wolverine] e eu e [a produtora] Lauren Shuler Donner conversamos sobre um dia chegar a essa história.

Você é o Wolverine. O Hulk, por exemplo, já foi interpretado por três atores. Mas mesmo em X-Men: Primeira Classe, você tinha apenas um fala, e algumas pessoas dizem que é a melhor fala do filme. O que torna você "o" Wolverine?

Jackman: Bem, em primeiro lugar, você sempre precisa ver o pedigree de qualquer coisa e o personagem nos quadrinhos é incrivelmente popular, então eu não poderia ser creditado por nada disso. Sou muito grato pelos fãs terem me aceitado no papel, pois amo interpretá-lo. Nunca achei que minha jornada duraria tanto tempo. Há um prazo de validade para interpretar um cara que não envelhece, então eu amo [que o tenha interpretado tantas vezes]. Sempre achei fascinante e, admito, um pouco frustrante, pois achava que nunca tínhamos conseguido entregar a essência do personagem. Acho que nessa história, você consegue ver o Wolverine definitivo. Você consegue ver quem ele realmente é. Você definitivamente o vê no seu estado mais vulnerável, física e emocionalmente. (...) Me senti abençoado por ter a portunidade. Conheço muitos fãs do Wolverine. Eles me contaram exatamente o que pensam do filme, cada cena. Tive a sorte até agora de não ter causado nenhuma grande decepção, pois tenho certeza que cuspiriam em mim na rua. Esse é o nível de paixão envolvido. Então estou feliz.

O que o impedia de interpretar o verdadeiro Wolverine antes?

Jackman: Nos filmes dos X-Men existiam muitos personagens e muitos arcos de personagem e a dificuldade disso é servir às diferentes histórias e manter o mundo dos mutantes e o mundo dos X-Men em jogo. Então, uma tarefa muito difícil. Bryan Singer fez um trabalho brilhante. Também estávamos estabelecendo um tom que não existia na época. Não existia nenhum Chris Nolan. A ideia de que você poderia ver um filme [de herói] em que você se identifica com os personagens não existia. Então dê a [Singer] muito crédito pelo que ele criou lá. Acho que por inúmeras razões, havia um número de coisas contra nós na época de X-Men Origens: Wolverine. Colocamos nosso coração e alma no filme, eu apenas senti, honestamente, que não tínhamos entregado a minha visão de quem esse personagem é. Acho que ganhamos outra chance com Wolverine -Imortal.

Falando sobre o Wolverine, as garras por um lado são bem literais, mas de outro, elas expressam uma ideia. O que elas são? Qual é a metáfora?

Jackman: Há uma série de coisas em jogo aqui. Uma delas é a luta entre o animal e o humano dentro dele. Coisa que, em uma escala muito menor, todos temos, mesmo no dia a dia. É a teoria do caos/ controle. As garras são a personificação do lado animal. Elas geralmente saem com a raiva, aquela fúria interna. O personagem do Wolverine, antes de mais nada, está em guerra consigo mesmo. De certa forma, você pode dizer que ele mesmo é o seu pior inimigo. Neste filme, você realmente o vê no seu pior. Ele está sem propósito. Ele está sem razão alguma no começo. Pela história de samurai e por estar em uma terra estrangeira, ele é forçado a abraçar quem ele realmente é - ou não. Não quero entregar isso. (...) Wolverine não tem [o poder] mais espetacular de todos os X-Men. Ele não pode voar, ele não pode pular, ele não pode atirar raios laser. Ele tem uma habilidade de cura, que é fantástica, e essas garras. Acho que sua maior arma é quem ele é por dentro, independente de...Se você tirar todos os poderes deles, tenho certeza de que, de todos os X-Men, Wolverine é um que você não quer tirar do sério. Ele é aquele que você quer do seu lado e não contra você, pois ele definitivamente não vai parar até morrer - ou matar você.

Wolverine é engraçado nos quadrinhos. Esse lado irreverente terá espaço nesse filme?

Jackman: Sim, eu diria que esse filme tem um tom mais sombrio. Jim [Mangold] e eu fomos bastante exigentes no sentido de que qualquer 'piadinha' fosse feita de forma realista, relacionada ao que realmente está acontecendo com ele. Aqueles que são mais profundos, sofridos por dentro, podem parecer na superfície mais sarcásticos, podem ironizar e fazer "piadinhas". O truque é realmente acertar a fala, para que ela não pareça artificial. Então estamos constantemente improvisando. Me vejo improvisando muito e provavelmente 90% ficará na sala de edição. Lembro que no primeiro X-Men as falas mais engraçadas foram improvisadas. Algumas vezes elas funcionam.

Como você entra em forma para interpretar Wolverine?

Jackman: Fica difícil. Basicamente, uma das coisas boas da preparação é que eu comecei há meses, da primeira vez em que achei que o filme começaria a ser rodado. E neste ano, tenho mantido uma dieta restrita desde janeiro. Mudei meu treino por conta disso. Ao longo dos anos, fiquei mais esperto em relação a isso. Infelizmente, percebi que precisava treinar mais para chegar aonde queria com isso, um visual mais animal. E queria ficar o maior possível, o que é difícil para mim, pois sou magro. Então comecei a ter seis, sete refeições por dia desde janeiro e treino por cerca de três horas todos os dias.

Wolverine aprende artes marciais neste filme?

Jackman: É uma boa pergunta pois ninguém está dizendo que ele se torna um mestre das artes marciais ou um samurai. O que acontece é que Wolverine é um guerreiro por natureza. Suas armas, sua força, não são bonitas. Não é forma, é mais instintivo, um pouco mais brutal. Eu costumava ver muitos vídeos do Mike Tyson, em quem tentei basear o Wolverine. O que acontece nesta história, que segue o arco da HQ [Eu Wolverine], é que ele percebe que isso nem sempre funciona para ele e que, às vezes, a abordagem mais disciplinada de um samurai é mais eficiente. Ele aprende sua lição de forma dolorosa e se adapta. Isso é uma característica do Wolverine, ele se adapta. Não vou dizer que ele termina com uma faixa preta tripla, mas você o verá se ajustar, então tenho aprendido várias coisas, o que é ótimo.

Quantas versões do roteiro foram feitas? E o quanto Chris Claremont influenciou essa história?

Jackman: Não sei se todos vocês conhecem a série em quadrinhos original. Não é apenas uma HQ. Precisamos mudar por diversos motivos, que não quero entregar aqui. Definitivamente existem muitas semelhanças. Mais semelhanças que diferenças. Mas pelo propósito de ser a história de umfilme, e não um arco aleatório, precisou ser mudada. Os fãs definitivamente ficarão empolgados. Definitivamente verão mais semelhanças do que diferenças. Em termos de redefinição do roteiro, um dos motivos que me levaram a aceitar fazer esse filme é que tínhamos uma ideia forte e uma abordagem forte para a história. Realmente buscamos algo novo e diferente e, no momento em que o estúdio aceitou chamar de Wolverine - Imortal e não Wolverine 2, eu estava entusiasmado.. Esse é um filme solo. É situado em uma outra época. É bastante distante de X-Men Origens, estamos em outra locação e com Jim Mangold, que é um diretor incrível, temos um estilo visual bem diferente dos outros X-Men. Acho que parecerá revigorado.

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Olhando para o figurino de Yukio na cena do funeral, é bem ousado em comparação com as roupas dos demais. O que isso diz sobre a personagem?

Rila Fukushima: Na verdade, Yukio tem um estilo próprio ao longo do filme. A figurinista fez questão disso, e eu acho que ela fez um trabalho incrível. Tenho certeza de que vocês leram a HQ, e eu pareço diferente da Yukio dos quadrinhos. Acho que a ideia era fazer a versão 2012 de Yukio. Ela ainda é uma agente assassina bem cool, mas "das ruas" também.

Na HQ, sua personagem é independente e meio que brinca com a morte. Isso é algo que permanece no filme?

Fukushima: Acredito que sim. Sem dúvida há uma similaridade com a HQ, ao mesmo tempo vemos um lado completamente de Yukio. Não sei o quanto posso revelar, mas a história dela definitivamente é diferente dos quadrinhos originais.

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Fale um pouco sobre o figurino de Viper, a sua personagem, e como ela se comporta no meio da ação.

Svetlana Khodchenkova: Todo o que eu posso dizer é que cada roupa [que Viper usa no filme] é bem diferente, e como mulher eu adorei essas mudanças. Isso ajuda a personagem, porque evoluem com ela ao longo do filme, tanto a roupa quanto o visual.

Este é o seu primeiro filme fora da Rússia e em inglês. O idioma acrescentou mais dificuldade à sua atuação?

Khodchenkova: Claro que sim, porque fica mais difícil pra mim decorar as falas, Às vezes não estou só interpretando, eu preciso realmente pensar muito no que estou falando. Não é fácil.

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The Wolverine, o título em si, é bem categórico. Quando conversamos com Hugh, ele disse que vê este filme como a realização definitiva do personagem. É isso mesmo? Vocês querem fazer o filme definitivo de Wolverine?

Hutch Parker: Sim. Simples assim.

Vocês consideraram rodar em 3D?

Parker: Sim, chegamos a discutir isso. Decidimos rodar em 2D e depois converter para 3D depois da experiência de conversão que a Fox teve com Titanic.

Como os atores japoneses falam no filme? Vocês vão usar legendas em inglês ou fazer algo como Caçada ao Outubro Vermelho, em que a câmera faz um zoom na boca do personagem e de repente todo mundo está falando inglês?

Parker: Como um todo, o filme é bem real, então há personagens que falam japonês quando estão sozinhos entre eles. Mas o filme é quase todo em inglês, em parte apoiado no surgimento desse animal americano que surge no meio deles. Então a língua se torna um componente na forma como eles [os japoneses] interagem com Wolverine.

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Como foi sua reação quando te ligaram sugerindo o papel de Mariko Yashida?

Tao Okamoto: Minha agência de modelos japonesa me ligou dizendo "temos um teste para você", e eu disse, "hhmm, não estou interessada". Daí a próxima frase da agente foi: "Tá legal, mas é para X-Men e Hugh Jackman está no filme". Eu respondi: "Sim, aceito!". Sou uma grande fã dele. Eu nem sabia se queria mesmo me tornar atriz, mas essa porta se abriu pra mim, e eu me encontrei com Jim [Mangold] em Los Angeles para o teste de câmera. Eu me apaixonei pelas ideias dele, e disse que queria muito participar do filme.

Você se lembra das primeiras conversas que teve com Mangold sobre a personagem?

Okamoto: Recentemente ele me disse que a personagem não fazia muito sentido para ele, mas desde que me encontrou ele construiu a personagem a partir de mim. Eu fiquei muito agradecida.

E sobre a recriação de cenários japoneses no meio de Sydney? Como você se sentiu?

Okamoto: É impressionante. Eu ficava pedindo para fazer decoração de set, pedia para eles me empregarem.

Você notou algo de errado nos cenários?

Okamoto: Quer saber? Sim, achamos algo errado e eles escutaram a gente, foram bem atenciosos. "Isso aqui parece um pouco chinês", eu disse, e eles modificaram depois.

Na trama, Wolverine (Hugh Jackman), atormentado por sua memória e sua condição, viaja ao Oriente em busca de ajuda, e encontra amor e fúria. Humilhado perante a bela Mariko Yashida (Tao Okamoto), Logan depara com a organização criminosa Tentáculo, iniciando um poderoso embate psicológico entre sua fera interior e o homem que ele deseja ser.

O filme adapta a saga japonesa do mutante, minissérie em quadrinhos desenhada por Frank Miller e escrita por Chris Claremont em 1982. The Wolverine estreia em 26 de julho, convertido em 3D.

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