Nem X-Men: O Confronto Final, nem X-Men: Fênix Negra agradaram muito o público. Adaptando as HQs clássicas de Chris Claremont e John Byrne, ambos claramente tiveram problemas. Porém, em alguma medida, também tiveram seus méritos. Para definir qual dos dois foi, talvez, o menos pior, analisamos cinco pontos dos filmes. Confira:
Protagonismo de Jean Grey
VITÓRIA DE FÊNIX NEGRA. O diretor Simon Kinberg admitiu em diferentes ocasiões que um dos principais erros que cometeu em O Confronto Final, como roteirista, foi explorar o arco da Fênix Negra como uma trama secundária. De fato, a transformação de Jean Grey é só um artifício para a guerra do Magneto contra a humanidade, que naquele momento estava determinada a encontrar uma “cura” para os mutantes. A própria personagem tem uma postura passiva dentro da história, reagindo aos personagens ao redor, mas sempre ficando na sombra deles.
Em Fênix Negra, como o próprio título sugere, Jean Grey é dona do seu destino. Kinberg, agora ocupando a cadeira de diretor, manteve as intensas tentativas de manipulação dos demais personagens, mas em última instância é ela quem toma as decisões, sejam boas ou ruins. Nesse sentido, o filme mais recente faz mais jus à mutante.
Fator Wolverine
EMPATE. A atitude de Logan, seu humor e seu amor por Jean são tão centrais à trama de Confronto Final que é difícil imaginar o filme sem ele, principalmente nos anos 2000 quando o personagem era o grande nome do cinema de herói. Por isso, é inegável que a do Wolverine é sentida em Fênix Negra.
Porém, a decisão de Kinberg de não incluir o personagem no longa é sensata. Como ele bem explicou à Rolling Stone, seria estranho ver Hugh Jackman e Sophie Turner envolvidos em um romance. Primeiro, pela diferença de idade entre os atores. Depois, porque a inclusão do herói poderia distrair o público do real objetivo do longa, isto é, contar de modo apropriado a história de Jean.
Logo, é difícil apontar um vencedor. Em ambos, Kinberg tomou boas decisões quanto ao Wolverine.
Lado vilanesco do Professor X
VITÓRIA DE FÊNIX NEGRA. Ambos os filmes trabalharam em alguma medida o lado egocêntrico do Professor Xavier. Porém, em Fênix Negra, o líder dos mutantes ganha ares vilanescos, uma mudança interessante que tira o personagem e o próprio público da sua zona de conforto.
Como o próprio Kinberg definiu ao Hollywood Reporter, essa transição faz sentido. Afinal, ao mesmo tempo que há algo de benevolente na postura de Xavier com os X-Men, mas também há elementos patriarcais e dominantes. “Ele mora na mansão e sente que tem o direito ou a sabedoria de definir os destinos e as identidades dessas crianças”.
Este é o maior mérito de Fênix Negra. Ao colocar o personagem para encarar os próprios erros, ele o tira do pedestal de bom moço e o aproxima da figura do Magneto. Isso é definitivamente melhor do que apenas transformá-lo em mártir.
Ação
VITÓRIA DE CONFRONTO FINAL. O que deixa Confronto Final à frente de Fênix Negra são as cenas de ação. No filme de 2006, há uma sensação de risco a cada batalha, enquanto o último longa da franquia não consegue ser impactante em nenhuma dessas sequências. Falta emoção e até um pouco de carisma nas lutas entre mutantes.
Personagens secundários
VITÓRIA DE FÊNIX NEGRA. É verdade que Fênix Negra esquece do Mercúrio antes mesmo de chegar na metade, mas ainda assim a produção consegue desenvolver um pouco melhor seus personagens secundários. O exemplo claro é o Ciclope de Tye Sheridan, definitivamente mais interessante que o de James Marsden. Porém, de um modo geral, todo mundo mostra uma faceta menos boazinha.
O Confronto Final, por sua vez, tem muitos personagens, mas não os desenvolve bem. Isso é perceptível no triângulo amoroso entre Vampira, Homem de Gelo e Lince Negra, que realmente não acrescenta em nada, e mesmo no inexplicável Fanático. No fundo, a melhor personagem deste núcleo é a Tempestade de Halle Berry. Sem igual.
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