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Bates Motel | Preview

Série promete desvendar o passado de Norman Bates e entender como ele se tornou um dos maiores psicopatas do cinema

21.03.2013, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H27

Em uma época repleta de remakes, reboots, prelúdios e homenagens, fica difícil distinguir o que deve ser levado a sério e o que pode apenas manchar uma reputação estabelecida ao longo de anos. Bates Motel, a série de TV do canal A&E que conta a história da juventude do psicopata Norman Bates, sofre com esse preconceito.

Bates Motel

Bates Motel

Bates Motel

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Bates Motel poster

Bates Motel

Imortalizada em Psicose, clássico filme de Alfred Hitchcock lançado em 1960, a história de um dos psicopatas mais famosos de todos os tempos não carecia de prelúdio. Ficava claro que Norman, tomado por impulsos assassinos, teve forte influência da possessão e controle de sua mãe durante a infância. No entanto, é elucidativo conhecer e ver mais de perto a relação que Norman e a recentemente nomeada Norma (até então conhecida apenas como Mãe) mantinham antes dos acontecimentos mostrados no filme.

Bates Motel foge de alguns pontos estabelecidos no longa de 1960, mas tudo é compreensível e plausível para o bom andamento de sua trama. Um bom exemplo é a morte do pai de Norman. Enquanto no filme é mencionado que o homem faleceu quando Norman tinha apenas cinco anos de idade, na série é apresentada uma sequência na qual o garoto, já com 17 anos, encontra o corpo de seu pai no porão da casa sobre uma poça de sangue. Não se sabe qual o motivo da morte ou mais detalhes sobre o homem em nenhum dos casos, mas em Bates Motel é necessária uma introdução para que a mudança da família para outra cidade tenha fundamento, assim como o forte laço entre mãe e filho.

Outro ponto positivo do prelúdio é o elenco. Norman Bates, interpretado pelo ótimo Anthony Perkins em Psicose, ganha vida em Bates Motel através de Freddie Highmore (A Fantástica Fábrica de Chocolate). O jovem ator, de 21 anos de idade, consegue incorporar os trejeitos e características do psicopata como Perkins os criou em 1960 - além de ser incrivelmente parecido fisicamente com seu antecessor. Vera Farmiga (Amor Sem Escalas), por outro lado, tem maior liberdade de criação na pele de Norma. Sua casual obsessão com Norman mostra uma ligação com o filme, estabelecendo um paralelo com os problemas do garoto.

Uma dificuldade que Bates Motel pode encontrar mais à frente é o fato dela ser ambientada nos dias de hoje. Em 1960, os métodos de investigação policial e pericial ainda eram muito pouco desenvolvidos, dando espaço para um descarte de corpos menos elaborado. Dentro desse universo, os celulares também parecem objetos estranhos, mas fazem sentido como meio de promover a vida social de Norman, até então recluso, no novo colégio.

Apesar da primeira aparição de todos esses rostos e situações terem acontecido no romance Psicose, de Robert Bloch, o clássico de Hitchcock é certamente a base visual para a adaptação. Desta forma, é seguro dizer que a produção-executiva de Carlton Cuse (Lost) e Kerry Ehrin (Friday Night Lights) acerta em manter a estética tanto da casa dos Bates quanto do motel da família, dando um tom de familiaridade necessário para a identificação do público com a produção.

O piloto de Bates Motel introduz uma boa história com possível desenvolvimento de qualidade - isso se permanecerem os cuidados e similaridades presentes na primeira hora da série. Os garantidos dez episódios para sua temporada de estreia podem, sim, tomar outros rumos daqueles apresentados no início. Mas com uma boa primeira impressão, elenco e cenários, pode ser que acompanhemos o surgimento de um novo clássico.

Bates Motel estreou em 18 de março nos EUA, no canal pago A&E. Ainda não há previsão de chegada da série ao Brasil.