O diretor Todd Phillips usou diferentes referências para desenvolver Coringa, fazendo acenos ao clássico cult O Rei da Comédia, a Charles Chaplin e à HQ A Piada Mortal. Porém, o cineasta parece não ter limitado suas fontes de inspiração à ficção. Na realidade, com base no visual de Joaquin Phoenix no filme, Phillips deve ter usado um famoso serial killer americano da década de 1970 para criar a maquiagem de palhaço de Arthur Fleck.
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A boca vermelha e os triângulos azuis na região dos olhos lembram a figura de John Wayne Gacy, responsável por assassinar 33 homens, dentre eles crianças e adolescentes. Gacy trabalhava como palhaço em festas infantis e eventos de caridade em Chicago, usando ora o nome Pogo, ora Patches. Sua maquiagem tradicional, diferentemente dos demais artistas da região, era um tanto assustadora. No desenho ao redor da sua boca destacavam-se as quatro pontas, que lembram lábios gigantes. A maquiagem nos olhos, na cor azul, também seguia essa tendência. Com a descoberta dos assassinatos, ele passou a ser conhecido como “Palhaço Assassino”. Veja:
Reprodução
Durante seu julgamento, já nos anos 1980, ele alegou insanidade para evitar uma condenação, mas acabou sentenciado a 21 prisões perpétuas e 12 penas de morte. Gacy passou 14 anos na prisão até que foi executado por injeção letal.
Todd Phillips nunca mencionou Gacy como uma referência para o vilão, mas não se pode negar que há alguma semelhança entre as duas caracterizações de palhaço. De todo modo, se o assassino foi mesmo uma espécie de modelo, deve ter sido somente para o visual, já que o modus operandi do serial killer - que envolvia, entre outras agressões, a violência sexual - não tem muita relação com os rumos que a história do personagem segue.
Mas não é apenas na maquiagem que a influência se mostra. Com a estreia do filme, ficou clara uma referência direta ao criminoso: em determinada cena, Arthur Fleck aparece em um clube de comédia onde se lê na parede “pogo’s”, como o nome usado por Gacy nas suas apresentações:
Coringa/Warner Bros./Reprodução