Na crítica do primeiro episódio de Creature Commandos, comentei que G.I. Robot (Sean Gunn) imediatamente saltou da tela como o personagem mais legal do grupo, em especial por como sua insistência em buscar nazistas para matar gerava um bom combustível para humor. Com o terceiro episódio, totalmente focado no homem metálico, a série não só reforçou isso, como entregou algo genuinamente emocionante.
Isso porque além de confirmar G.I. como uma grande fonte de risadas e sorrisos – o momento em que ele reage a Rick Flag Sr. (Frank Grillo) dizendo “sim, esses são nazistas" e enfim começa a matança que tanto desejava é o melhor da série até aqui – mas porque Creature Commandos faz um trabalho muito melhor com flashbacks do que no episódio focado na Noiva (Indira Varma) e encontra facetas genuinamente interessantes sobre o personagem. G.I. Robot foi feito com um propósito, e um bom propósito. Matar nazistas. O que acontece quando ele não encontra mais nenhum?
Os flashbacks ainda são muitos, e agora está claro que a série vai manter esse formato de episódio até o fim. Com pouco mais de 20 minutos, esse episódio tem pouca progressão narrativa e o vai-e-vem entre passado e presente ainda prejudica a construção do ritmo, mas aqui, o nível do material dramático em si, não só é bom, como expande (consideravelmente o DCU) de James Gunn.
DC Studios
Primeiro, vemos G.I. Robot criando laços com a Easy Company, liderada por Sgt. Rock (Maury Sterling) – um personagem que pode até ganhar filme – e forma-se uma narrativa de ascensão e queda, conforme um robô construído com um objetivo sofre para encontrar um desejo próprio, e muito menos seu lugar no mundo. No processo, ele passa pelos laboratórios de William Magnus (Alan Tudyk) para servir de ajuda na criação dos Homens Metálicos, outro grupo de heróis clássicos da DC, e é eventualmente condenado à prisão depois de matar, adivinhem, nazistas.
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Esse “crime” vem quando ele é adotado por um homem chamado Sam (Michael Rooker), e passa a se sentir em casa novamente. Fica claro rapidamente para onde as coisas estão indo, mas o episódio ainda faz um bom trabalho de nos fazer ter um mix de pena, já que ele acaba matando alguém que achava ser seu amigo, e euforia, ao vê-lo enfim disparando contra os inimigos.
Essa cena é espelhada no presente, quando a equipe retorna ao castelo da Princesa Ilana (Maria Bakalova) para lutar contra Circe (Anya Charlota) e os Filhos de Temiscira. Todo o preparo rende frutos. É impossível não sorrir com a alegria de G.I. em matar esses otários, e semelhantemente, é impossível não sentir tristeza quando Circe (Anya Charlota) o destrói.
A vilã é vencida (e parece confirmar que há mais por trás de seu ataque ao Pokolistão, como especulamos antes), mas não antes de destruir G.I., que pelo menos se mostra satisfeito por realizar seu sonho de matar nazistas junto com amigos uma última vez. É uma nota agridoce típica dos melhores trabalhos de James Gunn, mas também uma que deixa para Creature Commandos o desafio de preencher o vazio deixado por seu melhor personagem.