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Prometheus | Omelete Entrevista Ridley Scott

Diretor fala de cenas deletadas, versão do diretor e dá uma palhinha de Blade Runner 2

16.06.2012, às 00H05.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 17H16

Prometheus já está em cartaz no Brasil e o Omelete, representado por Steve Weintraub, o editor do Collider, foi até Londres entrevistar o diretor Ridley Scott, o roteirista Damon Lindelof e elenco do filme.

Veja a informativa entrevista com o cineasta Ridley Scott, que logo de cara já fala de uma sequência para Prometheus, conversa sobre versão do diretor, cenas deletadas e ainda dá uma "palhinha" sobre o próximo Blade Runner. Confira também como foram as conversas com Charlize Theron e Guy Pearce e Noomi Rapace e Michael Fassbender.

Leia abaixo a transcrição:

Ridley Scott: Faz surgir muitas perguntas importantes.

Realmente faz! E eu estou tão feliz que você fez outro filme de sci-fi.

Ridley Scott: Bom. Eu também, porque eu gostei tanto que quero muito fazer a sequência deste. É interessante fazer uma sequência, porque deixamos as portas abertas para umas perguntas muito importantes. Eu não sei como fazer, mas quando começarmos, eu saberei. Ou fará um bom truque de mágica. Porque a verdadeira questão, para mim, é: quanto mais despirmos na ciência, mais claras as coisas se tornam e fica mais fácil de ajudar em toda forma concebível de vida. E, mesmo assim, somos muito ruins para cuidar de nós mesmos. Certo? E um dos maiores problemas do mundo é o que chamamos de religião. Isto cria mais problemas do que qualquer outra coisa neste maldito universo. Pense no que está acontecendo agora. Tudo baseado no fato de que os muçulmanos não conseguem viver com os católicos, ou os católicos não conseguem viver com os protestantes. Eu não dou uma merda! Se eu vou fazer uma cena importante no Marrocos e eu reconstruo Jerusalém, Eu contrato Salam Hadim de Damasco que ficou lá como um muçulmano... Um ótimo ator de Damasco! Disse para mim, quando os muçulmanos estavam saqueando os escritórios cristãos da burocracia, se eles iam expulsá-lo de Jerusalém ou não. E ele parou do meu lado e disse: "Eles são padres?" E eu disse: "Não, eles são escrivãos." "Eles parecem padres." E eu fui me  certificar para que se parecessem mais como escrivãos. Então, ele me aconselhou de lado, para o fato de que o reconhecimento na religião muçulmana respeita muito outras religiões. Eles nunca destruiriam uma Bíblia!

Eu sou um grande fã do corte do diretor de Cruzada.

RS: É interessante. É uma versão interessante. Eu acho... que filmes, idealmente, se podem, deveriam ser educacionais, para você sair bem mais inteligente deles. Você começa a pensar: "Eu nunca pensei sobre isso!" Isso é bom, não é?!

Mas é muito difícil quando se está fazendo um filme de mais de 100 milhões de dólares, para juntar os dois, entre arte e comércio?

RS: Esse é o truque.

Sim. Esse é o maior problema.

RS: Essa é a parte difícil. Isso se tornou uma iniciativa, porque as pessoas, eventualmente, imploram para algum conteúdo.

O que é ótimo sobre Prometheus é que não rebaixa os espectadores, faz algumas perguntas muito importantes. Mas eu realmente quero perguntar para você: Você lançou um filme de 2 horas. Qual era a duração do seu primeiro corte?

RS: Neste filme?

Sim.

RS: 2 horas e 27 minutos...

Obviamente, você fez corte de diretor de outros filmes anteriores. Esse é um tipo de filme que você pensaria em fazer um corte de diretor para as locadoras, ou é a versão que você lançou?

RS: Normalmente, comigo, é um truque. Normalmente, comigo, é a versão que é lançada. Exceto em Cruzada. Aquilo foi um erro da minha parte. Eu deveria ter deixado a versão longa.

Eu concordo.

RS: Porque tem toda uma história secundária, que tirou você do foco principal, da trama principal. Quando você teve que "sair" por 17 minutos, para entender o papel da Eva Green e a eutanásia - quando ela praticou eutanásia no garoto. Então, as pessoas dizem: "Bem, você sabe..." Tomei a decisão errada. Mas este é fundamentalmente o corte do diretor. Mas teria meia hora de coisas no menu, porque as pessoas estão tão interessadas em filmes... como foram feitos... como foram produzidos... A rejeição... E o que foi rejeitado nele. E eu acho, o menu... Isso que é fascinante. Então, tudo isso vai para o menu.

Bem, eu estou curiosa com as cenas deletadas. Especialmente nesse filme. Noomi mencionou que talvez tivesse uma luta entre ela e um engenheiro. E outras coisas. Eu só estou curioso pelo o que será...

RS: A cena de luta com o engenheiro é muito boa e provavelmente irá para o menu. Mas não irá a versão longa. O problema com isso é que ela dá o máximo dela com um machado. Ela é bem forte. Ele é tão grande! Para acertá-lo com uma arma convencional. O deixaria menor do que ele é. E eu não queria. Então, é sutil. É drama. Eu não queria diminuí-lo ao colocar esta pessoa com uma arma conseguindo fazer com que ele se afastasse. Isto o diminuiria, certo? Por isso que quando ele lida com aquelas pessoas dentro do casulo, acaba. Até mesmo a arma não significa nada. E então, tudo que ela tem tempo é apresentá-lo para o homem dentro do laboratório.

Você, obviamente, vai fazer uma versão mais longa para o Blu-ray/DVD. É bem maior?

RS: 20 minutos.

Então, serão 20 minutos que serão adicionados novamente para uma versão mais longa?

RS: Talvez. Eu estou tão feliz com este resultado. Eu acho que está bom, eu acho que funciona.

Eu concordo.

RS: Eu não faria isso. Vai para uma sessão, se você quer dar uma olhada, veja no menu. Para ver como as coisas são longas e... É muito longa. Então, dramaticamente... Seria como criar uma bomba-relógio. Para mim, separar a minha ideia do comércio e da arte, eu seria um tolo. Você não pode fazer isso! Eu não poderia fazer os filmes que eu faço. Eu sou bem amigável, no caso dos estúdios, porque eu sou... Eu sou... Para um homem de negócios, eu tenho consciência do que eu tenho que fazer. É o meu trabalho! Porque senão, você sabe... Dane-se a audiência... Você não pode fazer isso! Eu estou me comunicando?Esta é a questão. Eu estou me comunicando? Porque se não, eu devo me aproximar.

Eu tenho que acabar, mas eu tenho que perguntar mais uma pergunta rápida. Eu sei que você está desenvolvendo a sequência de Blade Runner, Você meio... Eu quero saber... Você já está pensando nos visuais, desse filme?

RS: Já. Está tudo... Está indo... É assim que o cérebro funciona.

Porque eu, obviamente, eu amo os visuais nos seus filmes de sci-fi, e seus outros filmes. Você poderia falar um pouco do que você já está pensando, em termos do visual do filme, ou qualquer coisa desse tipo?

RS: Sim. Teria uma vasta fazenda, sem cercas ou qualquer coisa em vista. E é plano como os planaltos de... Onde são os grandes planaltos da América?

Como Kansas e Nebraska?

RS: Kansas. Onde vocês pode ver por milhas. Tem um grande terreno, que está sendo arado. E no horizonte tem um tipo de colheitadeira que é futurista, com holofotes ligados porque é o amanhecer E a seifadeira é maior do que seis casas. E no chão, há um tabuleiro pequeno e branco, com as varandas como se fossem de Vinhas da Ira. Pela direita, vem um carro chegando, a mais ou menos 1,80 m do chão, sendo perseguido por um cachorro. E este é o final. Não vou te contar mais nada.

Isto é um ótimo presentinho! Muito obrigado!

Prometheus é o título do filme que marca a volta de Ridley Scott ao universo de Alien.

A trama, que envolve o mistério da origem da humanidade na Terra, uma equipe de cientistas e exploradores faz uma jornada aos confins do universo que testará seus limites físicos e mentais. Lá, eles deverão encarar uma batalha em nome do futuro da raça humana.

Noomi Rapace (Elizabeth Shaw), Michael Fassbender (o androide David), Charlize Theron (Meredith Vickers), Idris Elba (Janek),  Guy Pearce (Peter Weyland), Sean Harris (Fifield), Kate Dickie (Ford), Logan Marshall-Green (Charlie Holloway) e Patrick Wilson (o pai de Shaw) estão no filme.

Prometheus já está em cartaz nos cinemas do Brasil. Saiba como foi o painel na Comic-Con.

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