[Atenção: artigo contém spoilers do final de Argylle]
A aventura da escritora Elly Conway (Bryce Dallas Howard) parecia ter finalmente chegado ao fim quando ela leu para seus fãs a história da última missão do agente Argylle (Henry Cavill). O personagem, criado aos moldes da vida que ela mesmo levou no mundo da espionagem, destruiu as instalações da obscura Diretoria, com todos os agentes duplos dentro, e navegou rumo ao pôr-do-sol ao lado dos seus fiéis aliados. Um final tão feliz (e brega) quanto o que a própria Conway encontrou com seu parceiro Aidan (Sam Rockwell) e o adorável gato Alfie.
Contudo, o êxito não marcou a despedida da autora, nem do seu personagem. Em uma sessão de perguntas e respostas com os fãs, Elly é surpreendida pela aparição do seu Argylle — quer dizer, ao menos, uma versão de mullet dele. A protagonista, então, é deixada em absoluto choque com a descoberta de que sua criação não era nem fruto da sua imaginação, nem da sua experiência pessoal. Felizmente, este não é o fim desta história para os espectadores, que ganham um pouco mais de esclarecimento na cena pós-créditos.
Ambientada 20 anos antes dos eventos do filme, a cena em questão se desenrola em um pub, chamado The King’s Man — um aceno à outra franquia comandada pelo diretor Matthew Vaughn. Lá, um bartender mal-humorado, dono de um topete muito parecido com o do Argylle fictício, anota o pedido de um jovem que claramente não é dali. O drink é bastante específico — tão específico que, terminada a descrição detalhada de como deveria ser seu preparo, fica claro que se trata de um código. O bartender, então, entrega ao jovem uma caixa de madeira, contendo uma arma. “Para terem te mandado até a mim, você deve estar encrencado”, diz para o garoto, que sorri diante do revólver. O homem, então, pergunta o nome do jovem pupilo, que responde: “Aubrey. Aubrey Argylle”. De repente, a cena troca de cenário, indo para o escritório de Elly. Diante do pôster da sua série de livros, surgem as palavras “Livro 1. Filme 1”.
É, o momento é um pouco confuso. Por um lado, não fica claro se o nome do pub é só um easter egg ou se esta é a grande prova de que Argylle e Kingsman são parte do mesmo universo — seria estranho, mas não necessariamente improvável. Mas, por outro, a cena bagunça a lore que foi estabelecida ao longo do filme. Se um Argylle existe de fato, em que momento Elly o conheceu? Porque a autora em nenhum momento reconhece o rosto como alguém do seu passado. Ao mesmo tempo, a cena pós-créditos realmente acontece ou é mais uma obra de ficção?
No primeiro momento, fica a impressão de que ela é “factual”, já que existe o marcador temporal e o jovem Aubrey tem o mesmo penteado que o Argylle da livraria. Mas, ainda assim, pode se tratar de uma cena do novo livro, inspirada na história que Elly ouvirá do Argylle de mullet em uma eventual sequência.
O problema é que, caso a primeira hipótese seja verdadeira, então o nome do herói fictício deixa de ser um trocadilho com o nome real da autora (R. Kylle), e passa a ter outra explicação. Isso, então, significaria que mentiram para Elly de novo ou ela ainda tem mais informações a descobrir?
Por sorte,Vaughn já tinha deixado explícita sua intenção de estruturar uma nova franquia, e esse detalhe ajuda a entender melhor a cena — embora não sane todas as interrogações. Em entrevista à Total Film, o diretor revelou que, se tudo der certo, virão mais dois filmes. "O primeiro livro de Elly é sobre como Argylle se tornou um espião. E esse será o próximo filme. E depois Argylle 2 é – eu não quero revelar tudo, mas é com o jovem Argylle, e Henry ama a ideia de fazer um filme só sobre o Argylle."
Quer dizer, há planos de explorar a origem do espião. Por enquanto, porém, não há nenhuma confirmação de que as sequências vão mesmo acontecer. Fique de olho no Omelete para não perder nenhuma novidade.