Há anos Kevin Costner ensaia seu retorno ao time A de Hollywood. Porém, embora o seu trabalho como ator dificilmente seja ruim, suas escolhas são certamente questionáveis. 3 Dias Para Matar é mais um exemplo dessa lógica, com Costner convincente no papel de um ex-agente da CIA moribundo que quer se reconectar com a filha em um filme perdido pela ação mirabolante e o drama vazio.
3 dias para matar
3 dias para matar
Escrito por Luc Besson e Adi Hasak, o longa dirigido por McG parece uma grande colagem de trechos de outros filmes. Amber Heard, por exemplo, é uma genuína agente burocrática em uma cena para na outra se tornar uma femme fatale com uma queda pelo sadismo. Sua presença em tela impressiona, mas a personagem é transformada em um fetiche.
Hailee Steinfeld, cuja carta de apresentação é a sua impressionante atuação em Bravura Indômita, é subaproveitada como a típica adolescente que gosta de causar para chamar a atenção dos pais. Quando a mãe precisa viajar e ela fica aos cuidados do pai - que precisa cumprir uma última missão para ganhar a droga que salvará a sua vida - a menina aproveita para testar a paciência paterna e do público com os mais variados chiliques.
Situado em Paris, onde Besson estrategicamente posiciona todos os seus personagens, franceses ou não, 3 Dias Para Matar tem um universo tão reduzido que consegue cruzar o mundo da espionagem do pai com a realidade adolescente da filha em um desfecho que destrói cenários e une famílias. De bom, apenas o grupo de imigrantes africanos que usa o apartamento secreto do agente para se abrigar do frio. A interação do patriarca pobre com o pai rico e ausente é o ponto de dignidade de um filme escrito em frases de efeito.
Kevin Costner é um astro de altos e baixos e esse é mais um ponto negativo para a sua lista. No saldo dos seus filmes lançados em 2014 - contando também Operação Sombra: Jack Ryan, A Grande Escolha e Black and White - a soma continua abaixo do que já foi a média do ator/diretor. A espera pelo seu retorno continua.