Inesperado hit de 2008, Busca Implacável (Taken) obteve enorme sucesso nas bilheterias, aliando ação competente, um ator talentoso e um lançamento preciso, posicionado em um período de vacas magras nas telonas dos EUA. Os 226 milhões de dólares gerados mundialmente - um sucesso absurdo para os padrões do cinema francês - motivaram, obviamente, uma sequência. O produtor Luc Besson só trocou os diretores. Saiu Pierre Morel e entrou Olivier Megaton, ambos seus colaboradores frequentes.
Busca Implacável 2
Busca Implacável 2
O roteiro de Busca Implacável 2, por Robert Mark Kamen e o próprio Besson, pega emprestada uma ideia da série Duro de Matar, a da vingança pela morte da família como motivação do antagonista, e a simplifica. No primeiro filme, Bryan Mills (Liam Neeson) passa feito uma máquina de matar pelos sequestradores de sua filha (Maggie Grace). Aqui, as famílias desses criminosos assassinados, moradores de uma cidadezinha na Albânia e liderados por Murad (Rade Sherbedgia), se reúnem para levar à sua própria justiça distorcida o ex-agente e sua própria família, incluindo a ex-esposa (Famke Janssen).
Ao manter o grupo criminoso, o filme consegue esquivar-se de um problema frequente das continuações, o exagero de recolocar as vítimas na mesma situação que se encontraram anteriormente. Preservada a suspensão de descrença, Busca Implacável 2 pode concentrar-se no que faz melhor: mostrar Liam Neeson em ação. E Megaton tem mais estilo que Morel nesse quesito. Com as firulas, perde-se um pouco do realismo do primeiro, mas ganha-se em adrenalina (o que não é necessariamente positivo).
Ambientado em Istambul, na Turquia, cenário relativamente "virgem" nas telonas em longas contemporâneos, o filme tem uma inversão interessante na primeira metade: como os sequestradores falharam em capturar a filha, é ela - auxiliada pelo pai através de um celular escondido - quem tem a missão de resgatá-los. Os recursos do engenhoso Bryan Mills (há uma cena envolvendo granadas, cadarços e um mapa que deixaria MacGyver com inveja) dão o charme inicial e distanciam este do original, mas a segunda metade é parecida demais como o primeiro para efetivamente entregar algo novo.
Ao final, Busca Implacável 2 é uma repetição do primeiro, um entretenimento razoável, para quem conseguir desconsiderar a xenofobia da trama criada por Besson, o mais estadunidense dos franceses.
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