Ninguém no país havia feito algo assim antes. O cineasta, roteirista e diretor Matheus Souza, de uma conhecida universidade da Zona Sul no Rio de Janeiro, mesclou todos os melhores elementos da cultura pop da última década, a vida real de uma geração, e colocou-os em Apenas o Fim (2008), filme que levou o prêmio do público e uma menção honrosa do júri no Festival do Rio.
Apenas o Fim
Há influências de Nick Hornby (Alta Fidelidade), Kevin Smith (O Balconista), Cameron Crowe (Quase Famosos), Jamie S. Rich (10 Razões para amá-la), Chinna Major (Blue Monday) e Hopeless Savages (quadrinho indie da Oni Press), entre outras obras que marcaram época e retrataram o espírito de seu tempo.
São discussões entre um estranho casal de jovens que enfrenta aquele período da uma universidade, com espaço de sobra para conversas sobre Cavaleiros do Zodíaco, o desejo de ver Britney Spears pelada e até - veja só! - o Omelete. Sim, este site que você lê! Matheus Souza é omelenauta veterano.
O que Apenas o Fim divide com as obras citadas, mais que as referências, é a vontade de retratar uma geração de brasileiros que foi diretamente influenciada pela cultura pop. A trama central envolve os estudantes de cinema Adriana (Érika Mader) e Antônio (Gregório Duviver). A relação amorosa é temperada por paixão, dor e sentimentos ambigüos. Tudo dotado de um realismo que faz com o que espectador sinta-se o próprio protagonista, questionando as cenas do casal enquanto ele discute se Transformers é, de fato, o melhor filme de todos os tempos.
A dramaturgia funciona. Os dois atores fazem seu trabalho com competência, provam seu valor e não dão espaço para questionamentos. Eles assumem papel maior do que o de protagonistas num filme que redefine a cultura pop no Brasil e muda as regras do jogo, representando cada jovem que viveu e sentiu cada momento daqueles.
A exibição do filme no Festival do Rio foi mais que uma epifania e a reação do público a cada cena será lembrada. Matheus Souza falou por toda uma geração. E que este não seja, como sugere o título, Apenas o Fim, mas sim o começo.
[Nota dos Editores] O Omelete agradece publicamente a citação no filme, algo que nos enche de orgulho, e parabeniza o realizador pela merecida conquista.